Arquivo da tag: Educação

Computador e internet ainda são subutilizados nas escolas, aponta pesquisa

Pesquisa realizada em 400 escolas públicas em 13 capitais brasileiras mostra que o tradicional problema de falta de infraestrutura está sendo superado pela falta de preparo para lidar com as novas tecnologias. As escolas possuem computadores, mas falta treinamento para melhorar o uso das máquinas. Entre as instituições de ensino, 98% tem computador e 83% acesso a internet com conexão banda larga. Mas em poucas escolas os equipamentos são utilizados de forma eficiente na melhoria da aprendizagem.

“A formação inicial não prepara os professores para isso. Você precisaria combinar a disponibilidade dos recursos com a melhor formação para que a tecnologia fique a serviço da aprendizagem dos conteúdos escolares”, explica Ângela Danneman, diretora executiva da Fundação Victor Civita, responsável pela pesquisa.

Entre os professores entrevistados, 74% diz que foi pouco ou nada preparado para utilizar o computador como ferramenta pedagógica durante a sua formação. E mais da metade não participou de nenhum tipo de curso de atualização em tecnologias no último ano.

“Seria simplista dizer que o problema não está na infraestrutura. A média de alunos das escolas nas capitais brasileiras é de 1 mil. E a minoria delas têm mais do que 30 computadores, então ainda temos a necessidade de ampliar a infraestrutura”, aponta. Apenas 15% das escolas têm mais de 30 máquinas, 28% entre 21 e 30, 29% entre 11 e 20 e 28% têm de um a dez.

A especialista destaca que é importante que os professores dominem não só o uso de ferramentas, mas saibam como utilizá-las na transmissão de conteúdos de forma a motivar o aprendizado. “Os jovens estão muito avançados no uso da internet, eles se comunicam em redes sociais, usam blogs, a escola precisa acompanhar isso. Mas precisa acompanhar fazendo o que é papel da escola, ou seja, na aprendizagem dos conteúdos”, defende.

 

Matéria publicada em 30 de dezembro de 2009. 

Blogs podem ser usados com fins educativos, diz pesquisadora

O uso em sala de aula de blogs pode incentivar a produção de textos e contribui para exercitar nos estudantes o poder de argumentação, além de fazer com que os alunos leiam mais. Essa é a principal conclusão da dissertação de mestrado da pesquisadora Cláudia Rodrigues, apresentada no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A pesquisa teve o objetivo de estudar a viabilidade dos blogs nas aulas de língua portuguesa e no ambiente escolar. Segundo Cláudia, o estudo ressaltou a necessidade de os professores explorarem novas alternativas de produção de textos com os alunos. A pesquisa foi orientada pela professora Denise Bértoli Braga, do Departamento de Lingüística Aplicada do IEL, envolveu a produção de 20 blogs por cerca de 240 alunos.

Segundo ela, os blogs colocaram os alunos em contato com diversas opiniões, incluindo professores de outras disciplinas, que foram ouvidos como fontes dos textos publicados nos blogs. “O interesse pela leitura e escrita aumentou”, observou Cláudia. “A maior parte dos estudantes buscou ainda outras fontes de informação além do professor.”

A pesquisa sugere que os blogs podem ser utilizados pelos professores de diferentes formas. “Os blogs podem otimizar o trabalho do professor por ser um espaço para a argumentação, a leitura, o questionamento e a crítica”, disse. Além disso, a ferramenta incentiva a participação coletiva – o que é bastante valioso dentro da sala de aula.

*com informações da Agência Fapesp

MEC endurece normas do programa Computador Portátil para Professores

O Ministério da Educação refez a portaria 889/08 que define as regras do programa "Computador Portátil para Professores", lançado em julho. O programa permite que professores adquiram laptops com preços menores e condições de financiamento melhores nos bancos oficiais e outras instituições financeiras.

Na nova Portaria 996, publicada nesta terça-feira (12/8) no Diário Oficial da União, as regras para a compra dos notebooks pelos professores são mais rígidas. Passa-se a exigir não apenas documentos e atestados dos profissionais, mas também o comprometimento dos estabelecimentos de ensino com a veracidade das informações. As mudanças foram provavelmente motivadas por interferência de algum órgão de controle.
Física – CPF.

