Arquivo da tag: Publicidade Oficial

Planalto renova contratos de publicidade com três agências por R$ 187,5 milhões

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República prorrogou, por um ano, os contratos das três agências de publicidade que servem o governo federal, informou O Estado de S. Paulo, na última segunda-feira (21/1).

Leo Burnett, Propeg e Nova/SB terão os seus contratos, no valor global de R$ 187,5 milhões, renovados até janeiro de 2014. As três empresas foram contratadas em janeiro de 2012 por R$ 150 milhões. Em agosto, foi firmado termo aditivo que reajustou o valor para os R$ 187,5 milhões atuais.

A renovação foi feita com base no artigo 57 da lei 8.666, que prevê a prorrogação dos serviços “por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses”. No contrato assinado, não foram descritas quais seriam as condições vantajosas para o governo federal.

Entidade defende publicidade estatal para pequenas empresas de mídia

A Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) promete atuar junto ao governo federal nesse ano em busca de políticas públicas de incentivo à mídia alternativa. No último 12 de dezembro, em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, Renato Rovai, presidente da Altercom, defendeu que 30% das verbas publicitárias do governo sejam destinadas às pequenas empresas de comunicação.

A audiência convocada por sugestão da deputada Luciana Santos (PcdoB-PE), contou com a participação de João Brant, pelo Coletivo Intervozes, Rodolfo Machado Moura, pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), e Tallis Arruda, pela Aner (Associação Nacional dos Editores de Revista), além do presidente da Altercom. Rovai ainda sugeriu à deputada nova audiência em março, desta vez em São Paulo, e com a presença de representantes da Secretaria de Comunicação (Secom). Para ele a participação de veículos de mídia livre e alternativa seria ampliada e o debate ganharia mais interação com a sociedade.

Na sequência, na sexta-feira (14), Renato Rovai (revista Fórum), Wagner Nabuco (revista Caros Amigos) e Joaquim Palhares (portal Carta Maior), representando a Altercom, realizaram uma audiência com a ministra da Secretaria de Comunicação da presidência da República, Helena Chagas, também para tratar da questão da publicidade governamental. Apesar da receptividade da ministra, ainda não existe compromisso para que o assunto seja levado adiante.

A prática já é realidade em outros setores produtivos. Para citar um exemplo, no âmbito do PNAE (Programa Alimentação Escolar), a compra de alimentos para a merenda escolar tem 30% dos recursos repassados destinados à produção vinda da "agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas". A medida é garantida pela lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009.

O mesmo ocorre no Fundo Setorial do Audiovisual, onde a lei Nº 12.485, de 12 de setembro de 2011, garante cota de participação para as regiões onde o setor é mais frágil. Do total de recursos do Fundo, "30% deverão ser destinadas a produtoras brasileiras estabelecidas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, nos critérios e condições estabelecidos pela Agência Nacional do Cinema – Ancine". Não fosse a lei, os recursos do audiovisual provavelmente se concentrariam todos na região Sudeste, onde também estão as maiores produtoras do setor.

Democratização da mídia

Desde 2010, com o Programa Nacional de Direitos Humanos – 3, o país tenta colocar em pauta a democratização da mídia. O PNHD-3 falava em sua diretriz 22 sobre a revisão de concessões de rádio e TV e um ranking que mostrasse tanto os maiores infratores de direitos humanos, como também os meios de comunicação que mais contribuíam para a afirmação dos mesmos. O documento foi mal recebido pela grande mídia que prefere a 'autorregulação' para evitar a perda de seus privilégios.

