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Para Gadelha, debate sobre revisão da política de telecom pode incluir TV digital

O secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Augusto Cesar Gadelha, acredita que, nas consultas públicas para discussão de um novo modelo de telecomunicações no país, poderia-se tentar questionar a destinação integral dos 6 MHz da TV digital os atuais radiodifusores da TV aberta. No modelo de TV digital adotado pelo Brasil, de base japonesa, optou-se por privilegiar a transmissão em alta definição, e não compartilhar a freqüência, porque, na opinião do secretário, não haveria mercado publicitário para sustentar novas emissoras.

Mesmo assim, ele acredita que alguém possa tentar mudar o modelo da radiodifusão no país, sugerindo, por exemplo, a figura do operador de rede ou outra forma de compartilhamento durante os debates do novo modelo de telecomunicações. "Possivelmente, alguém pode tentar. Não sei se vai conseguir que os radiodifusores estejam maduros para aceitar isso", disse, hoje, em Porto Alegre, durante o primeiro dia do Fórum Internacional do Software Livre, que vai até dia 19.

Para Gadelha, a opção do governo brasileiro pela alta definição, em vez de abrir novos canais, "foi corajosa". "Agora, os países europeus estão buscando a alta definição, porque descobriram que é isso que atrai o espectador", afirmou. Ele avalia que, no Brasil, para chegar nas classes C, D e E, a alta definição leve cerca de três anos.

A pedido da Abert, Anatel prorroga consulta pública de canais UHF

A Anatel decidiu prorrogar para até o dia 26 de novembro a consulta pública 833, que destina 10 novos canais de UHF para geradoras de TV. A consulta, cujo prazo para contribuições terminava hoje, foi atacada com veemência pelos radiodifusores, já que, pela proposta, a agência iria destinar quatro desses canais, nas cidades pequenas, para as operadoras de telecomunicações de telefonia fixa, de comunicação multimídia ou de telefonia celular também prestarem o serviço.

A reação dos radiodifusores contou com o apoio do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que na semana passada encontrou-se com o presidente Lula para reclamar da proposta da agência. Com tanta pressão, a Anatel decidiu chamar os dirigentes da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV), que representa as emissoras comerciais de TV para conversar, e prorrogou o prazo de envio de sugestões.

Com a mudança sugerida pela agência, as repetidoras de TV que hoje ocupam os canais 60 a 69 no espectro de UHF serão transferidas para outras bandas, para que, em 700 cidades de médio porte e capitais brasileiras onde as freqüências estão congestionadas, possam ser implantados os canais de TV pública criados pelo governo. Nos demais quatro mil municípios, conforme a consulta,  seriam alocados seis canais de 6 MHz para as emissoras de TV tradicionais e outros quatro canais seriam destinados para empresas de telecom.