Teles móveis afirmam que foram excluídas no modelo de TV digital

Pela primeira vez, as operadoras de telefonia celular resolveram dar uma resposta ao repertório variado de críticas feitas contra elas pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa. As teles afirmam que no modelo de negócios desenhado para fomentar a TV Digital no Brasil, elas não foram consideradas do ponto de vista financeiro, e portanto, não têm obrigação de 'facilitarem ou induzirem' o projeto.

Por que nós temos que ajudar a TV Digital se ele não é nosso negócio, se não vamos ganhar qualquer remuneração com a política implementada pelo governo (a recepção do sinal no aparelho 3G da TV digital das TVs abertas é gratuita e não há qualquer remuneração para as teles)?', indagou o presidente da TIM, Mario Cesar Araujo. 'É engraçado que essa missão venha para nós, como se fossêmos o elemento de fomento. Não o somos', completou o executivo.

Para Araujo, o modelo escolhido pelo governo, privilegiou o setor de radiodifusão, que brigou para não ter que fazer qualquer repasse financeiro para as teles móveis pela recepção do sinal da programação aberta nos aparelhos 3G, abre caminho para quem quer produzir terminais de TVs de menor polegada – como é o caso, por exemplo, da Gradiente, que já se mostrou disposta a seguir este caminho.

'Que façam os investimentos quem quer fazer. Mas, que não nos cobrem o que não é para ser cobrado. Se não vamos ganhar, não temos nenhuma função de estar neste jogo, onde todos os demais vão ganhar', completou o presidente da TIM.

As teles móveis foram duramente criticadas pelo ministro Hélio Costa durante a cerimônia de lançamento da TV digital, no último dia 02/12, na cidade de São Paulo. Segundo Costa, as 'teles não querem fomentar a TV digital porque vão perder rentabilidade já que o usuário irá deixar de falar ao telefone para ver TV no celular nos engarrafamentos'. Exatamente esta tese foi levada em conta como argumento pelas operadoras.

'Precisamos, sim, de sustentabilidade para nossos negócios. Se fomos excluídos do modelo da TV digital, se ela não vai trazer receita, porque vamos subsidiar aparelhos capacitados para essa transmissão. Não faz sentido algum para nós. Somos empresas e temos que dar lucro, sim, isso não é pecado', frisou o presidente da Vivo, Roberto Lima.

O presidente da Claro, João Cox, foi mais cauteloso em relação ao tema, mas a operadora adotou uma estratégia no lançamento do serviço 3G em 850 MHz – um portfólio diversificado, mas sem qualquer terminal capaz de captar o sinal digital das TVs abertas. Os executivos participaram nesta segunda-feira, 10/12, do Forum TeleQuest 2008, realizado na capital paulista, pelo jornalista Ethevaldo Siqueira.

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