Controle sobre a mídia também pode melhorar saúde, avalia professora

Maceió – O controle social sobre a mídia é decisivo para garantir que as emissoras de rádio e televisão transmitam uma programação voltada para a melhoria saúde e dos indicadores sociais. Por prestar um serviço público, já que os canais são concedidos pelo governo federal, esses veículos de comunicação devem atuar para fortalecer a cidadania. 

“Sabemos que a mídia tem um papel decisivo para formar a consciência dos cidadãos. Por isso, os conteúdos devem estimular a saúde e a promoção dos serviços públicos”, defende a professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maria Valéria Correia. 

Ela falou ontem (4) durante a 6ª Conferência Estadual de Saúde de Alagoas e convocou os participantes a discutir o conteúdo dos programas na perspectiva da promoção da saúde. “Podemos aproveitar o mote da discussão sobre a renovação de alguns canais para pensar no assunto”.  Hoje (5), vencem as concessões de 28 emissoras de televisão e 153 de rádio, de acordo com o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Entre elas, Globo, Record e SBT.  Com a discussão, a sociedade pode encontrar forma de exercer algum controle sobre a mídia é importante e cobrar dos veículos a abrangência de temas ligados ao interesse público como o acesso à água, alimentação de qualidade, incentivo aos hábitos de higiene e aos direitos humanos.  “Como as concessões são geridas pelo setor privado, têm como objetivo o lucro, o que pode ir de encontro aos interesses da sociedade”.  

Outro problema, destacou, seria a forma como alguns veículos retratam o Sistema Único de Saúde (SUS). “Sempre na lógica de denegrir o público e enfatizar o privado – com o objetivo de estimular os planos de saúde”. E cita a cobertura midiática sobre o SUS. “Claro que o sistema precisa de melhorias, mas apresenta pontos positivos”. Entre eles, a professora Maria Valéria Correia lembra a gestão participativa, com atuação da sociedade nos conselhos de saúde e nas conferências e os serviços como o programa saúde da família – que atua na prevenção de doenças.

“Se tivessem [as emissoras] compromisso com a coisa pública não cobrariam caro dos governos para divulgar campanhas de vacinação, aleitamento materno e doação de órgãos, por exemplo”, disse. “A participação da sociedade aqui [na comunicação] é fundamental”.

0

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *