Fiéis da Universal movem ação contra Extra e A Tarde

Fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) moveram ações de indenização por danos morais contra o jornal Extra, do Rio de Janeiro, e A Tarde, da Bahia. Além dos diários, dois profissionais dos veículos foram alvos dos processos.

O que motivou as ações dos 41 fiéis foi a publicação de um suposto ato de vandalismo em uma igreja católica em Salvador, que foi atribuído a um fiel da Iurd. O jornal Extra relatou caso em que o fiel Marcos Vinícius Catarino, danificou uma imagem de madeira de São Benedito, em uma igreja de Salvador. No dia 3 de dezembro, o jornal A Tarde publicou reportagem sobre o mesmo episódio. Assim como em outros casos, foi processado. No entanto, contra o diário, foram movidas 36 ações em diversos estados, nenhuma delas na Bahia, estado sede do jornal.

Esta não é a primeira vez que a Iurd processa jornais e veículos de comunicação, assim como os profissionais responsáveis pela reportagem. Recentemente, a Folha de S.Paulo sofreu ação parecida. Foram movidas 50 ações contra o diário e sua repórter, a jornalista Elvira Lobato, que assinou a reportagem sobre o patrimônio da Universal.

Florisvaldo Mattos, editor-chefe do A Tarde, disse ao Portal IMPRENSA que a ação dos fiéis parece fruto de uma estratégia direta de intimidação. Mattos informou que muitas das ações já foram derrubadas na Justiça e que espera ganho de causa por parte do jornal.

Sobre a publicação da notícia que motivou as ações, Mattos relatou que o responsável pelo vandalismo da imagem de São Sebastião confessou, na delegacia, que era fiel da Igreja Universal. "Está no autos que ele é fiel da igreja. Ele confessou", disse.

O editor-chefe lembrou, ainda, do dever da imprensa de levar informação, mesmo diante de intimidações. "Nosso papel é passar a informação", comentou.

Após apuração das ações promovidas pelos fiéis e também por pastores da Iurd, Portal IMPRENSA notou um padrão nos processos. As ações são abertas em diversas cidades do país, o que dificulta de forma expressiva a defesa das partes acusadas.

A reportegem procurou o editor-chefe do jornal Extra, Otávio Guedes, para mais esclarecimentos sobre o fato. No entanto, o mesmo não foi encontrado.

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