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TV digital deve chegar ao RJ dentro de três meses, diz Hélio Costa

As empresas de televisão do Rio de Janeiro receberam a autorização do governo para operar com sinal digital. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, espera que as primeiras transmissões aconteçam a partir de abril, mas o prazo depende das próprias emissoras.

"Nós começamos em São Paulo no dia 2 de dezembro. O cronograma nos traz para o início da TV digital no Rio de Janeiro, com a assinatura das consignações para as emissoras. Nos próximos 90 dias nós devemos ter a cara da TV digital no Rio. Até o final do ano nós devemos estar com todas as capitais transmitindo digitalmente."

De acordo com o ministro, o prazo para que todas as cidades do país recebam o sinal digital é 2016. Mas só terá acesso à transmissão quem tiver um televisor digital ou comprar um aparelho conversor para ser acoplado na TV antiga.

O ministro Hélio Costa afirmou que o preço do conversor – um equipamento parecido com o receptor de TV a cabo – deve custar cerca de R$ 200. "Nós devemos lançar, até o final de fevereiro, aqui no Rio de Janeiro, o conversor da TV digital a R$ 230, com todos os instrumentos capazes de pegar a imagem em alta definição, com o sistema operacional Ginga (desenvolvido no Brasil), o que vai permitir a interatividade."

Em São Paulo, a primeira cidade brasileira a receber o sistema de TV digital em 2 de dezembro do ano passado, já existem cerca de 700 mil televisores aptos à nova tecnologia, segundo Hélio Costa. "Todos os televisores e conversores disponíveis no mercado para receber a televisão de alta definição foram vendidos e estão esgotados."

O ministro disse que na capital paulista já é possível captar televisão no telefone celular, sem pagar nada por isso, embora lamente que só haja um modelo de aparelho no mercado brasileiro capacitado para isso.

Hélio Costa contou que no Japão, onde já existem mais de 4 milhões de celulares captando sinal de televisão, os horários de pico de audiência estão mudando, pois as pessoas começaram a assistir a programação televisiva durante o trajeto para o trabalho ou para casa e na hora do almoço, em vez de somente à noite, como é tradicional em quase todos os países do mundo.

Sobre a demora do Japão na instalação de uma fábrica de semicondutores, que faria parte da negociação que definiu pela utilização da tecnologia japonesa na televisão digital brasileira, Hélio Costa afirmou que isso nunca foi um condicionante, nem há obrigação daquele país.

"O fato é que tem que existir uma demanda de mercado brasileira e latino-americana para a instalação de uma fábrica de semicondutores. Não é apenas um desejo de governo que faz isso. Nós estamos provando para os japoneses que existe no Brasil esse mercado."

O sinal digital melhora a imagem, que fica livre de fantasmas e chuviscos, e permite que a pessoa interaja com a programação, podendo saber mais informações sobre os programas e até mesmo fazer compras usando apenas o controle remoto.

Nos EUA, Gilberto Gil prega cultura do remix e Creative Commons

Em palestra proferida durante a conferência Technology Review EmTech nesta quinta-feira (27/09), o música e Ministro da Cultura Gilberto Gil voltou a defender que a real inclusão digital passa pela criação de conteúdo multimídia na internet e classificou o movimento de software livre e a cultura do remix de motores do progresso.

A idéia marxista de entregar os meios de produção às massas agora significa dar-lhes acesso tanto à internet em banda larga como a ferramentas de criação e permitir que o público participe em economias e indústrias que estão sendo corroídas pela tecnologia.

A abordagem do Creative Commons frente à propriedade intelectual promove inovações ao promover algo que Gil chamou de cultura do remix, impulsionando o futuro da arte e da intelectualidade, segundo ele. "Criatividade e desenvolvimento da ciência e das artes sempre foram relacionadas à liberdade de acesso", afirmou Gil em um informal encontro com jornalistas depois de seus discurso.

Gil classificou o que chamou de decisões conservadoras de alguns governos e corporações sobre questões que envolvem propriedade intelectual como obstáculos momentâneos, afirmando que "o progresso está sempre ameaçando o status quo".

Enquanto o governo brasileiro não se limita a tratar de questões sobre propriedade intelectual sem aplicar preceitos do Creative Commons, também está tentando influenciar os pensamentos de novas leis sobre direitos que englobem a era digital, em particular que tratem de menores restrições em economias em desenvolvimento, afirma Gil.

Uma maneira prática de dar às pessoas acesso aos meios de produção são os "hotspots culturais", estações de trabalho multimídia que o Ministério da Cultura está montando pelo Brasil com acesso gratuito em banda larga.

Este aspecto da conectividade, do chamado "indivíduo coletivo" como Gil classifica, é importante a ajuda brasileiros a se reconectarem ao que chamou de "diversidade cultural perdida", chegando a atingir até tribos amazônicas que podem gravar rituais e músicas com o programa.

Durante o evento, Gil classificou o projeto One Laptop per Child como revolucionário e falou com orgulho sobre as escolas brasileiras que vêm testando três tipos de notebooks educacionais. A licitação para escolher a plataforma que será usada nos colégios em 2008 está marcada para outubro.

O ministro também apontou dificuldades de interesses e infra-estrutura para avançar com o projeto de banda larga sem fio, feita com a implementação de redes WiMax. Muitos municípios decidiram avançar com suas redes Wi-Fi, mas o grupo de prefeitos está pressionando o governo para a implementação da tecnologia, segundo assessores de Gil.