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Prefeitura de Barueri retira ação e CQC pode exibir quadro “Proteste Já”

A Prefeitura de Barueri desistiu da ação que movia contra a Band, que impedia veiculação de uma matéria do quadro “Proteste Já”, do programa CQC. Por meio de assessoria, informa que a desistência se deu após o prefeito tomar conhecimento do conteúdo da reportagem.

A matéria questiona o desvio de um aparelho de TV, doado a uma escola pública do município. Na ação, a prefeitura exigia que o quadro só fosse exibido após ter o direito de resposta. O apresentador do CQC , Marcelo Tas, classificou o ato como "censura prévia" e explicou que a reportagem ouviu todos os envolvidos.

De acordo com a assessoria, não houve censura, já que a Prefeitura não tem “poder para isso”. A ação foi movida apenas porque não se sabia o conteúdo da matéria, que poderia ser “debochada” ou “desrespeitosa”, e prejudicar a imagem da instituição e dos servidores públicos.

A assessoria também informa que, após a polêmica, o prefeito do município, Rubens Furlan, concedeu entrevista a Danilo Gentili, na terça-feira (16/03), recomendando que a TV fosse encaminhada para a rede municipal de ensino. O órgão afirma ainda que a Secretaria de Educação instaurou uma sindicância para apurar os responsáveis pelo desvio do aparelho, que poderão ser advertidos ou exonerados.

Justiça do PA proíbe blogueiro de citar nome de deputado estadual

A 1ª Vara do Juizado Civil de Belém, no Pará, concedeu liminar ao deputado estadual Martinho Carmona (PMDB) contra o jornalista e blogueiro Augusto Barata. Autor da página "Blog do Barata", o profissional de imprensa -ex-editor de O Liberal -está proibido de mencionar o nome do político em veículos de imprensa e sites pessoais.

A determinação foi imposta pela juíza Luana de Nazareth Santalices, de Belém. A liminar estabelece que o jornalista "se abstenha de fazer qualquer alusão, referência ou ilação à imagem do reclamante (Martinho Carmona), direta ou indiretamente,em matéria  pela internet ou qualquer outro meio de comunicação; de fazer quaisquer menções à pessoa do autor, seja em nome ou alcunha dele (Martinho Carmona, pastor Carmona, deputado pastor, Carmona ou qualquer outra forma que o reclamante possa ser identificado".

A decisão é parte de ação por danos morais do deputado contra Augusto Barata. O político pede sessenta salários mínimos a título de reparação por comentários do jornalista em seu blog.

Uma fonte ligada ao deputado contou à reportagem que Carmona considerou ofensivos os textos publicados no blog, o que motivou a ação. A defesa do deputado diz que não há censura na tutela judicial.  "O blog dele (Barata) pode funcionar normalmente, o que queremos é que cessem os comentários sobre o deputado Carmona", disse o advogado do político, Mauro César da Silva de Lima.

Após a decisão, Augusto Barata publicou vários textos com título "censura", mostrando apoio de colegas de profissão, blogueiros e advogados contra a decisão judicial. A economista Adriana Vandoni, autora da página "Prosa e Política" – proibida de veicular comentários sobre o deputado mato-grossense José Riva (PP)- saiu em defesa do jornalista.

"Isso não é desrespeito à justiça, mas uma forma de protestar contra um instrumento inconstitucional que muitos juízes teimam em usar a toga para castrar a liberdade do cidadão de se expressar, castrar o direito do jornalista de informar, e do leitor de ser informardo".   

Audiência marcada para o dia dois de março deste ano, no Juizado Especial de Belém, definirá o andamento do caso.