Arquivo da tag: Mais Cultura

Programa promete inclusão digital a comunidades indígenas

O Programa Mais Cultura realizou a partir do dia 3 uma série de rodas de conversa para promover a inclusão digital de comunidades indígenas de todo o Brasil. As rodas fugiram do modelo tradicional de capacitação e buscam envolver as comunidades indígenas com as novas tecnologias da informação (TICs) e com a produção de conteúdos audiovisuais a partir de seus próprios referenciais.

Até o dia 05 de junho, a roda de conversa foi promovida no Ponto de Cultura Indígena de Rio Branco, no Acre. Já de 10 a 12 de junho, a roda será realizada no Centro Yorenka Ãtame, localizado no município de Marechal Thaumaturgo, também no território acreano. De 20 a 22 de junho, o encontro será na sede da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), no município de São Gabriel da Cachoeira, Estado do Amazonas.

As rodas integram o processo de implantação dos primeiros 30 Pontos de Cultura em comunidades indígenas de cinco estados: Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima. A meta do Programa Mais Cultura é implantar até 2010, em todo o país, 150 Pontos de Cultura Indígenas, por meio de um acordo de cooperação firmado com a Funai e de convênios com entidades indígenas e indigenistas. O investimento inicial é de R$ 6,4 milhões. Outros 60 Pontos de Cultura Indígenas serão implantados até o final de 2009, e os 60 restantes até 2010.

Cada Ponto de Cultura receberá um kit multimídia, que auxiliará as comunidades indígenas na utilização de novas tecnologias como ferramenta para a preservação e fortalecimento de sua identidade cultural. A ação será desenvolvida em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com a Associação Cultura e Meio Ambiente (ACMA) – Rede Povos da Floresta, responsável pela implantação do projeto e pela formação dos indígenas.

Avanços do PAC Cultural dependem de cobrança da sociedade

O tão aguardado PAC Cultural, o Programa Mais Cultura, foi lançado pelo presidente Lula em Brasília na última quinta-feira, dia 4 de outubro. A pauta do encontro, que reflete o entendimento de políticas culturais como necessidades básicas da sociedade, pouca repercussão teve na grande imprensa . O governo Lula comprometeu-se com o ministro Gilberto Gil, governadores, gestores da cultura e produtores culturais a investir R$ 4,7 bi em políticas culturais até o fim do mandato, e atingir a marca de 20 mil pontos de cultura em 2010.

A promessa é beneficiar, preferencialmente, famílias de baixa renda, trabalhadores, pessoas com deficiência, mulheres, crianças, adolescentes e comunidades tradicionais, como povos quilombolas e indígenas. Para o presidente da República, o Programa Mais Cultura é “extraordinário”. No entanto, Lula ressalta que os protocolos de intenção têm que ser, antes de tudo, protocolos de compromisso. "Deve haver um acompanhamento sistemático para que as coisas aconteçam", pontua o presidente chamando a atenção da sociedade.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC), Juca Ferreira, o lançamento marca uma nova etapa da relação entre o Estado e a cultura brasileira. “Finalmente, o governo enxergou a cultura como necessidade básica do povo, assim como é o direito à saúde, à alimentação e ao voto”, comemora. Para Gil, a omissão do Estado gerou um país de poucos leitores, equipamentos culturais escassos e acesso privilegiado ao teatro e ao cinema. “Este é um cenário de separação entre cultura e educação”, reflete. “No entanto, o programa cristaliza o novo patamar de importância que a cultura passou a ter na agenda do governo”, acrescenta o ministro.

Mais Cultura prevê microcrédito, capacitação e nove milhões de livros a preços populares. Ações do Programa envolverão instituições federais, estaduais e municipais, bancos oficiais, empresas estatais, fundações e organizações da sociedade civil. Parcerias firmadas entre o Ministério da Cultura e instituições financeiras vão assegurar R$ 375 milhões para operações de crédito e microcrédito que beneficiarão o setor cultural.

Com uma previsão de investimentos de R$ 4,7 bilhões até 2010, o Programa Mais Cultura, que integra a Agenda Social do Programa de Aceleração do Crescimento vai atuar, prioritariamente, nas 11 regiões metropolitanas com maior índice de violência, as regiões com baixos indicadores de saúde e de educação, os chamados 'territórios de identidade' – como os quilombos, as reservas indígenas e as comunidades artesanais – e 'territórios especiais' – como a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o Semi-Árido e o entorno da BR 163 (Cuiabá-Santarém).

Vale-Cultura

O governo aproveitou a oportunidade para anunciar que lançará, em brevo o Vale-Cultura. Promessa de campanha, o projeto, que integra o PAC Cultural possibilitará que empresas e entidades de classe interessadas em fornecer o benefício aos empregados poderão deduzir os gastos no pagamento dos impostos, mas os percentuais, assim como o valor do vale, ainda estão sendo discutidos entre o MinC e a Receita Federal.

Assim como no benefício que o inspirou, o Vale-Cultura deverá ter um desconto no contracheque do trabalhador, mas a maior parte será arcada pelo governo e pelas empresas. Os percentuais também estão em estudo. Outra questão em análise é como será feita a dedução de impostos para as empresas que pagam seus tributos com base no lucro presumido e no Simples.

Acordos assinados

Ao todo foram assinados 26 acordos de cooperação entre o Ministério da Cultura e outras instituições durante a cerimônia de lançamento do Programa. Foi assinada a Portaria que disciplina a adoção de medidas de acessibilidade e democratização do acesso a bens, serviços e produtos culturais produzidos com recursos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), também conhecida como Lei Rouanet.

Em seguida, titulares ou representantes dos ministérios da Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Emprego, Integração Nacional, Desenvolvimento Agrário, Cidades e Desenvolvimento Social e Combate à Fome; das Secretarias Nacional da Juventude (SNJ), Especial dos Direitos Humanos (SEDH) e de Políticas para as Mulheres (SPM); da Controladoria Geral da União (CGU); do Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Social da Indústria (Sesi), Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), Fundação Nacional do Índio (Funai); das empresas estatais Petrobras e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); da Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil (BB), Banco da Amazônia (BASA) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB); e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) assinaram termos de compromisso e protocolos de intenção para viabilizar a implementação das linhas de ação do Mais Cultura.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o ministro da Cultura, Gilberto Gil, assinaram acordo para a implantação de 384 Pontos de Cultura, oito Pontões de Cultura, sete bibliotecas multiuso e museus comunitários nos territórios com os maiores índices de homicídios no país. O MinC e o presidente do Conselho Nacional do SESC, Antônio Oliveira Santos, firmaram acordo para a implantação de 15 Pontos de Difusão e de 150 cineclubes exibidores da Programadora Brasil.

Com o presidente da Codevasf, Orlando César da Costa, assinaram termo de cooperação para o desenvolvimento de ações conjuntas nos vales do São Francisco e do Parnaíba. E com o presidente da Funai, Márcio Meira, assinaram acordo para a implantação de 100 Pontos de Cultura Indígena.

Gil e o secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, assinaram acordo para a capacitação de mediadores culturais e de jovens nas áreas técnicas e artísticas. Uma das ações do Mais Cultura está voltada para a capacitação de gestores públicos e privados para atividades culturais, além de oferecer formação e especialização na área de artes. Iluminadores, figurinistas, montadores de exposições, cenógrafos, cinegrafistas e restauradores, por exemplo, terão acesso a oficinas, cursos e núcleos de pesquisa. Uma das metas é capacitar 30 mil profissionais como mediadores culturais.

Com o apoio de cinco bancos oficiais do país e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Mais Cultura pretende viabilizar 150 mil operações de microcrédito cultural – no valor médio de R$ 900 -, totalizando R$ 135 milhões, e 22 mil operações de crédito para o segmento – com valor médio de R$ 10 mil -, totalizando mais R$ 220 milhões. O Programa também prevê o fomento, por meio de editais de seleção pública, a 24 mil microprojetos culturais, com valores de até R$ 5 mil. O desenvolvimento de ações conjuntas nas áreas de fomento, crédito e microcrédito foi o objetivo do Protocolo de Intenções assinado com o BNDES, CEF, BB, BASA e BNB.

