Notícias Inauguração da Campus Party tem samba, vaias e performance de Gil

O evento de tecnologia Campus Party estreou oficialmente na noite desta segunda-feira (11) no parque Ibirapuera (zona sul de SP). Bateria de escola de samba, passista, instrumentos de música eletrônica e um robô foram as atrações oferecidas na cerimônia de inauguração.

O ministro Gilberto Gil (Cultura), e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), marcaram presença após as 23h. Gil improvisou uma performance com o instrumento eletrônico reactable (utilizado, entre outros, pela cantora Björk) e com a percussão da Nenê de Vila Matilde.

Tentou inserir na brincadeira a letra da música 'Baião' (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), sem sucesso, mas agradou aos presentes. Discursou defendendo o software live e a politização das novas tecnologias.

Fora do palco, foi interpelado por jovens sobre a proibição da venda do jogo Counter Strike pela Justiça. Pediu para que os presentes reclamassem . Para o juiz responsável pela medida, os jogos 'trazem imanentes estímulos à subversão da ordem social'.

Já Kassab teve uma recepção que começou entre a frieza e as vaias. Só no fim da cerimônia recebeu algumas palmas. Nas duas primeiras vezes em que foi anunciado, alguns jovens –e até mesmo a organização da Campus Party, que é patrocinada pela Prefeitura– agiram com hostilidade.

Após anunciar seu nome, Sérgio Amadeu, diretor de conteúdo da Campus Party, admitiu no alto-falante: 'Falei exatamente para ele ser vaiado.' Quem também ficou entre as vaias e as palmas foi Antônio Carlos Valente, presidente da maior patrocinadora da empreitada de cerca de R$ 10 milhões, a Telefônica.

Quando foi convidado ao microfone, Kassab evitou se estender e apenas elogiou a festa. À Folha Online, o prefeito não quis comentar uma hipotética candidatura nas eleições municipais deste ano. 'Vamos definir isso até junho', afirmou.

Kassab também demonstrou pouca intimidade com o tema do evento. Em tom de pilhéria, alguém perguntou se ele tinha Geraldo Alckmin em seu Orkut. 'Não', disse o prefeito, rindo, mas com cara de que não sabia do que se tratava. Questionado sobre o que faz na internet, arriscou: 'Uso o Speedy.'

Discurso infeliz mesmo foi o do alardeado robozinho Quasi. Ele foi o responsável pela contagem regressiva para a inauguração oficial da Campus Party, à meia-noite. Sua primeira frase: 'Ouvi dizer que há meninas bonitas no Brasil e vim ver se é verdade.'

Enquanto a festa acontecia num palco instalado dentro do prédio da Bienal, alguns jovens não se desgrudavam de seus PCs na 'arena'. O Counter Strike, que a essa altura deveria estar no limbo dos games da década passada, rolou solto.

Até o começo da madrugada desta terça-feira, cerca de 2.800 pessoas já tinham passado pelo prédio da Bienal. Destas, 64 foram parar no posto médico com dores de cabeça e enjôos.

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