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20 anos da Constituição e o Capítulo V – Da Comunicação Social

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Cobertura especial: Concessões de rádio e TV no Congresso

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O primeiro ano do SBTVD e a implantação da TV Digital no Brasil

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O 6 primeiros meses da Empresa Brasil de Comunicação

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Mudanças na Regulação de Telecomunicações e a fusão BrT-Oi

Fórum de TVs Públicas lança 2º caderno de debates

Os grupos temáticos de trabalho do I Fórum Nacional de TVs Públicas concluíram a etapa de mapeamento do diagnóstico do segmento do campo público de televisão e de elaboração das pautas a serem levadas para a plenária do encontro, que ocorrerá em maio deste ano. As conclusões e os relatórios estão reunidos no Caderno de Debates Volume 2, que foi apresentado nesta segunda, 9 de abril, durante uma cerimônia no Palácio Gustavo Capanema, Sede do Ministério da Cultura (Minc) no Rio de Janeiro.   

O primeiro caderno de debates está disponível aqui.
O segundo caderno de debates está disponível aqui.

No mesmo evento, o Intervozes apresentou aos membros do governo federal, das associações das emissoras do campo público e das organizações sociais que participam do fórum um documento com reflexões e propostas para a constituição de um Sistema Público de Radiodifusão (confira o documento clicando aqui). 

Caderno de Debates   
O segundo volume da publicação Caderno de Debates: Relatórios dos Grupos Temáticos de Trabalho foi desenvolvido e produzido a partir de uma série de reuniões realizadas, no mês de dezembro, pelos oito grupos temáticos. Cada grupo contou com a participação de representantes do Governo Federal, entidades do campo público de televisão e da sociedade civil. Os grupos temáticos são: Missão e Finalidade das TVs Públicas, Configuração Jurídica Institucional, Legislação e Marcos Regulatórios, Programação e Marcos de Negócios, Tecnologia e Infra-Estrutura, Migração Digital, Financiamento e Relações Internacionais.  

Fórum de TVs Públicas  
As plenárias finais para a realização do Fórum Nacional de TVs Públicas terão lugar em Brasília, entre os dias 8 e 11 de maio, com a participação de representantes de emissoras de TV e radiodifusoras públicas e educativas, TVs universitárias, TVs comunitárias, TVs legislativas, expositores internacionais, instituições participantes dos grupos temáticos de trabalho, autoridades do Governo Federal, secretários estaduais de Cultura, organizações da sociedade civil e parlamentares. 

Durante o evento, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que a televisão pública foi desprezada no país. Por isso, acrescentou, é preciso modernizar e atualizar esse tipo de emissora. Ele lembrou que a TV pública recebeu um certo investimento durante o regime militar, mas, nos anos seguintes, foi perdendo espaço no país.  

Gil afirmou ainda que a discussão sobre TV pública recebe 'amplo apoio' do governo federal, e está sendo consolidada,nos diversos setores da sociedade. 'Nunca houve tantos artigos, opiniões, reportagens, críticas e manifestações sobre a questão da comunicação social e da televisão pública brasileira', disse Gil. 'Quero sublinhar essa visão da nossa sociedade, ao estabelecer a importância da TV pública e ao firmá-la como instituição chave da vida sociocultural brasileira e da vivência contemporânea'.  

Membro do grupo executivo do evento, Mário Borgneth está confiante no resultado do processo de discussão sobre as tevês públicas do país. “Estamos tendo condições, nunca antes produzidas, de conhecimento da nossa realidade [das TVs públicas] e, sobretudo, daquilo que desejamos. O fórum vai permitir ao governo pautar com mais segurança os projetos e as políticas para o novo cenário da comunicação social brasileira, com a chegada da tevê e do rádio digitais. Isso obriga um rearranjo institucional, marcos regulatórios dos modelos de gestão e de produção”, sublinha Borgneth.

 

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Intervozes questiona nomeação na Anatel

A situação em que se encontra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é uma conseqüência direta da falta de uma política estratégica do governo Lula para a área das Comunicações. A agência arrecada, por ano, mais de R$ 2 bilhões com o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) e seu orçamento realmente executado em 2006 não chegará a R$ 300 milhões. O restante é indevidamente retido para fins de superávit primário. Assim, boa parte das iniciativas inerentes à agência só acontece de forma reativa, em especial as ações de fiscalização.
Atualmente, parte do corpo funcional da Anatel é formada por integrantes do quadro da Telebrás, em uma situação que foi considerada provisória pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Dessa forma, cria-se um clima de instabilidade em relação ao futuro profissional dessas pessoas. E, ao final do processo de transição, parcela considerável dos funcionários da agência, depois de formados com recursos públicos, pode acabar prestando serviços para operadoras de telecomunicações e/ou empresas de consultoria do setor.
Marco regulatório
A Anatel opera no interior de um marco regulatório totalmente obsoleto. Tendo como referência o que vem ocorrendo em diversos outros países, notadamente na União Européia, faz-se necessário um novo marco regulatório que transforme a agência, de fato, em um órgão regulador de toda a infra-estrutura e dos serviços de comunicação, baseado não apenas nos princípios de concorrência econômica, mas, principalmente, na defesa dos direitos dos cidadãos e na promoção do direito humano à comunicação.
Escolha dos conselheiros
Como se não bastassem os problemas estruturais que afligem a Anatel, e para os quais o governo Lula não conseguiu traçar uma política, ainda existe a grave situação da escolha de seus conselheiros. Atualmente, a Anatel funciona com apenas três dos seus cinco conselheiros, e uma das vagas se encontra em aberto há um ano. A situação beira o insustentável, porque basta que um único membro esteja ausente para que o Conselho Diretor da agência não possa exercer suas funções deliberativas.
Recentemente, os noticiários da grande imprensa foram tomados por notícias que revelam a pressão do PMDB para ocupar uma das vagas do Conselho Diretor da Anatel. Além dessa indesejável partidarização da agência, a pior informação é a que um dos nomes mais fortes para ocupar o cargo é o de Alexandre Jobim, advogado da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
No momento em que a Anatel se vê obrigada a deliberar sobre inúmeros conflitos que envolvem, de um lado, os principais grupos de mídia do país e, de outro lado, as operadoras de telecomunicações, ter à frente da agência o advogado dos radiodifusores seria ferir de morte a independência administrativa prevista no artigo 8° da Lei Geral de Telecomunicações.
Configuraria-se, neste caso, a captura da Anatel pelos interesses privados da indústria das comunicações. O setor que deveria ser fiscalizado e regulado passa a ser fiscalizador e regulador dele mesmo.
Esperamos que o segundo mandato do presidente Lula seja pautado por uma visão estratégica para as comunicações, onde esteja inserido o processo de re-institucionalização da Anatel. Como pré-condição, contudo, faz-se necessário evitar nomeações partidarizadas e/ou subordinadas ao interesse do oligopólio privado da mídia.
O Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social reivindica, assim, ao Presidente da República, o cumprimento do programa de governo para as comunicações e a indicação de novos conselheiros para a Anatel que possam representar um projeto de universalização das telecomunicações (em especial da banda larga de acesso à Internet), de regulação da concorrência e de enfrentamento dos monopólios e oligopólios privados.
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
20 de dezembro de 2006
www.intervozes.org.br
comunicacao@obscom.intervozes.org.br
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