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Fundo Setorial do Audiovisual vai investir R$ 25 milhões em 16 filmes brasileiros

Dezesseis filmes de longa-metragem de nove empresas distribuidoras independentes brasileiras e 14 produtoras foram contemplados com R$ 25 milhões da Linha C do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Esta é a primeira chamada pública do FSA deste ano anunciado hoje (10) pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O FSA objetiva promover o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva audiovisual no Brasil. Este ano, o total disponibilizado pelo fundo ao mercado audiovisual alcança R$ 84 milhões.

A chamada pública recebeu 25 propostas de investimento. A Linha C do FSA funciona por meio de operações de investimento em aquisição de direitos de distribuição de filmes de longa-metragem de produção independente. Os recursos são aplicados na produção do projeto.

O presidente da Ancine, Manoel Rangel, ressaltou a importância desse apoio governamental para o setor audiovisual nacional. “São R$ 25 milhões, do qual vão resultar 16 filmes brasileiros, que estarão em mãos de nove distribuidoras brasileiras. Com isso, elas terão as condições para fazer chegar ao conjunto da sociedade brasileira o melhor da produção cultural, da capacidade dos nossos talentos, da invenção dos nossos artistas, com histórias da realidade brasileira que vão fazer rir, que vão permitir conhecer melhor aspectos da vida nacional”.

Rangel enfatizou que os filmes selecionados irão contribuir para uma maior ocupação do mercado com produtos e empresas brasileiros. “E se incorporam ao patrimônio cultural do país”. Ele antecipou que ao longo dos próximos 30 dias, a Ancine estará divulgando o resultado de outras chamadas públicas no âmbito do FSA. Serão anunciados os resultados das linhas que investem na produção de filmes diretamente e em produção independente de filmes para televisão, além da linha de comercialização, que apoia o lançamento dos filmes.

“É bastante provável que, no final do processo de seleção, o Fundo Setorial do Audiovisual apoie algo em torno de 60 filmes e obras para televisão, constituindo, portanto, um apoio indispensável para o fortalecimento do mercado brasileiro”, disse o presidente da Ancine. O Brasil tem lançado, em média, 85 filmes por ano. “O FSA vai estar presente, pelo menos, em 40 a 45 filmes a cada ano”, declarou.

As distribuidoras independentes selecionadas nessa primeira chamada pública são a Ciclorama Filmes, Downtown Filmes, Film Connection, Imagem Filmes,  Pandora Filmes, Paris Filmes, RioFilme, Vinny Filmes e Vitrine Filmes. Dentre os projetos contemplados, o investimento de maior valor da Linha C do FSA (R$ 3 milhões) será feito no longa-metragem Muita Calma Nessa Hora 2”, da distribuidora Downtown Filmes, enquanto o de menor valor (R$ 342 mil) se destina à obra Aspirantes, da Ciclorama Filmes.

 

Mercado de cinema bate recordes no Brasil em julho

Confirmando o bom momento vivido pelo cinema no Brasil, levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual revela que vários recordes foram quebrados em julho, considerando-se as três últimas décadas. Além disso, o ano de 2011 tem mostrado mais freqüência do público brasileiro ao cinema que os anos anteriores.

Com cinco finais de semana, o mês de julho teve uma venda total de 19,749 milhões de ingressos, 900 mil a mais que o recorde mensal anterior, de julho de 2010.

Para agosto, a previsão é que se estabeleça novo recorde, com a ampliação do número de ingressos vendidos para filmes nacionais em 12 meses e com a quantidade total de bilhetes vendidos.

A seguir, outros dados extraídos do OCA:

– Junho marcou um novo recorde para o número de ingressos vendidos em 12 meses: cerca de 144 milhões de espectadores; no ano de 2011, até julho foram vendidos aproximadamente 89 milhões de ingressos.
– Em 12 meses, os filmes brasileiros venderam 30 milhões de ingressos – 1,4 milhão a mais do que o recorde anterior para o período, de março de 2011.
– Nos sete primeiros meses deste ano, o cinema nacional vendeu cerca de 12 milhões de ingressos, superando em 600 mil ingressos o recorde anterior, dos sete primeiros meses de 2009.
– No primeiro semestre de 2011, o desempenho dos filmes brasileiros foi 28% superior ao de 2010, o que projeta um desempenho no ano superior ao recorde anterior, de 2009.

 

Fonte: Boletim da Ancine

Gil defende reformulação da Lei Rouanet

A Lei Rouanet precisa ser melhorada. A opinião é do próprio ministro da Cultura, Gilberto Gil, que diz estar “considerando”, desde que assumiu o ministério, a necessidade de reformular a lei que permite a isenção fiscal a partir da destinação de recursos para a produção artística (Lei 8.313, de 1991).

De acordo com o ministro, a legislação tem permitido, entre outras coisas, que as empresas invistam apenas em espetáculos e ações de grande visibilidade, em sua maioria, na Região Sudeste e ao longo do litoral.

“É necessário corrigir mecanismos na lei que permitam o cumprimento da exigência de regionalização, do compromisso com a produção artística local”, disse Gil à Agência Brasil enquanto retornava de sua viagem de dois dias ao Amazonas.

Gil promete levar o assunto ao Congresso Nacional ainda este ano e garante que reivindicações da classe artística, como a possibilidade de o Estado promover investimentos diretos, com orçamento próprio, serão levados em consideração.

“Isso tem de estar casado com a capacidade orçamentária do ministério. Para você transformar aportes que estão vindo de renúncia fiscal em aportes que venham diretamente do orçamento, através de uma lei de fomento à produção artística, é preciso uma melhoria do nosso orçamento. Com o atual, não podemos fazer isso.”

Em linhas gerais, setores da classe artística defendem que o próprio ministério poderia administrar a aplicação dos recursos obtidos com a lei, tirando dos departamentos de marketing das empresas o poder de escolher onde investir.

Gil visitou o Amazonas acompanhando a comitiva liderada pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger. Até a chegada de Gil, na tarde da última quinta-feira (17), o grupo já havia visitado Belém e Santarém, no Pará. A viagem serviu para que autoridades federais e o grupo que assessora Mangabeira Unger discutissem com governadores, secretários estaduais, prefeitos, empresários, acadêmicos e representantes da sociedade civil, um projeto de desenvolvimento econômico sustentável para a região.

Gil classificou a viagem como “surpreendente”. “Mais que estimular [a reflexão] sobre o fortalecimento dos programas ministeriais existentes e a criação de novas ações para a região, a viagem nos estimula a propor uma atuação mais articulada com essa perspectiva de que todas as ações devem contribuir para a construção de um programa como o proposto pelo professor Mangabeira”, disse, em alusão ao documento de dez páginas escrito pelo ministro de Assuntos Estratégicos e apresentado como “uma provocação ao debate”, e não como uma sugestão de programa ou proposta oficial.

Ao visitar ontem a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, próxima a Tefé (AM), o ministro chegou a propor a criação de pontos de cultura no local.

“Isso pode ser feito diretamente pelo ministério, mas o ideal é que já venha de um convênio de compartilhamento de recursos com o governo estadual. Poderíamos fazer uns cinco ou seis pontos de cultura nas reservas ecológicas Mamirauá e Amanã”, disse Gil, sugerindo que, para aproveitar o sistema hidroviário, os equipamentos funcionassem em barcos, principal meio de transporte local.