Redação – Tele.Síntese
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) divulgou relatório nesta quarta-feira (19) que coloca a banda larga móvel brasileira como a mais cara e a mais lenta na comparação com uma cesta de países em desenvolvimento que inclui Quênia, Marrocos, Sri Lanka, Turquia e Vietnã. Enquanto a média de velocidade da internet móvel nesses países varia de entre 1,8 Mbps e 7,2 Mbps, ao preço de US$ 4 por megabyte, no Brasil o serviço não passa de 1 Mbps, mas ao custo salgado de US$ 51.
O preço dos pacotes de dados também é significantemente maior no país, com um plano de 1 GB custando em média US$ 51,27, enquanto a média nos outros países é de US$ 19,99. Esse valor representa, no enanto, representa cerca de 9,60% do salário, na média dos sete países, e pode chegar a 35,5% no caso do Quênia, onde a banda larga móvel custa US$4 por Mbps. No Brasil, essa porcentagem cai para 5,9%, mas o país ainda perde para Marrocos, Turquia e Sri Lanka, onde o consumidor paga apenas 5%, 2,3% e 2,2% do seu salário, respectivamente.
Já no caso da banda larga fixa, o Quênia tem o preço mais caro, a US$ 154 por Mbps, embora a velocidade média do serviço seja de apenas 256 Kbps (o que contrasta com os 7,2 Mbps da banda larga móvel no país). O Brasil fica em segundo lugar com US$ 61 por megabyte e uma velocidade média de 512 Kbps, ante média de US$ 25 e 970 Kbps.
No relatório, a UNCTAD aponta o alto preço da internet como um dos principais entraves para as empresas em países em desenvolvimento. Segundo a pesquisa, a alta penetração do celular nesses países, além do menor preço e a possibilidade de pagamento pré-pago, não exigindo uma linha de telefone fixo, tornam a banda larga móvel mais popular entre consumidores. O estudo se baseia nas tarifas praticadas por operadoras nos sete países em março de 2011.