O representante da Unesco no Brasil, Célio da Cunha, assinou um Memorando de Entendimento que visa, dentre outros objetivos, a promoção de ações conjuntas que enfoquem a transversalidade da área; a criação de intercâmbio de conhecimentos; a disseminação de informações, em âmbito nacional e internacional; e a promoção de publicações que tratem dos temas-foco da parceria.

O secretário executivo do MDA, Marcelo Cardona Rocha, assinou portaria interministerial para implantar Pontos de Cultura nos Territórios Rurais de Cidadania. O Ministério do Meio Ambiente, por meio de seu secretário executivo, João Paulo Ribeiro Capobianco, firmou acordo para conectar as políticas públicas culturais e de meio ambiente para assegurar os saberes culturais.

O Ministério da Saúde, por meio de sua secretária executiva, Márcia Bassit Lameiro, firmou acordo com o MinC para a criação de espaços culturais em unidades hospitalares. O secretário executivo do MinC, Juca ferreira, assinou Protocolo de Intenções com o gerente executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santos, para estabelecer metas de investimento da empresa da ordem de R$ 1,2 bilhão em Cultura nos próximos três anos.

* Com informações do MinC e Agência Brasil.

Programa deve ampliar para 20 mil número de pontos de cultura

Brasília – O Programa Mais Cultura, lançado hoje (4), deve criar novos espaços para incentivo e acesso à cultura. A meta é aumentar as unidades já existentes e atingir, até 2010, a marca de 20 mil pontos de cultura. Esses pontos são constituídos por grupos comunitários que desenvolvem projetos em instalações já existentes. A prioridade é revitalizar centros culturais, espaços multiuso, teatros, cinemas, salas de leitura e outros locais públicos. Atualmente, o país conta com 630 pontos de cultura.

O programa, apresentado pelo Ministério da Cultura, prevê investimentos de R$ 4,7 bilhões até 2010. Desse total, R$ 2,2 bilhões são da União e outros R$ 2,5 bilhões são provenientes de outros órgãos e instituições financeiras. O objetivo é garantir o acesso à cultura, à qualificação e à geração de trabalho, emprego e renda para as comunidades.

O secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, explicou que esse é um investimento do estado brasileiro e não só do Ministério da Cultura. “Nós assinamos 26 documentos compartilhando [os recursos] com outros ministérios, com os bancos oficiais, com instituições estaduais e municipais. E nós queremos ampliar essa parceria de acessibilidade à cultura”, afirmou.

Além dos pontos de cultura, o governo também quer implantar bibliotecas públicas em 600 municípios. Também estão previstas a capacitação de gestores culturais, a formação de mãos-de-obra especializada e a implantação de espaços culturais comunitários.

“A gente quer levar o livro para se tornar um instrumento cotidiano das pessoas; nós queremos abrir as portas dos teatros, dos cinemas. Queremos qualificar o ambiente onde as pessoas vivem; a melhoria desses ambientes não é só asfalto, esgotamento sanitário. É também cultura”. Para o secretário-executivo, esta é a primeira vez, no Brasil, que a cultura está sendo tratada como uma necessidade básica da população.

O secretário disse ainda que o presidente Lula tem demonstrado que “dificilmente vai contingenciar esse programa”. Segundo ele, o Mais Cultura é fruto de um trabalho que já dura quatro anos e meio e que tem como princípio “disponibilizar bens e serviços culturais para todo o povo brasileiro”.

“Dificilmente um contingenciamento irá perturbar o desenvolvimento desse programa. A maior dificuldade vai ser o desafio a nossa capacidade de realizar, na ponta social, nos ambientes mais vulneráveis, um programa com essa envergadura”, concluiu Ferreira.

As ações vão beneficiar municípios com baixos índices de educação básica, com os maiores índices de violência, em áreas de conflito, favelas, periferias e áreas de precariedade habitacional.