Ministro culpa emissoras pela expansão lenta da TV digital

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, foi enfático em discurso na manhã desta quarta (27/8), em São Paulo: “Não estou vendo a TV aberta brasileira vender TV digital. Há seis meses não vejo um anúncio sequer da TV digital. Esta responsabilidade as redes têm de assumir”, disse o ministro a uma platéia formada por autoridades governamentais e executivos da indústria brasileira de televisão.

A bronca aos radiodifusores aconteceu na abertura do Congresso da SET (Soc. De Engenharia de Televisão), que ocorre paralelamente à feira de equipamentos da indústria, a Broadcasting & Cable 2008, que acontece no Centro de Exposições Imigrantes e que vai até sexta-feira (29/8). Na exposição, a TV digital é predominante: os demonstrativos do software Ginga e seus aplicativos já desenvolvidos, equipamentos de captação, transmissão e exibição de TV digital aberta são as vedetes.

Hélio Costa chamou a atenção de que a indústria já tem set-top boxes a preços acessíveis, mas que ele não viu as filas se formarem nas lojas. “Vocês têm de estar preocupados com isto: no ano passado, já foram vendidos mais computadores do que televisores. Na TV por assinatura, o número de assinantes cresce, mas não ganha audiência, porque aumenta o número de pessoas que assinam para acessar a Internet”, continuou o ministro. As associações de radiodifusores Abert e Abra estavam presentes, além do presidente da SET, Roberto Franco (SBT), e da vice-presidente, Liliana Nakonechnyj (Globo).

Completaram a mesa representante da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, o secretário André Barbosa (Casa Civil), um representante dos radiodifusores do Japão (país proprietário do sistema ISDB, adotado pelo Brasil na TV digital aberta terrestre) e o secretário de comunicações da Argentina – país que o governo brasileiro espera adotar o mesmo padrão que o nosso.

Abert

Após o evento, ouvido por Meio &Mensagem Online, Daniel Slaviero, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), concordou com a colocação de Hélio Costa: “Nosso entendimento é que a ponderação do ministro é pertinente. Num primeiro momento, as redes estiveram muito ocupadas com a implantação do sistema, o que ainda está em andamento, e será necessário o Fórum Brasileiro da TV Digital (entidade criada para a implantação do sistema no Brasil envolvendo toda a indústria e redes) também trabalhar junto nessa nova etapa da divulgação.”

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