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Rádios comunitárias protestam em Porto Alegre

Representantes de rádios comunitárias do Estado protestam em Porto Alegre nesta quarta-feira, dia 24 de agosto. Pela manhã, se dirigem até a Agencia Nacional de Telecomunicações (Anatel) para cobrar o fim da perseguição às emissoras por parte do órgão. Às 14 horas, tem início o seminário que ocorre no Plenarinho da Assembleia Legislativa e que se estende até perto das 17 horas, quando representantes do movimento se reunirão com o governador Tarso Genro e com a secretária de Comunicação e Inclusão Digital, Vera Spolidoro.

A data celebra os 15 anos de fundação da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), ocorrida no dia 25 de agosto de 1996, em São Paulo. Atividades também vão ocorrer em outras partes do país.

Os protestos também vão marcar o início da reconstrução da Lei 9.612, de 1998. De acordo com a Abraço, é preciso melhorar a lei para garantir a manutenção do serviço de radiodifusão comunitária no país. O objetivo é reunir um milhão de assinaturas até 18 de outubro de 2011.

O que as rádios comunitárias reivindicam

– Financiamento público para as emissoras: o Governo Estadual assumiu o compromisso de repassar 20% do bolo publicitário para a mídia alternativa, onde estão incluídas as rádios comunitárias. Ao invés disso, as rádios comunitárias reivindicam o financiamento público, pois integram o setor público de comunicação e precisam de apoio para manter suas estruturas;

– Projetos de capacitação: o artigo 20 da Lei 9.612 diz que o poder público deve “organizar cursos de treinamento, destinados aos interessados na operação de emissoras comunitárias, visando o seu aprimoramento e a melhoria na execução do serviço”. A Abraço apresentou um projeto ao Governo do Estado. Reivindica a sua implantação.

– Choque de sinal, fim da indústria de multas e digitalização do rádio: emissoras dentro da lei têm problemas de transmissão. O caso mais sério é o choque entre o sinal de emissoras situadas em municípios vizinhos. As emissoras querem o aumento de potência e a liberdade para a troca de freqüência. Mesmo com projetos técnicos justificando a necessidade de troca e frequencia, o Ministério das Comunicações tem negado o ajuste para que as emissoras possam ser ouvidas. Essa confusão gera multas pesadas sobre emissoras que modificam a frequência para serem ouvidas. Sobre a digitalização do rádio, as rádios comunitárias reivindicam o desenvolvimento de um sistema brasileiro, evitando o pagamento de royalties (valor anual).

Abraço quer criação de subsecretaria de Rádio Comunitária no Minicom

A direção da Associação Brasileira de Rádio Comunitária (Abraço) entregou uma pauta de reivindicações com 13 itens ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em reunião nesta segunda-feira (7). A entidade, entre outras coisas, pede o cumprimento do acordo firmado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criação de uma subsecretaria de Radiodifusão Comunitária no Minicom.

Para o coordenador-executivo da Abraço, José Sóter, a criação de um departamento dedicado ao setor, ligado à Secretaria de Assuntos de Comunicação Eletrônica, como já prometeu Bernardo, é insuficiente. “No governo passado já havia a gerência de Rádio Comunitária, mas os problemas enfrentados pelas emissoras não eram resolvidos”, reclama.

Outro ponto da pauta pede a suspensão do arquivamento sumário de processos de emissoras que iniciaram suas transmissões que iniciaram suas transmissões antes de receberam as autorizações. “Isso vem acontecendo pela omissão do governo e do excesso de burocracia, além da falta de informações concretas do Minicom”, explica Sóter.

A entidade pede ainda que o Minicom crie uma comissão permanente de negociação visando o encaminhamento e resolução de problemas decorrentes da adoção de critérios excludentes e pelo aperfeiçoamento do serviço, com a meta de chegar a 2014 com 10 mil autorizações de rádios comunitárias. “Com essa meta, o Brasil terá o maior sistema de comunicação pública popular do mundo”, disse Sóter.

Segundo o coordenador-executivo da Abraço, o ministro Paulo Bernardo se comprometeu em estudar a pauta de reivindicações e marcar nova conversa em breve. “Só ele assumir a interlocução com a radiodifusão comunitária já será um avanço, porque não tivemos isso com os ministros anteriores”, disse Sóter.

Entidade quer criação de subsecretaria de Rádio Comunitária

A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) irá fazer em breve uma reunião com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para cobrar dele o compromisso firmado pelo governo Lula durante a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (em dezembro de 2009) com as emissoras comunitárias. Uma das principais reivindicações é a criação da Subsecretaria de Radiodifusão Comunitária.

Atualmente a análise dos pedidos para criação de novas rádios comunitárias é feita pelo mesmo grupo que cuida das outorgas das emissoras comerciais. Para a Abraço, a nova subsecretaria agilizaria os processos e fortaleceria a política para o setor dentro do governo. O pedido consta em um documento que possui mais 12 reivindicações e foi assinado por representantes do Ministério das Comunicações (Minicom), Secretaria Geral da Presidência da República e Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

“Acordos são para sempre cumpridos”, ressaltou o coordenador da Abraço, José Sóter. O ministro Paulo Bernardo ainda não se manifestou sobre o assunto. Disse apenas, em sua posse, que pretende fortalecer as rádios comunitárias. Sobre o organograma do Ministério, o que está certo por enquanto é a criação de uma secretaria que vai centralizar as políticas de inclusão digital do governo.

Além da criação da subsecretaria, a carta de reivindicações ainda contém questões como a abertura de aviso de habilitação permanente, com preferência para as regiões não atendidas por rádios comunitárias; realização de mutirão para colocar em dia os processos que estão em trâmite no Minicom; criação de representações estaduais do Ministério (atualmente só existem cinco delegacias regionais) e destinação de publicidade institucional e de utilidade públicas para as rádios comunitárias, considerando a lei.

O coordenador da Abraço, José Sóter, avalia que o novo cenário dentro do Ministério das Comunicações está mais propício a avanços para seu setor. “O fato de o ministro ser uma pessoa que não é ligada aos interesses do mercado já é positivo”, analisa Sóter.

Mas não será fácil para o novo governo resolver o déficit histórico com os radiodifusores comunitários. Sóter avalia que o governo Lula também não desfez essa dívida. Em sua avaliação, o Minicom nos últimos oito anos manteve a lógica de tratar desigualmente as rádios comunitárias e as emissoras comerciais. Ele lembra, por exemplo, que o Minicom sequer mandou representação para os congressos da entidade, enquanto sempre deu suporte aos eventos das entidades que representam os veículos comerciais.

Para Sóter, o atual governo deve mesmo fazer profundas mudanças dentro do Minicom. Elas passam, em sua opinião, por mudanças na lógica das políticas, na reorganização de sua estrutura e também nos recursos humanos da pasta. Sóter denuncia a existência de funcionários do Ministério que cobram dinheiro para agilizar determinados processos para funcionamento de rádios comunitárias. A Abraço afirma que vai levar essa denúncia ao ministro.