Em São Paulo, transmissão móvel é bastante estável

A TV digital móvel permite mesmo ver televisão em qualquer lugar? O sinal é robusto e não vai deixar você na mão? O Link rodou 70 quilômetros na cidade de São Paulo. Passou por Jaguaré, Pirituba, Pinheiros, Morumbi, Brooklin, Interlagos, Centro, Ibirapuera, Ipiranga, Heliópolis, Vila Mariana, Mooca, entre outros, e constatou que o sinal é, sim, bem estável.

Com uma TV portátil sintonizada na Globo, a reportagem trafegou por áreas sem trânsito, com trânsito e com chuva. Apenas em um momento, quando estava na Marginal Pinheiros, na região de Interlagos, o sinal foi insatisfatório. Apareceram na tela vários quadradinhos (pixels) digitais e o marcador mostrava que não havia sinal.

Na região da Avenida Paulista, mesmo com a enorme quantidade de antenas, que costumam causar interferência na recepção de rádio, o sinal só deu uma pequena oscilada nas regiões do Paraíso e próximo à Rua Augusta. Mas isso foi coisa de um segundo.

No geral, mesmo desenvolvendo uma boa velocidade no carro, as imagens e o som permaneceram muito nítidos. Como ocorre essa estabilidade? No sistema analógico seria impossível assistir à TV em movimento, já que a qualidade da cobertura é diferente em cada região da cidade. Segundo um dos responsáveis pelo sistema de transmissão da TV digital brasileira, Gunnar Bedicks, do Mackenzie, o “culpado” é uma tecnologia de nome estranho para a maioria: oneseg.

"Na TV digital, cada emissora tem 13 segmentos. Doze são usados para transmitir o sinal para as TVs residenciais. O que sobra é o da mobilidade", diz Bedicks. Trocando em miúdos, as imagens para TVs “fixas”, que são maiores, precisam de mais segmentos, pois têm maior resolução. Já imagens para telas pequenas, como celulares, não precisam de muita resolução. Um segmento basta. “Com menor resolução, é possível transmitir com mais robustez e, assim, ter maior estabilidade mesmo em movimento”, explica Bedicks.

Com a inauguração da TV digital em São Paulo, em dezembro, todas as emissoras abertas – Globo, Record, SBT, Band, RedeTV!, Cultura, Gazeta e MTV – já fazem transmissões móveis. E não é preciso pagar para receber as imagens, mesmo se utilizar um celular. O sinal não vem da antena da operadora, mas da emissora.

Por isso, dependendo de onde se estiver, pode ser – e isso é comum – que não se consiga captar todas as emissoras. “Fizemos testes e o sinal móvel em São Paulo está muito bom. Lógico que, em algumas regiões, o sinal de uma emissora pode estar mais fraco do que em outras. Daí não se consegue sintonizar esse canal”, disse Bedicks.

Um dos inconvenientes atuais de quem acompanha as transmissões móveis é a falta de padronização no formato da imagem. Globo, Record, Band e RedeTV! transmitem as imagens em widescreen – quando o programa não é produzido no formato, aparecem duas barras pretas laterais. O SBT e a Gazeta transmitem no formato tradicional (4:3).

Para quem assiste no celular, a cada vez que se muda de canal, é preciso reconfigurar o formato de exibição das imagens, para que o programa fique em tela cheia. “No futuro isso deve acabar. As emissoras caminharão para o widescreen”, diz Bedicks

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