Bucci deixa Radiobrás, e diretor de jornalismo assume

SÃO PAULO – Eugenio Bucci não será mais o presidente da Radiobrás a partir da próxima sexta-feira (20). Em seu lugar, assume o diretor de jornalismo da empresa, José Roberto Garcez, nome de confiança de Bucci e que compõem a equipe desde o início de seus trabalhos, em 2003. A transferência de cargo acontecerá na sexta desta semana.

A decisão foi comunicada ao ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social do governo federal, na tarde dessa terça (17). Em entrevista exclusiva à Carta Maior nesta quarta-feira, Bucci explicou que considera “natural e saudável que haja revezamento, reciclagem, renovação, e rodízio nesse tipo de cargo público”. Ele acrescentou que desde 2005 vinha declarando que sua opção seria por ficar apenas durante uma gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Já havia oferecido o cargo, em 31 de outubro do ano passado, mas me dispus a ficar o tempo necessário para realizar a devida transição. Não queria pedir uma demissão unilateral para não causar interrupção administrativa e política”, explicou. Segundo Bucci, seus planos agora são ficar três meses “parado” e “descansando”.

A expectativa é que Bucci ainda colabore com Martins para construir a transição das gestões e concluir algumas missões por ele assumidas no governo. Entre os principais desafios da transição, está a conclusão dos trabalhos do Fórum de TVs Públicas e a construção do projeto de uma rede nacional de TVs Públicas. Um grupo de trabalho coordenado por Martins foi criado nesse sentido em abril, integrado pelos ministérios da Educação, Cultura e Comunicações.

Em maio, o ministro deve apresentar uma proposta inicial ao presidente Lula a respeito da criação da TV, que pode ocorrer ainda em 2007. Uma das possibilidades em estudo é a unificação das estruturas da Radiobrás e das TVEs do Rio de Janeiro e do Maranhão para a criação da rede pública. Segundo notícia publicada pela Agência Brasil (12/04), este núcleo funcionaria como “cabeça de uma rede formada também por emissoras estaduais parceiras, com programação local, de forma a exibir a diversidade cultural do país e formar um novo telespectador”. 

Bucci não vê riscos de o processo de criação da nova estrutura levar a retrocessos no trabalho de democratização da informação desenvolvido até o momento pela Radiobrás. “Acho que pelo contrário. É um desdobramento do que foi feito até agora”. Segundo ele, “certamente a Radiobrás irá participar desse processo de criação da rede”, tanto pelas contribuições que tem dado ao Fórum de TVs Públicas quanto por ser hoje “uma das principais formuladoras do que precisa ser a comunicação pública hoje no Brasil”. 

Bucci acrescentou à Carta Maior que “o trabalho até agora realizado vai ter continuidade, segundo a determinação do ministro Franklin” e disse que deixará o cargo com “o sentimento completo de dever cumprido e, com a devida humildade, muitíssimo satisfeito e realizado”.
 
Para colaboradores da Radiobrás ouvidos pela reportagem, o novo momento deve trazer desafios significativos, e será importante colaborar e participar dos próximos passos para buscar que eles levem a avanços e não a retrocessos. Ao ser indagado a respeito dessas expectativas, Bucci procurou deixar um recado tranqüilizador: “tenho certeza de que o Garcez poderá fazer muito mais e melhor do que fizemos até aqui”. 

A reportagem procurou nesta quarta-feira falar com Garcez e com a assessoria de imprensa de Franklin Martins sobre a mudança, mas até o fechamento do texto ainda não havia conseguido um retorno, que pode ocorrer ainda nesta quarta.

Para acessar a matéria original no site da Carta Maior, clique aqui.  

 

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