Telefônica quer popularizar TV paga no Brasil

BRASÍLIA – A Telefônica quer levar a TV por assinatura para o mercado de baixa renda do Brasil.

A iniciativa faz parte do esforço para oferecer uma variedade de serviços no país, afirmou o presidente da filial brasileira da companhia espanhola, Antônio Carlos Valente.

'Queremos popularizar a TV paga no Brasil', disse o executivo em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira. 'As companhias telefônicas no Brasil têm expertise em levar serviços para todos os setores da sociedade, o que não está acontecendo com a TV paga', acrescentou.

A Telefônicaaguarda posição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a compra de parte da operadora de TV por assinatura TVA, do grupo Abril, que tem 320 mil assinantes de televisão paga e mais 60 mil de Internet rápida.

Separadamente, a Telefônica está esperando aprovaçãoda Anatel para uma licença de televisão por satélite. A companhia já oferece serviços de TV por satélite no interior de São Paulo por meio da parceria com a empresa DTHi.

A iniciativa da gigante espanhola no mercado de TV paga do Brasil sofre oposição de empresas do setor, como a Net Serviços, que afirmam que a entrada das companhias de telefonia no segmento vai minar competição por gerar concentração de empresas.

Apesar do mercado de telecomunicações do Brasil ser muito 'maduro', Valente espera que o faturamento da indústria cresça a um ritmo anual de 4 a 5 por cento nos próximos anos.

Ele afirmou que a TV por assinatura na América Latina não está bem explorada porque as operadoras têm concentrado esforços no mercado de alta renda.

Enquanto o número de usuários de telefones celulares no país ultrapassa os100 milhões, somente 4 milhões de pessoas assinam serviços de TV paga.

Valente disse que a Telefônica adotará estratégia de preços flexíveis. A operação em parceira com a DTHi cobra mensalidade de cerca de 40 reais por um pacote básico de canais, quase metade do preço de operadoras rivais.

O executivo, que já integrou a cúpula da Anatel, citou o sucesso da Telefónica em ampliar a base de assinantes de TV paga no Peru e no Chile. A estratégia da companhia é adquirir canais de distribuição que melhor atendam o mercado para oferecer pacotes de serviços de telefonia, transmissão de dados e vídeo.

'O mercado quer esta oferta de produto integrado e você pode usar várias tecnologias para alcançá-lo', disse Valente.

A empresa ainda aposta na telefonia fixa tradicional, menos lucrativa. 'Ainda há excelentes oportunidades para todos os serviços de linha fixa', disse o executivo, citando planos de ofertas de linhas com descontos para as classes de baixa renda.

A Telefônica planeja investir 15 bilhões de reais no Brasil nos próximos quatro anos. Raymond Colitt, da Reuters

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