Prisões de jornalistas triplicaram na Rússia em 2007

Moscou – O número de prisões de jornalistas na Rússia praticamente triplicou no ano passado, em uma clara demonstração do aumento da repressão estatal da liberdade imprensa.

Um dos exemplos mais gritantes da censura ocorrida em 2007, denunciada hoje pelo jornal Novye Izvestia, é o de Serghei Golovinov, jornalista de uma TV local de Vladimir (400 quilômetros a leste de Moscou), que corre o risco de pegar um ano de prisão ou ter de pagar uma multa de 40 mil rublos (US$1.200) por ter feito um jogo de palavras com o nome do presidente russo, Vladimir Putin, e ter rebatizou os jovens apoiadores do mandatário de "Putinistas". Segundo o jornal, somente no ano passado foram presos pela polícia russa, pelos mais variados motivos, cerca de 140 jornalistas.

Também triplicou o número de seqüestros de jornalistas que publicavam artigos incômodos. Em 2007 ocorreram 92 seqüestros, contra os 28 de 2006. Estão em crescimento também os casos de agressão contra representantes dos meios de comunicação, 75 em 2007 contra 56 em 2006. s dados foram levantados pelo Fundo para a Defesa da Glasnost (transparência), que revelou que Agora pela primeira vez a internet também esteve na mira da censura.

Juizes ordenaram a retirada do ar de vários sites, tidos como tecnicamente pouco responsáveis, e em Cita, na Siberia meridional, foi requerido um meio de limitar o acesso de alguns usuários. O provedor recusou, explicando que a lei não consente censuras do gênero. No ano passado foram registrados oficialmente 1.502 casos de violência dos direitos da liberdade de imprensa, contra os 1.345 de 2006.

A censura não poupou nem mesmo a imprensa estrangeira. Uma jornalista moldava foi proibida de entrar na Rússia após uma viagem, mesmo possuindo visto regular de trabalho, por ter publicado artigos pouco lisonjeiros com relação à deriva autoritária do Kremlin.

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