A falta de quórum no Plenário da Câmara dos Deputados adiou novamente o término da votação da Medida Provisória 398/2007, que cria a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a TV Brasil. A ausência dos deputados irritou os parlamentares presentes, como o relator da MP, deputado Walter Pinheiro (PT/BA), que questionou à Mesa se o ponto dos faltosos seria cortado, sem obter resposta. No entanto, a suspensão da Ordem do Dia não evitou que algumas polêmicas sobre a proposta fossem levantadas nos discursos dos parlamentares.

A bancada do Distrito Federal se mobilizou para tentar garantir que a sede da EBC seja em Brasília e não no Rio de Janeiro, como previsto na MP e no projeto de lei de conversão assinado por Pinheiro. O debate sobre o tema foi aberto pelo deputado Geraldo Magela (PT/DF), argumentando que não há qualquer motivo que justifique a nova estatal ter sede fora da capital da República.

O discurso desencadeou uma série de manifestações a favor de que a sede seja em Brasília, com poucas intervenções em favor do Rio de Janeiro. Até mesmo o deputado carioca Jorge Bittar (PT) defendeu que a sede e foro da EBC seja em Brasília, desde que exista um escritório no Rio de Janeiro, que gerenciaria as operações multimídia da estatal assim como os estúdios localizados na capital fluminense.

A seqüência de discursos mostrou que a bancada do DF está realmente unida em torno da questão. Deputados do DEM, PSDB, PMDB e PSB eleitos pelo DF saíram em defesa de Brasília como local estratégico para a sede da EBC. Segundo Magela, o governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), garantiu que irá ajudar na instalação da estatal. "Não temos a mesma posição partidária, mas temos a mesma convicção", teria dito Arruda à Magela.

Os discursos indicaram um provável consenso sobre o estabelecimento de Brasília como sede e o Rio como gestor dos serviços multimídia. A votação será reaberta na sessão de amanhã e a questão deverá ser votada como um dos destaques.

As informações são de Mariana Mazza, da TELA VIVA News.