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Tecnologia é opção para massificar o serviço no Brasil

Em entrevista à Agência Brasil, concedida nesta quinta-feira (19), a conselheira da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Emília Ribeiro, garantiu que o seu relatório sobre a regulamentação da prestação de serviços de internet via rede elétrica estará pronto até o final de março. Depois disso, as normas devem ser analisadas pelo Conselho Diretor da agência e, se forem aprovadas, as empresas estarão autorizadas a oferecer o serviço comercialmente.

“É muito importante decidir essa questão, porque é mais uma forma de expandir a banda larga para todo o país de forma mais barata, para aumentar a competição também”, afirmou a conselheira. Ela diz que está ouvindo todos os setores interessados, e que algumas experiências já estão sendo realizadas no país.

Com a transmissão de dados em alta velocidade pela rede elétrica, as tomadas residenciais passam a ser pontos de rede, se conectadas a um modem. Emília Ribeiro explica que os dados serão transmitidos por meio de fio elétrico ou por outro cabeamento no poste de energia. O sinal da internet banda larga chega até as residências pela caixa de energia elétrica e é transmitidos por dentro da rede.

Uma das empresas que aguarda uma definição da Anatel é a Eletropaulo Telecom. Em novembro do ano passado, a empresa divulgou estar 'pronta" para ofertar o serviço comercialmente. Para isso, aguardava tão somente, a regulamentação oficial por parte da Agência Nacional de Telecomunicações.

A empresa paulista tomou uma decisão estratégica: Não venderá serviços diretamente para o usuário, mas sim para as operadoras e prestadoras de serviços, as quais, atualmente, já contratam a capacidade da Eletropaulo Telecom para comprar circuitos de backhaul (backbone) e de última milha.

"Houve a decisão de não competir diretamente com os nossos clientes", afirmou a diretora Geral da AES Telecom, Teresa Vernaglia. Desde novembro de 2007, a Eletropaulo Telecom testa a tecnologia BPL(Broadband Powerline) que é baseada no modelo europeu, mas na prática bastante semelhante à PLC (PowerLine Communications), de origem norte-americana.

"Não há diferenças gritantes. Elas são bem parecidas", garantiu a executiva. O modelo da Eletropaulo Telecom não é unanimidade. A Copel – Companhia de Energia do Paraná – também testa a tecnologia e já afirmou que planeja, sim, vender o serviço – quando autorizada pela Anatel, aos usuários finais, competindo, assim, diretamente com as operadoras de telecom.

A conselheira Emília Ribeiro foi sorteada para relatar a questão no final de janeiro. Ela terá que analisar mais de 455 contribuições apresentadas na consulta pública realizada pela Anatel sobre o assunto entre agosto e setembro do ano passado.

Na regulamentação, a agência propõe que a comunicação a ser estabelecida pelo sistema BPL/PLC, confinada nas redes de energia elétrica, somente possa ocorrer na faixa de 1.705 kHz a 50 MHz. Emília Ribeiro declarou que para tomar a sua decisão final – e apresentar ao Conselho Diretor – fará consultas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), à Eletrobrás e à Eletronorte.

*Com informações da Agência Brasil.

Emília Ribeiro promete relatório para março e implementação ainda este ano

Os brasileiros poderão acessar a internet banda larga por meio da rede de energia elétrica ainda este ano. A conselheira da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Emília Ribeiro garante que o seu relatório sobre a regulamentação da questão estará pronto no fim de março. Depois disso, as normas devem ser analisadas pelo Conselho Diretor da agência e, se forem aprovadas, as empresas já podem oferecer o serviço.

“É muito importante decidir essa questão, porque é mais uma forma de expandir a banda larga para todo o país de forma mais barata, para aumentar a competição também”, afirmou a conselheira, em entrevista à Agência Brasil. Ela diz que está ouvindo todos os setores interessados, e que algumas experiências já estão sendo realizadas no país.

