Quórum qualificado será o mecanismo de controle da Oi-BrT

De acordo com fontes que acompanham os entendimentos para a formação do grupo brasileiro de tecomunicações, que resultará da compra da Brasil Telecom pela Oi, já está definido que o mecanismo de garantia de que a nova empresa permanecerá em mãos de grupos nacionais e não será vendida a estrangeiros após a fusão, uma preocupação do governo, será a instituição do quórum qualificado. Mesmo fora do bloco de controle, os sócios “estatais”, BNDES e fundos de pensão, terão poder de veto, através do voto no quórum qualificado, em questões estratégicas para a nova companhia, como venda de ativos, entre outras. E, em caso de venda, o BNDES terá preferência de compra. A solução da golden share, aventada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi abandonada por reduzir o valor dos papéis da empresa em futuros lançamentos, entre outras questões levantadas. Os sócios privados e mesmo os executivos dos fundos resistiam a essa solução. “Ia trazer mais problemas que soluções”, diz a fonte.

Esperado para o final da semana que vem ou o início da seguinte, o fato relevante com o detalhamento da operação não deverá trazer surpresas, já que, aos poucos, sua modelagem vai sendo vazada pela imprensa. A novidade, de acordo com reportagem publicada hoje pelo O Estado de S.Paulo, é a entrada da Fundação Atlântico (dos funcionários da Telemar) no capital da empresa, com participação de 10%. Previ, Petros e Funcef terão, respectivamente, 14%, 10% e 10%. A participação do BNDES será reduzida de 25 para 15%, para aumentar a participação dos fundos, e as seguradoras do Banco do Brasil saem, da mesma forma que os sócios privados da Oi Garantia Partners e  Lexpart (Opportunity, Citibank). Andrade Gutierrez e La Fonte, que comprarão a parte dos sócios privados por US$ 2 bilhões (40% com recursos próprios e 60% com financiamento do BNDES, em condições usuais de linhas de financiamento), ficarão cada uma com 21% da holding que controla a Oi. O dinheiro para a compra da Brasil Telecom – R$ 4,8 bilhões para os controladores e R$ 3,7 bilhões para os minoritários, de acordo com o Estadão – sairá do caixa da operadora e de financiamentos a serem levantados. 

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