Impacto das tecnologias é destaque na abertura do Cultura Digital

 O impacto das novas tecnologias na sociedade e as recentes transformações impostas pela internet no mercado cultural foram destaques na abertura do espaço de cultura digital "Que porra é essa?", nesta quinta-feira (8), na TEIA 2007. Claudio Prado, coordenador de políticas digitais do Ministério da Cultura (MinC), conta que o nome bizarro é para provocar mesmo. Segundo ele, uma pergunta básica para desencadear o debate em torno de um processo de renovação e inovação inerentes à cena atual. "Passamos por um momento de reinvenção dos indivíduos, da sociedade e das instituições", afirmou ele.

A idéia é estimular a reflexão dentro da TEIA sobre implicações e possibilidades do digital, informa Prado. "Queremos entender, em camadas cada vez mais aprofundadas, o que é isso, afinal, que está revolucionando as relações por todo o planeta". Fenômeno, aliás, que não reconhece classe social e avança sobretudo em lan houses espalhadas por favelas e periferias de todo o país.

A demanda crescente pelo acesso à internet em áreas de exclusão social também é um dos principais temas em pauta no espaço do Cultura Digital na TEIA. Para Claudio Prado, uma amostra evidente da força do digital. "Precisamos prestar atenção a esse crescimento, pois ele transcende o que temos feito, as lan houses são espaços auto-sustentáveis levando tecnologia de ponta a regiões carentes".

Educação digital

A garantia de acessibilidade às novas tecnologias em regiões de exclusão social também foi a tônica de debate realizado nesta tarde no espaço "Que porra é essa?" com integrantes do projeto Casa Brasil. Presente em todos os Estados brasileiros, o projeto de inclusão digital do Governo Federal possui atualmente 90 unidades com uma estrutura composta por telecentro, sala de leitura, auditório, estúdio multimídia e laboratórios de informática.

O foco, no entanto, vai além da capacitação técnica para o mercado de trabalho, de acordo com o Eduardo Ferreira, representante do projeto em Cuiabá (MT). Para ele, a tecnologia é essencialmente uma ferramenta de conhecimento."Estamos priorizando a formação cultural, por meio de oficinas de música, de audiovisual, de literatura, e de informática".

Crítico do universo acadêmico e educacional, Ferreira vê no digital uma alternativa ao atual sistema de ensino. "As escolas hoje não atendem à sociedade, pelo contrário, estão à parte dela". O principal entrave seria o próprio modelo pedagógico vigente, para ele totalmente equivocado. "Defendo universidades e escolas livres, onde o estudante possa escolher o que quiser aprender, por afinidade, por tesão mesmo".

Ele deixa escapar que um projeto está sendo avaliado pelo Governo Federal, cujo objetivo seria justamente promover uma grande transformação na educação brasileira desmontando o formato atual das escolas. "A idéia é modificar tudo, professor, sala de aula, sistemas de avaliação", diz.

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