Índice para reajuste da telefonia fixa já é 10% maior que em 2007

Faltando considerar as variações de abril e maio para se obter o índice que vai reajustar a telefonia fixa local e de longa distância em 1º de julho, bem como as ligações de fixo para móvel, o IST (índice de Serviços de Telecomunicações) já acumula um aumento de 3,19% nos últimos dez meses, considerados entre maio de 2007 e março de 2008. O cálculo se baseia na série histórica do IST disponível no site da Anatel.

O índice cheio do IST, que orientou o reajuste do ano passado, de 2,91%, já foi superado em quase 10% e, diante das pressões inflacionárias que vêm puxando todos os índices de preços para cima há cerca de dois meses, a tendência é que fique bem maior que o anterior. Isso poderia sinalizar um reajuste nas tarifas maior que o de 2007, quando a agência autorizou 1,83% de aumento para a Oi/Telemar; 2,13% para a Brasil Telecom; e 2,2% para a Telefônica. 

Segundo apurou o Telecom Online, as negociações técnicas e análises de dados que compõem a fórmula do reajuste já estão em andamento com as concessionárias. É quando fatores determinantes para aplicação do reajuste começam a ser acompanhados diuturnamente pelo setor de preços do órgão regulador.

Entre eles estão o número médio de telefones fixos no plano básico e a quantidade de minutos de conversação trafegada pela rede da concessionária, bem como os dados e indicadores que vão regar o fator de produtividade, ou fator X, que teve grande variação no ano passado: o da Telefônica e da Sercomtel (Londrina/PR) foi o menor (0,8842%), seguido da Brasil Telecom (0,7492%), da CTBC (0,8774%), Oi (1,0469%) e Embratel (4,2665%). Os dados mostram que a Oi registra desempenho melhor que sua futura controlada, a Brasil Telecom. 

Quanto maior o fator X, menor o reajuste, como mostra o exemplo da Embratel, a qual a produtividade mais elevada resultou numa redução média de 1,4811% no valor das tarifas de longa distância em 2007. O reajuste foi negativo. Neste ano, a inflação em alta pode ser compensada com a nova fórmula do fator de produtividade, que será repassado à proporção de 75% ao usuário, contra os 50% do ano passado.

A fórmula também considera o valor médio das assinaturas residencial, não-residencial e tronco e o peso que cada um desses itens tem no reajuste. Com quase 70% do total, os terminais residenciais tem maior peso, enquanto, os não-residenciais têm peso menor que 20% e, terminais tronco, pouco mais de 10%. Tudo isso é multiplicado pelo valor atual do minuto, para se obter o novo preço a ser pago pelo usuário.

A atual queda no número de telefones residenciais acaba, segundo a fonte, engessando o sistema de excursão, por causa do peso preponderante desse item na composição da fórmula. A excursão permite compensações entre a tarifa de assinatura e a do preço do minuto. Pode-se carregar mais no reajuste de um item, como foi feito durante anos com a assinatura, e compensar com redução correspondente em outro. Mas, dessa vez, a expectativa é que não haja – ou muito pouco – excursão na tarifa local, a exemplo de 2007.

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