A nova portaria não alterou os critérios de distribuição dos notebooks pelo governo federal. A implementação do projeto Computador Portátil para Professores será feita em duas fases. A primeira abrangerá as capitais de todos os estados e a segunda, todos os municípios.

Antes da implementação da segunda fase, o MEC irá realizar um período de testes em alguns municípios selecionados. A distribuição de notebooks seria feita primeiro nos municípios com bons resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e naqueles que se destacaram na pesquisa sobre Redes de Aprendizagem, realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Ministério da Educação.

Para o programa ter início, falta o Ministério da Ciência e Tecnologia definir as especificações técnicas dos notebooks através de portaria. O programa terá participação dos Correios e apoio Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além do Banco Postal, que é controlado pelo Bradesco.

Com informações do site Convergência Digital

Educadores defendem capacitação de professor para uso da internet na escola

Brasília – Ao lançar na última semana o programa Banda Larga nas Escolas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, advertiu que de nada adiantará o esforço do governo de levar a 37 milhões de alunos o acesso à internet banda larga se os professores não forem capacitados para fazer bom uso desse equipamento.

O programa vai levar a conexão rápida de acesso à internet a 56 mil escolas públicas até 2010. A avaliação do ministro tem o apoio de educadores.

“Só tem sentido [a iniciativa] se vier associada a uma política de formação de professores. Mas o próprio MEC acena com a possibilidade de garantir a formação daqueles que ainda não dominam a ferramenta”, acredita a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Justina Iva de Araújo.

Para este ano, a previsão do MEC é capacitar 100 mil professores da rede. A Secretaria de Educação a Distância oferece dois cursos: um introdutório de 40 horas para profissionais que tiveram nenhum ou pouco contato com computadores, e outro voltado para as tecnologias na educação, com duração de 140 horas.

Em 2001, a professora Nilza Gomes, do Laboratório de Novas Tecnologias (Lantec) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pesquisou nas escolas do estado a utilização dos equipamentos de informática.

Ela constatou que muitos diretores recebiam os computadores do Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo ) e deixavam nas caixas porque “não sabiam o que fazer com aquilo”. “Em primeiro lugar precisa haver a formação do professor. Só a tecnologia, os equipamentos e recursos não resolvem”.

Para ela, é preciso que os professores sejam apresentados às possibilidades que a internet oferece. “Quando a gente vai na escola e planeja com o professor um projeto de trabalho ele percebe que é possível se organizar e fazer atividades com seus alunos”.

A professora Ana Cláudia Domingues, do Centro Educacional 1 do Guará, cidade-satélite de Brasília, espera por essa capacitação. A escola em que ela leciona deve receber em breve a banda larga.

“Nós precisamos também dominar a parte da informática, quando a gente conhece facilita o nosso planejamento. Como professores não podemos ser “analfabytes”, a gente precisa ter esse conhecimento para estreitar cada vez mais os laços entre a tecnologia e o nosso dia-a-dia na sala de aula”.

Governo quer retomar licitação dos notebooks em três meses

O Ministério da Educação está elaborando um novo termo de referência para que  governo possa retomar a licitação dos 150 mil notebooks dentro de no máximo três meses, informou hoje o coordenador de inclusão digital do governo federal, Cezar Alvarez, durante o 13º Encontro Tele.Síntese, promovido pela Momento Editorial.

Segundo ele, o governo já se convenceu que não será possível chegar ao preço de US$ 100, conforme havia sido prometido pelo professor  Nicholas Negroponte, mas irá modificar algumas  exigências estabelecidas no edital do ano passado, que acabou cancelado, visando a redução do preço a ser praticado.

Entre as mudanças, o MEC deverá reduzir o prazo da garantia (estava-se pedindo garantia de três anos) e modificar as exigências  de  entrega dos equipamentos. No primeiro edital, a empresa vencedora teria que entregar os equipamentos em todo o território brasileiro, e agora ela deverá entregar em um único ponto e o governo irá  se encarregar de distribuir as máquinas.