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Fundação Padre Anchieta testa padrão europeu de rádio digital

A Anatel expediu autorização à Fundação Padre Anchieta, entidade mantenedora da TV e Rádio Cultura, para a realização de testes do Sistema de Radiodifusão Sonora Digital DRM – Digital Radio Mondiale, padrão desenvolvido na Europa. Os testes serão feitos na freqüência 26,040 MHz, com largura de faixa do sinal digital que será radiado entre 10 kHz e 20 kHz, em São Paulo.

Os testes serão realizados por período de um ano, mas poderão ser ampliados por igual prazo, e visam subsidiar a escolha do padrão a ser adotado pelo país. Os experimentos serão suspensos caso fique constatada a ocorrência de interferências prejudiciais em estações de radiocomunicações regularmente autorizadas e instaladas.

No final do mês de março, portaria publicada pelo Ministério das Comunicações divulgou as orientações técnicas do que deve ter o modelo de rádio digital a ser implantado no Brasil. Um dos requisitos estabelecidos é que o padrão a ser adotado atenda simultaneamente aos sistemas AM e FM, evitando que o consumidor tenha de comprar diferentes aparelhos para cada sistema.

Segundo o Minicom, até o momento, os dois padrões testados – o DRM europeu e o IBOC americano – não atendem a todas as exigências técnicas. De acordo com os testes já realizados, os sistemas digitais existentes no mundo hoje não trazem uma qualidade muito superior a da apresentada pelas FMs (Frequência Modulada) analógicas.

O padrão europeu, o DRM (Digital Radio Mondiale), também tem a preferência do governo por ser um sistema aberto, o que abre a possibilidade de transferência de tecnologia.  padrão norte-americano, o IBOC (In-Band-On-Channel), já testado no Brasil, além de depender do pagamento de royalties para sua utilização, apresenta dificuldades nas transmissões em Ondas Médias e Curtas, onde há maior interesse do governo.

Testes do padrão europeu de rádio digital serão concluídos este mês

A escolha do padrão digital para as emissoras de rádio brasileiras terá um novo capítulo ainda este mês, quando o Ministério das Comunicações conclui os testes com o sistema europeu DRM (Digital Radio Mondiale). Os resultados serão comparados com os experimentos com o padrão norte-americano IBOC (In-Band-On-Channel), já testado por mais de seis meses e preferido dos radiodifusores, e servirão para subsidiar o padrão a ser adotado aqui.

A tendência é a escolha pelo padrão europeu, que é aberto e, portanto, não requer o pagamento de royalties, ao contrário do norte-americano. Além disso, nos testes iniciais realizados em São Paulo, esse padrão apresentou maior eficiência nas transmissões em Ondas Curtas e Ondas Médias, fundamentais para integrar a Amazônia e um dos principais objetivos da possível transferência da tecnologia analógica para digital.

Mas há a possibilidade de o Minicom não optar por nenhum dos dois padrões testados e deixar essa decisão para o próximo governo. Isto porque ainda surgem dúvidas sobre a eficácia que essa troca de tecnologia pode trazer para as emissoras de rádio. Segundo o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa, não existe sistema digital de rádio que seja exitoso em nenhum país do mundo. “Nos Estados Unidos, o maior mercado do mundo nessa área, com 13 mil emissoras, só 10% adotaram o IBOC”, disse.

Já o sistema inglês, o DAB (Digital Radio), adotado desde a década de 90, sofreu um revés significativo nos últimos dias, como conta Barbosa. Os patrocinadores e anunciantes abandonaram o sistema e voltaram para a rádio analógica alegando a pouca adesão.

Todos esses fatos devem pesar na decisão para a escolha do padrão digital de rádio. Nesta quarta-feira (3), os testes, que já foram realizados na Rádio MEC e Rádio Cultura, serão iniciados na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sob a coordenação da universidade Federal de Minas Gerais. A previsão é de que o relatório final, que ainda terá o crivo da Anatel, seja entregue após o Carnaval