Primeiro dia de leilão movimenta R$ 2,44 bilhões

A presença da Nextel, o formato de venda dos blocos e o fim da CPMF transformaram o primeiro dia do leilão de 3G em um sucesso. Para o superintendente de Serviços Privados da Anatel, Jarbas Valente, esses três componentes turbinaram a disputa, gerando ágios acima dos 50% esperados pela agência inicialmente. Os preços pagos pelos cinco lotes vendidos nesta terça-feira, 18, resultaram em um ágio médio de 161,7%. No total, a agência arrecadou neste primeiro dia R$ 2,44 bilhões, muito mais do que os R$ 736,513 milhões previstos originalmente. “É um sucesso. Garantimos já quatro operadoras na primeira área, mostrando que as empresas acreditaram na nossa proposta”, afirmou Valente.

Segundo o superintendente, o fim da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória por Movimentação Financeira) ajudou no aumento dos lances, já que as empresas só assinarão os contratos no próximo ano, quando o imposto não estará mais vigente. A nova previsão de arrecadação, com os surpreendentes ágios, também é favorável ao governo na medida em que fazem caixa para a União. “É uma arrecadação inesperada, que com certeza vai ajudar”, declarou Valente. A Anatel espera agora arrecadar aproximadamente R$ 6 bilhões apenas com a venda das licenças. Valente destacou ainda que todo o modelo foi desenhado para maximizar a concorrência pelos lotes. Mas foi a presença da Nextel que realmente movimentou o leilão.

A operadora de trunking não arrematou nenhum lote por enquanto, mas concorreu em absolutamente todas as áreas chamadas no dia de hoje, elevando os preços pagos pelas quatro vencedoras: TIM, Vivo, Claro e Oi. Surpresa até mesmo para a Anatel, a presença da Nextel encontra explicação na falta de faixas para a ampliação de suas operações dentro do próprio SME (Serviço Móvel Especializado). A própria Anatel admite que não há espaço para a expansão da Nextel no seu serviço original por falta de faixas disponíveis – o serviço funciona em 800 MHz e a agência não pretende designar novas freqüências para o SME.

Nova concorrência

Mesmo com a falta de novos blocos, ainda há pequenas faixas de radiofreqüência em 800 MHz que a Anatel pretende colocar à venda para o SME. A agência fez um chamamento público e conferiu que há interesse das atuais operadoras no mercado em concorrer por estas sobras no Estado de São Paulo. A idéia é colocar as faixas à venda ainda no início do próximo ano.

Área da BrT inicia nova disputa

A longa disputa pela área I – Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe – permitiu que apenas um dos lotes correspondentes à região que abrange Sul, Centro-Oeste, Tocantins, Rondônia e Acre fosse colocado à venda nesta terça-feira. Trata-se da área II do bloco J, arrematado pela Vivo por R$ 528,2 milhões. A operadora conseguiu arrematar as duas áreas do bloco J, como planejado, mas teve que se esforçar mais no segundo lote do que no primeiro para arrematar a faixa de seu interesse. Pela área II, a Vivo deu ágio de 132,2% sobre o preço mínimo para fechar a disputa, enquanto no lote da área I, o ágio foi de 89,62%, o mais baixo do dia.

Com o início disputado também para a área II – Brasil Telecom, Claro, TIM e Nextel participaram do repique – a continuação do leilão promete promover novos ágios nessa quarta-feira. A disputa será retomada às 9h, sem previsão de término. Amanhã, também deve ocorrer a concorrência mais aguardada, pelas áreas do Estado de São Paulo. Essas licenças serão vendidas no sistema “filé com osso”: quem arrematar a capital paulista levará a licença da região Norte; e as licenças para o interior do Estado estão casadas com as da região Nordeste.

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