Governo e organizações lançam Conferência de Comunicação

Será lançada na quarta-feira, 4 de junho, a I Conferência Estadual de Comunicação da Bahia. O evento marca o início do processo de construção da conferência, que contará com etapas locais realizadas pelo interior e culminará em Salvador, nos dias 14, 15 e 15 de agosto. Com isso, o estado da Bahia torna-se o primeiro a ter um espaço de debate amplo sobre políticas públicas para a comunicação social nos moldes defendidos hoje pela Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação.

A Comissão divulgará nota em apoio à realização da conferência baiana, afirmando que a iniciativa comprova que o processo está deflagrado, fazendo-se necessário um posicionamento mais firme por parte do Executivo nacional, a quem cabe convocar a Conferência Nacional.

Para Ernesto Marques, da Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo do Estado da Bahia (AGECOM), a realização da conferência estadual pode, de fato, impulsionar a realização do encontro nacional. “Desejamos que esta nossa conferência contribua para que finalmente aconteça a Nacional. Por isso decidimos transmitir o evento de lançamento, no próximo dia 4, das 9 às 11 horas, via satélite para todo o Brasil e também na Internet.”

O lançamento da conferência baiana está marcado para a 9h, no Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IDERB). O evento será transmitido pela rede de salas de vídeo-conferência da Secretaria da Educação, espalhadas em 40 escolas do interior do estado. O objetivo é mobilizar a sociedade baiana para as oito plenárias regionais que começarão no dia 7 de junho.

No mesmo dia 4, inicia a I Conferência Livre de Comunicação da Bahia, que se estende até o dia 6 de junho e é realizada pelo Coletivo Baiano pela Democratização da Comunicação, com o apoio da Fundação Friedrich Ebert. O evento pretende reunir representantes de movimentos sociais e estudantis na preparação para a 1ª Conferência Estadual de Comunicação.

A mobilização baiana

Conhecida pela forte relação entre o poder político local e a concentração da propriedade das mídias, a Bahia vive um momento histórico com a realização da conferência estadual. O Grupo de Trabalho que tem como objetivo articular a sociedade civil em torno do debate e da realização da Conferência foi montado há alguns meses, por iniciativa do governo baiano. Fazem parte deste GT diversas organizações, como os sindicatos dos jornalistas e dos radialistas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Associação Bahiana de Imprensa, Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço-BA), Cipó Comunicação Interativa e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), entre outras.

Segundo Gislene Moreira, representante da Cipó Comunicação Interativa, o momento é crucial para a sociedade baiana discutir as políticas públicas para o setor. “Acreditamos que a realização da Conferência é um marco político forte para repensarmos os modelos construídos, e visualizarmos formas de superação”, afirma.

Giselene ressalta alguns objetivos da iniciativa, como a construção de políticas públicas de democratização dos meios na Bahia, e interiorizar as discussões em todo o estado. No entanto, alerta que é preciso dar atenção ao fato de 2008 ser um ano eleitoral, uma vez que a ligação dos políticos com os veículos de comunicação é bastante estreita, o que poderia influenciar as decisões da conferência.

Outra preocupação é a provável incompatibilidade de critérios para eleição de delegados nesta conferência estadual para a conferência nacional, uma vez que essa última ainda não definiu metodologia e critérios. Gislene diz que a maioria do GT vê com naturalidade que a discussão na Bahia aconteça antes das definições da nacional. “Como tivemos um período de mordaça muito grande, não dá pra contermos a demanda social que se acentua nesta área”, afirma a representante da Cipó, entidade que faz parte da rede Andi-Brasil.

Segundo Ernesto Marques, da Agecom, o GT decidiu manter a previsão de eleição de delegados no Regimento Interno, apesar das indefinições da nacional. “Houve debate a respeito e ao final decidiu-se pela manutenção dessa parte do texto até como forma de dizer que a Bahia apóia e quer a realização da conferência nacional. Se houver incompatibilidade com os critérios que vierem a ser estabelecidos, faremos um outro evento, como uma conferência extraordinária. O certo é que a Bahia estará presente de qualquer forma na Conferência Nacional”.

* Com informações do site do Movimento Pró-Conferência Nacional de Comunicação

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