Com a transmissão de dados em alta velocidade pela rede elétrica, sistema conhecido como BPL, as tomadas residenciais passam a ser pontos de rede, se conectadas a um modem. A conselheira explica que os dados serão transmitidos por meio de fio elétrico ou por outro cabeamento no poste de energia. O sinal da internet banda larga chega até as residências pela caixa de energia elétrica e é transmitidos por dentro da rede.

Outra bandeira defendida por Emília Ribeiro dentro da Anatel é a utilização da banda larga no serviço público. Segundo ela, o país pode economizar muito com a informatização de serviços como saúde, educação e segurança.

“Não se discute a importância disso, é uma necessidade. Mas a forma de fazer ainda está sendo amadurecida. É uma política de governo, depende da vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro [das Comunicações] Hélio Costa. Tenho certeza de que eles têm essa vontade, quem não quer ver um governo informatizado? Mas temos muitos desafios, como a extensão territorial”, afirma.

Segundo a conselheira, uma das alternativas para expandir o serviço seria por meio da universalização da banda larga nas escolas, com os sistemas de backhaul, que é a infra-estrutura de rede para conexão em banda larga. “Não custa muito para o governo um estudo que faça o serviço chegar à segurança, à saúde, à cultura. Uma política de governo que tem uma iniciativa já feita e basta mais um fôlego para avançar”, defende.

“É uma questão inadiável, inaceitável, me sinto em uma agonia terrível por não conseguir que esse serviço seja disponibilizado para a nossa população”, lamenta.

Conselho Consultivo da Anatel debate regulamentação do PLC

Fabricantes de equipamentos, pesquisadores, dirigentes de distribuidoras de energia, representantes de entidades e de empresa de fornecimento de infra-estrutura cobraram hoje, durante reunião no Conselho Consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a regulamentação do PLC (Power Line Comunication). Uma proposta para normatizar o uso da tecnologia – que permite a transmissão de dados, voz e imagens pela rede elétrica – foi objeto de consulta pública na agência em agosto, e deve ser apreciada pelo Conselho Diretor em fevereiro, informou o gerente de Engenharia de Espectro da Anatel, Marcos de Souza Oliveira.

Segundo o presidente da Companhia Elétrica de Goiás (Celg), Ênio Andrade Branco, o uso dessa tecnologia pode ser um importante instrumento de inclusão digital. A companhia, que está testando com sucesso o uso do PLC para levar a banda larga a escolas, postos de saúde e policiais de Goiânia e de outro município, espera autorização para o uso comercial da tecnologia. Para fazer os testes, com 90 pontos, a empresa obteve uma licença para fins científicos e experimentais da Anatel. "Nós já temos um modelo de negócio para exploração desse serviço, absolutamente sustentável, que reduziria inclusive os prejuízos com perdas técnicas e comerciais de energia", disse.

O diretor da Hypertrade, empresa especializada em implantar infra-estrutura de PLC, inclusive última milha, Maurício Guaiana, se queixa, sobretudo, da carga tributária incidente sobre os equipamentos, calculada em 120%. Ele também destacou a dificuldade de negociação com operadoras de serviços de telecomunicações.

O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Moacyr Martucci Júnior, defende o uso do PLC de forma convergente, para reduzir custos e aumentar a competição no setor de telecomunicações. Ele coordena o projeto Samba, que experimenta a tecnologia como canal de retorno para interatividade da TV digital.

O presidente da Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e de Sistemas Privados em Telecomunicações (Aptel), Pedro Jatobá, diz que a aplicação do PLC em locais onde não há infra-estrutura de telecom ajudará sobremaneira o esforço do governo em programas de inclusão digital. "Os desafios ainda são grandes, mas as soluções, inclusive brasileiras, surgem de todos os lados", disse.

O representante da Panasonic, Koichi Kitamura, disse que sua empresa fabrica equipamentos para uso do PLC completamente adaptáveis ao sistema de distribuição de energia elétrica do Brasil.

Os radioamadores, que se pronunciaram contra a regulamentação do PLC por considerarem que interfere na freqüência usada por eles, não compareceram ao debate, mesmo tendo sido convidados.