A mesma autorregulação é defendida pelas agências de publicidade quando se trata do conteúdo de suas produções, mas, ironicamente, não é paradigma para seu modelo de remuneração, no qual vale a medida anti-liberal regulamentada pelo decreto nº 57.690/66. Ele determina que "fará jus ao 'desconto padrão de agência' não inferior a 20% (vinte por cento) sobre o valor dos negócios que encaminhar ao Veículo por conta e ordem de seus Clientes". O mesmo decreto ainda define que "os serviços e os suprimentos externos terão os seus custos orçados junto a Fornecedores especializados, selecionados pela Agência ou indicados pelo Anunciante. O Cliente deverá pagar à Agência 'honorários' de 15% (quinze por cento) sobre o valor dos serviços e suprimentos contratados com quaisquer Fornecedores". Na prática, quanto mais uma agência concentra suas peças publicitárias num só meio, maior é sua bonificação.

A bonificação por volume é uma espécie de jabá baseado numa porcentagem a ser paga além do contrato para os anúncios em um mesmo meio de comunicação. Atualmente, segundo informações de mercado, ela equivale a cerca de 70% do faturamento das agências,  é regulamentada pela lei Nº 12.232, de 29 de abril de 2010 do deputado José Eduardo Cardozo, atual Ministro da Justiça. Fica claro que no setor privado essa prática favorece os atuais oligopólios da comunicação, afinal, as pequenas empresas não têm o aporte financeiro dos grandes grupos para conceder esse tipo de remuneração às agências. Se antes os BVs eram usuais em caso de anunciantes privados, após a lei, a prática avançou também para clientes públicos.

Segundo reportagem de Breno Costa e Leandro Colon da Folha de S. Paulo, 10 veículos de comunicação concentram 70% dos recursos de publicidade da administração direta do governo federal no primeiro ano e meio do governo Dilma. Só a TV Globo ficou com aproximadamente metade dos 70%, ou seja, 35% da verba total do governo brasileiro neste período. O próprio grupo Folha e o Estado de S. Paulo também abocanharam grandes quantias, mas a segunda maior beneficiada foi a rede Record com 24 milhões de reais, menos da metade da Globo Comunicação e Participações S.A.

A justificativa da Ministra da Secom Helena Chagas na época da publicação da matéria da Folha de S. Paulo, em 13/09/2012, foi de que "é inevitável que o maior volume de pagamentos seja dirigido a meios e veículos de maior audiência, que atingem um maior público, como é o caso da televisão".

Os representantes da Altercom também chamaram a atenção para o fato de que os critérios de "mídia técnica" sejam discutidos à luz de padrões mais plurais, não se resumindo apenas ao custo por audiência. Hoje, a "mídia técnica", na opinião da entidade, é intoxicada pelo pagamento do BV que as agências recebem dos grandes veículos.

Vice de Serra é processado por desviar dinheiro público para Veja

O ex-secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider (PSD), escolhido como candidato a vice na chapa do tucano José Serra, que disputa a prefeitura de São Paulo, é acusado de desvio de dinheiro público da prefeitura e do governo do Estado para favorecer a Fundação Victor Civita – ONG ligada ao grupo Abril, proprietário da revista Veja. O processo, publicado em 4 de julho, tramita na 12ª Vara da Fazenda Pública.

A acusação da promotoria responsabiliza Alexandre Schneider (PSD) pelo compadrio político, violando o princípio da impessoalidade.

Schneider contratou o pessoal da fundação para prestação de serviço de “Formação Continuada para Diretores e Supervisores” durante o período em que foi secretário de Educação na administração do atual prefeito Gilberto Kassab.

Segundo a denúncia dos promotores, a escolha da ONG ligada à Veja foi feita “a dedo” e ilegalmente, dispensando a necessária licitação, já que havia muitas outras instituições qualificadas a prestar o serviço.

Terceirização da roubalheira

Para piorar a denúncia, o curso de capacitação não foi prestado pela fundação, que contratou outra ONG para isso, o Instituto Protagonistés, presidido pela tucana Rose Neubauer, que foi secretária de Educação no governo Mário Covas e amiga de Schneider.

