Novos Funcines se apresentam ao mercado

O aumento do incentivo fiscal para investimento em Funcines, que agora é de 100%, parece ter agitado o setor financeiro, trazendo novos investidores para o cinema e o audiovisual. Como mostrou evento organizado pelo BNDES dentro do Festival do Rio nesta quinta, 27, além do único Funcine em operação, o RB I, da Rio Bravo, novos gestores começam a formar seus fundos. Segundo a chefe do Departamento de Economia da Cultura do BNDES, Luciane Gorgulho, o banco aumentou de R$ 10 milhões para R$ 25 milhões o orçamento destinado a investimento em Funcines. E a tendência é que o valor aumente no próximo ano. Luciane anunciou ainda o investimento de R$ 8 milhões em novo fundo operado pela Lacan em parceria com a distribuidora Downtown.

Diferentes fundos, com características diferentes na política de investimento, devem começar a operar ainda este ano. Entre eles destaca-se o da DGF Investimentos. Segundo Eduardo Pamplona, sócio da empresa, o fundo pretende operar investimentos na área de infra-estrutura. "Não pretendemos investir em projetos de filmes ou distribuição. Daremos preferência a investimentos em produtoras, estúdios e possivelmente em exibição digital", destaca. A idéia, segundo ele, é captar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões para o fundo. "Queremos lançar um fundo destes por ano, chegando a um capital de R$ 200 milhões em quatro anos", explica.

Distribuição

A parceria entre Lacan e Downtown Filmes foi a mais comemorada no evento. Em primeiro lugar, porque foi anunciado o investimento do BNDES. Além disso, a parceria entre fundo incentivado e distribuidora independente criará, conforme explica Bruno Wainer, da Downtown, uma alternativa ao Artigo 3º, mecanismo que de incentivo fiscal para que as majors invistam em co-produção com produtoras brasileiras. "Finalmente terei isonomia para competir com as majors na aquisição de direito de distribuição", explica. Wainer diz que pretende atuar distribuindo exclusivamente filmes brasileiros, usando o dinheiro do fundo para comprar o direito de distribuição, comprando ainda participação nos filmes.

Já o fundo passará a receber parte da comissão de distribuição, do retorno no investimento no lançamento dos projetos (P&A) e terá um equity no filme. A Lacan espera captar pelo menos R$ 12 milhões para o início da operação do fundo, contando os R$ 8 milhões do BNDES. O dinheiro deve ser usado no filmes com maior potencial de mercado que chegam à distribuidora. "Já temos uma carteira de filmes pequenos mesmo sem investir na produção, o fundo servirá para trazer os filmes de maior valor à distribuidora", explica Wainer.

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