WAN registra 106 mortes de jornalistas em 2007

Segundo relatório apresentado na segunda-feira (19/11) pela Associação Mundial de Jornais (WAN), 106 jornalistas foram assassinados no mundo desde o início de 2007. Quarenta e cinco deles morreram no Iraque, país considerado mais perigoso para o exercício do jornalismo. Os dados chegam perto dos 110 registrados no ano passado, considerados um recorde.

O levantamento feito pela WAN tem números registrados entre junho e novembro. Nesse período, 16 profissionais morreram no Iraque. Se considerarmos as mortes desde 2003, quando as tropas norte-americanas invadiram o país, o número chega a 150.

Para tentar mudar o quadro, jornalistas iraquianos fundaram o Grupo para a Segurança da Mídia Iraquiana (IMSG), iniciativa elogiada pela associação.

América Latina e Central
Sete profissionais de imprensa foram mortos nas Américas Latina e Central. Um deles foi o brasileiro Ajuricaba Monassa de Paula, assassinado por um vereador em Guapimirim (RJ). Três são da Colômbia. A WAN lembra que jornalistas latino-americanos continuam sendo vítimas de "assassinatos, ameaças e assédio" quando investigam temas como corrupção e tráfico de drogas.

Outras regiões
Na Ásia estão “alguns dos regimes mais repressivos do mundo”. Doze profissionais morreram entre junho e novembro (excluindo o Oriente Médio), metade deles no Paquistão.

A maioria dos países do Golfo Pérsico mantém um “controle governamental sobre a imprensa”. A situação nos territórios palestinos piorou com a tomada da Faixa de Gaza pelo Hamas, em junho. A imprensa palestina "está obrigada a ficar a favor do Fatah na Cisjordânia e do Hamas em Gaza para poder trabalhar com segurança, o que compromete sua objetividade”.

Quem cobre o Afeganistão corre o risco de ser assassinado a qualquer momento. O relatório aponta a morte de uma repórter no país.

A associação lembra também a morte da jornalista russa Anna Politkovskaia, cujos assassinos não foram identificados até agora.

Violações à liberdade de imprensa
A entidade denunciou a China, Paquistão, Geórgia, Azerbaijão Mianmar e Somália por "graves violações" da liberdade de imprensa. A WAN exige que os respectivos governos respeitem “plenamente” os padrões internacionais. O Conselho de Administração da WAN, reunido em Viena, aprovou resoluções contra esses seis países.

Só na China, pelo menos 30 jornalistas e 50 ciber dissidentes estão presos.

Quanto ao Paquistão, a WAN criticou "a repressão" da liberdade de imprensa exercida pelas autoridades após a declaração do estado de emergência no início de novembro. Pelo menos cinco profissionais de imprensa foram detidos, diz o relatório.

Na Geórgia, a imprensa foi alvo da "violência policial" e do "fechamento" de várias emissoras independentes durante manifestações recentes da oposição.

O governo do Azerbaijão mostra uma “hostilidade crescente” contra a imprensa independente e de oposição. Oito repórteres estão presos.

O assassinato do fotógrafo japonês independente Kenji Nagai, durante a crise de outubro em Mianmar, também foi condenado pela associação.

Na Somália, a WAN aponta o “recrudescimento da violência” contra a imprensa como impedimento para o livre exercício do jornalismo

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