Santanna, do Ministério do Planejamento, defende reserva de freqüência para rede social

O titular da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, defendeu hoje que a Anatel reserve uma faixa de freqüência do espectro do WiMAX para uma rede social, que atenderia as camadas da população residentes em áreas não atendidas pelas operadoras porque têm uma baixa densidade populacional ou porque concentram uma população de baixo poder aquisitivo. “Eu tenho defendido no governo a criação de um plano nacional de banda larga como a principal infra-estrutura que o país deve construir nos próximos anos”, afirmou Santanna, durante os debates realizados no 14º Encontro Tele.Síntese, que discutiram as alternativas de modelagem das licenças de WiMAX.

A rede poderia ser uma opção para o próprio governo “desmaterializar os serviços que oferece, tornando-os mais eficazes e, de outro lado, essa mesma infra-estrutura poderia ser usada para negócios”, sugeriu Santanna. O secretário avalia que o principal “nó” no setor de telecomunicações é a última milha e que uma rede social, com tecnologia WiMAX, pode ser a solução do acesso em banda larga a custos menores que os praticados atualmente no mercado.

“Essa rede comunitária de serviço público funcionaria como uma espécie de grid computing (conceito que explora as potencialidades das redes de computadores), adotando o princípio de São Francisco de Aassis, ou seja, é dando que se recebe”, afirmou Santanna, sugerindo a criação de protocolo de rede com infra-estrutura cooperativa e compartilhada. “Ninguém seria dono e todos usariam a rede de forma compartilhada”, destacou, acrescentando que já conversou a respeito com técnicos da Anatel. “Temos um paradoxo que é a escassez de espectro e, ao mesmo tempo, a ociosidade de ocupação, por isso é preciso encontrar uma forma de gerir melhor o espectro”, concluiu.

Para implementar o modelo, tanto no interior quanto nas periferias das grandes cidades, Santanna planeja realizar pesquisas de modelagem do protocolo, junto com universidades e com empresas que tenham interesse no assunto. “Tendo uma solução, escolhemos algumas cidades para fazer pilotos, porque não é um processo simples e precisa ser testado em campo”, afirmou. O secretário também enfatizou que é importante estabelecer alguns requisitos, destacando que um deles é escolher a faixa de freqüência para a qual haverá oferta massiva de equipamentos e dispositivos com software que permitam a implementação de um protocolo grid.

Segundo Jarbas Valente, superintendente de serviços privados da Anatel, na modelagem em tudo para as licenças do WiMAX estão previstas freqüências para uso social. Provavelmente, seria uma ou mais faixas de 5MHz, não licenciadas, para serem aplicadas a esse tipo de uso público. "Estamos alinhados nessa proposta", afirmou Valente, informando que da forma como o modelo está sendo construído essas faixas poderiam atender tanto as cidades pequenas, com menos de 30 mil habitantes e de baixa atratividade econômica, como os entornos das grandes cidades, como as favelas e bairros de muito baixa renda, onde não há oferta de banda larga.

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