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Autoridades dos EUA aplaudem entrada da Google nas telecomunicações

Autoridades dos Estados Unidos vêem de forma positiva a entrada da Google nas telecomunicações. Segundo Julius Genachowski, diretor do Comitê Federal das Telecomunicações (FCC, na sigla em inglês), o ensaio da Google na oferta de banda larga será “um teste para novas gerações de inovações, com aplicativos e serviços de alta velocidade”. Genachowski assegura que o Plano de Banda Larga norteamericano  prevê a participação de empresas privadas e facilidades para acelerar os investimentos no setor, básico para criar emprego e melhorar a competitividade da economia.

Alguns analistas  começaram a fazer cálculos sobre quanto custará para a Google o projeto de lançar uma rede de alta velocidade em uma zona dos EUA. As cifras vão desde 60 milhões de dólares a 1,6 bilhão. Vários comentaristas recordam a necessidade que a empresa tem de uma conexão rápida à Internet para consolidar sua aposta na cloud computing (computação em nuvem), programas que rodam na internet e não nos computadores dos usuários. O sistema operativo Chrome, que a Google lançará este ano, está baseado neste princípio.

A Google abriu uma nova frente de negócios e competirá diretamente com as operadoras. No seu blog corporativo, anunciou esta quarta-feira uma experiência para oferecer conexão à uma velocidade cem vezes maior que a média oferecida as operadoras dos EUA. Afirma que, neste piloto, a velocidade será de 1 gigabyte por segundo, por meio de fibra ótica. "Planejamos oferecer esse serviço, com preços competitivos, a um mínimo de 50.000 pessoas. Esse número pode aumentar para meio milhão de pessoas".

Segundo a empresa, seu objetivo é experimentar novos caminhos para uma internet melhor e mais veloz para todos. O texto registra que a Google pediu às autoridades federais que contemplem novos métodos de conexão no Plano Nacional de Banda Larga.

Até 26 de março, a Google receberá ofertas de possíveis interessados, por exemplo governos locais, em oferecer seus territórios para o experimento.

Ontem, o CEO Eric Schmidt, publicou um artigo no Washington Post sobre os déficits de inovação dos EUA e uma das políticas que recomendava era um acesso mais amplo à banda larga. Segundo Schmidt, a banda larga promove novos trabalhos e novos negócios e considera crítico que o Governo apóie a implementação.

Carta ao governo

Em junho de 2009, a Google remeteu uma carta à comissão federal responsável por regular o mercado das telecomunicações com suas reflexões sobre o futuro da banda larga nos EUA. As autoridades tem previsto apresentar ao Congresso norteamericano um plano sobre esse assunto no mês de fevereiro. Na carta, a Google apresenta suas opiniões sobre como o país deveria enfrentar esse desafio.

Em 2012, afirma o texto, os estadunidenses deveriam poder se conectar a uma velocidade de, pelo menos, 5 Mbps, tanto em upload como em download. Se trataria de um primeiro passo exequível.

A implementação da fibra ótica deveria aproveitar a construção ou reparação de vias de comunicação, já que 90% do custo de instalação está associado à abertura de conduções, ou reparação. Um primeiro objetivo seria dotar de acesso as bibliotecas, centros escolares, sanitários e da comunidade, que atuariam como núcleo difusor da mesma, tanto para oferecer conexão veloz como para incentivar a implementação das redes nas comunidades do entorno.

O plano, sempre segundo a Google, deveria dar incentivos àqueles que instalaram a fibra ótica para que, a seu tempo, aluguem ou vendam a capacidade de rede a outros operadores. Isso aumentaria a competitividade do setor.