Modelo brasileiro pode ser exemplo para governança mundial

Rio de Janeiro – A gestão da internet no Brasil pode servir de exemplo para a construção da governança internacional da rede mundial de computadores. A afirmação foi feita hoje (12) pelo membro do Comitê de Gestão Brasileira da Internet, Gustavo Gindre, na abertura do 2º Fórum para a Governança da Internet, no Rio.

Em entrevista à Agência Brasil, Gindre reconheceu que existem dificuldades específicas para o desenvolvimento de um controle mundial da internet. Para ele, encontrar o equilíbrio das forças que devem exercer essa governança é um dos maiores desafios da comunidade internacional. Segundo ele, os níveis de dificuldade em termos mundiais são muito maiores.

Gindre destacou que, no Brasil, o comitê gestor é formado por membros da sociedade civil, incluindo empresários, organizações não-governamentais e universidades, e por um único governo. "E no âmbito internacional, como deve ser feita a seleção dos governos participantes? Que critério usar?", questionou. "Sejam quais forem as conclusões sobre um ponto de equilíbrio para esse espaço", disse ele, "uma coisa é certa: terá que ser ocupado pelo que se chama de multistakeholder [representantes de diversos setores], que é o que se tem hoje no Brasil.”

Para Gindre, no cenário nacional, o maior desafio do Comitê Gestor da Internet é envolver a população no debate. Ele acredita que muitos brasileiros não enxergam a real urgência desse tipo de discussão por entenderem que outras questões têm mais destaque, como a fome, o analfabetismo, a existência de população de rua.

“Apesar disso, a gente tem cada vez mais claro que esse é um tema meio para conseguir tratar todos os outros. É preciso dotar as pessoas da capacidade de se comunicar”, afirmou.

Em discurso na solenidade, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, também classificou de “exitosa” a experiência brasileira na administração dos nomes e domínios da internet usados no país. Ele disse que o modelo integrado por membros da academia, do governo, de entidades da sociedade civil e da iniciativa privada garante “o multilateralismo, a democracia e a transparência fundamentais nesse campo”.  

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