Outra vantagem de ser amigo do rei é que a editora Abril não precisou imprimir as apostilas do curso, nem pagar por sua impressão. As cartilhas do projeto foram impressas na gráfica da Imprensa Oficial do Estado. A ONG de Veja arcou apenas com os custos do papel utilizado, sem ressarcir aos cofres públicos o valor dos serviços dos funcionários e outras despesas diretas ou indiretas, causando prejuízo ao erário estadual. O presidente da Imprensa Oficial que autorizou a maracutaia era Hubert Alquéres, outro a compor esta “ação entre amigos” demotucanos, segundo a denúncia.

A ação teve origem em representação apresentada pelo então vereador Beto Custódio (PT-SP). O Ministério Público pede a devolução aos cofres da prefeitura o valor de R$ 611.232,00, além de outras punições cabíveis.

Governo concentra 70% da verba de publicidade em 10 empresas

Desde o início do governo Dilma Rousseff, mais de R$ 161 milhões foram repassados para emissoras de TV, jornais, revistas, rádios, sites e blogs. Deste total, R$ 111 milhões se concentraram em dez empresas, em especial TVs. Cabe ressaltar que os números não incluem a publicidade de empresas estatais federais.

A Globo Comunicação e Participações S.A., que é responsável pela TV Globo e sites ligados à emissora, recebeu R$ 52 milhões, quase um terço da verba entre janeiro de 2011 e julho deste ano. A segunda colocada é a Record, com R$ 24 milhões.

De acordo com a ministra da Secom, Helena Chagas, o governo segue critérios de audiência. "É inevitável que o maior volume de pagamentos seja dirigido a meios e veículos de maior audiência, que atingem um maior público, como é o caso da televisão".

A Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha, recebeu R$ 661 mil. A Infoglobo, que edita o jornal "O Globo", R$ 927 mil. O jornal "O Estado de S. Paulo", R$ 994 mil. O portal UOL, controlado pelo Grupo Folha, recebeu R$ 893 mil.

Os valores aparecem sempre associados às empresas que receberam o pagamento, não aos veículos que divulgaram os anúncios.

TV lidera recebimento de publicidade federal

Dados inéditos sobre a distribuição da verba de propaganda do governo federal revelam que dez veículos concentram 70% do dinheiro distribuído para mais de 3.000 veículos de comunicação.

Levantamento feito pela Folha nos dados divulgados pela Secretaria de Comunicação Social, vinculada à Presidência, mostra que, desde o início do governo Dilma Rousseff, mais de R$ 161 milhões foram repassados para emissoras de TV, jornais, revistas, rádios, sites e blogs.

Do total, R$ 111 milhões se concentraram em dez empresas, em especial TVs.

Os números não incluem a publicidade de empresas estatais federais.

A Globo Comunicação e Participações S.A., responsável pela TV Globo e sites ligados à emissora, ficou com quase um terço da verba entre janeiro de 2011 e julho deste ano, R$ 52 milhões. A segunda colocada é a Record, com R$ 24 milhões.

A ministra da Secom, Helena Chagas, diz que o governo segue critérios de audiência. "É inevitável que o maior volume de pagamentos seja dirigido a meios e veículos de maior audiência, que atingem um maior público, como é o caso da televisão".

A Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha, recebeu R$ 661 mil. A Infoglobo, que edita o jornal "O Globo", R$ 927 mil. O jornal "O Estado de S. Paulo", R$ 994 mil. O portal UOL, controlado pelo Grupo Folha, recebeu R$ 893 mil.

Os valores aparecem sempre associados às empresas que receberam o pagamento, não aos veículos que divulgaram os anúncios.

Em julho, a Folha recebeu resposta negativa da Secom ao tentar obter esses dados baseado na Lei de Acesso à Informação. O governo disse na época que os pagamentos eram feitos a agências de publicidade, e não diretamente aos veículos.

Ao justificar ontem a decisão de passar a divulgar as informações, a Secom informou que fez isso para tornar o processo mais transparente.

Sobre a verba destinada aos veículos de pequeno porte, a secretaria diz que eles fazem parte de política de regionalização do governo.