Em 2013, TV digital estará presente em só em 19% do país, prevê estudo

Tecnologia deve atingir só 4% dos televisores em 2008. Adesão da classe A deve ser de 31% ao final de 2008, contra apenas 7% na B e praticamente nula nas demais faixas de renda.

Quando todas as cidades brasileiras estiverem recebendo o sinal digital da TV aberta, em 2013, cerca de 19 milhões de aparelhos devem estar aptos a usufruir da nova tecnologia, o que vai corresponder a 19% dos televisores. No próximo ano, a previsão é que sejam 3 milhões – apenas 4% do total.

"Anualmente são vendidos no Brasil 12,5 milhões de TVs. Estamos falando em cerca de 10% disso", diz Paulo Cury, da Condere, que já atendeu empresas como Globopar, TV Cultura e Net e fez a projeção. O estudo mostrou em números o que o alto preço dos aparelhos já indicava: o nível de penetração será maior na classe A, com renda acima de R$ 6.200.

Ao final de 2008, a adesão dessa parte da população à transmissão digital será de 31%, contra 7% na B (renda entre R$ 2.100 e R$ 6.200) e praticamente nula nas demais faixas de renda, que respondem agora por quase 70% dos 67 milhões de TVs do país, diz o estudo.
"É difícil afirmar se é bom ou ruim [a penetração nas classes A e B], até porque esse é um mercado novo. O importante é ressaltar que o crescimento virá, num primeiro momento, das classes mais altas", avalia.

A parte da população com renda mensal inferior a R$ 2.100 deve ter adesão de apenas 5% (classe C) e 2% (D/ E) em 2013, quando 97% da classe A e 44% da B já estiverem usufruindo da transmissão digital.

Além da faixa de renda, os aparelhos para a TV digital, com conversores a pelo menos R$ 500 e televisões aptas a receber o sinal por no mínimo R$ 8.000 agora no lançamento, devem ter no início um público-alvo específico, os aficionados por novas tecnologias.

Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, cita os "early adopters", aqueles que são sempre os primeiros a consumir lançamentos. Para ele, não se pode ter expectativa muito alta com a TV digital agora. "O importante é começar."

Além dos interessados em novidades, "quem comprará inicialmente serão as pessoas que têm mais de uma TV em casa", afirma Guido Lemos, coordenador do desenvolvimento do Ginga, software que permitirá o envio de dados para as emissoras na TV digital aberta. Aliás, uma das preocupações dos órgãos de defesa do consumidor neste momento de euforia de lançamentos é informar que os aparelhos à venda terão que ser trocados quando essa segunda e principal etapa chegar, já que nenhum deles poderá ser atualizado com o Ginga. A exceção é o decodificador com conversor embutido para os assinantes da Net, que já vem com um software pronto para esse nível de interação.

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