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O último suspiro do velho mercado fonográfico

Há muito se especula sobre o fim do modelo de negócios tradicional do mercado fonográfico. A revolução iniciada pelo Napster no começo da década transformou a indústria de forma irreversível, e o modelo baseado em download de música pela internet tende a dominar o mercado. Segundo um novo relatório da Forrester Research, em 2011 metade da música vendida nos Estados Unidos será digital. Mais: em 2012, o download de músicas deve ultrapassar as vendas de CDs. As vendas de música digital deve apresentar um crescimento anual composto de 23% por ano, gerando receitas de US$ 4,8 bilhões em 2012. Na mesma época, as vendas de CDs devem se reduzir a apenas US$ 3,8 bilhões.

"É o fim das indústria de música como a conhecemos", afirma James McQuivey, vice-presidente de pesquisas da companhia. "Os executivos de mídia que quiserem permanecer à tona nessa maré vazante devem limpar o caminho no que diz respeito a descoberta e compras, mas no fim das contas só os provedores de hardware e software podem fazer do ato de ouvir música algo tão simples quanto ligar o rádio".

O relatório é baseado em parte em um questionário junto a mais de 5 mil consumidores nos EUA e Canadá. Outros destaques do estudo incluem:

– Adoção de tocadores de MP3: os MP3 players são subutilizados, com apenas 57% de sua capacidade de armazenamento cheia. Enquanto isso, mais dispositivos são comprados para casas que já contam com mais de um MP3 player.

– Música livre de DRM: com os grande quatro selos musicais comprometidos com a eliminação do DRM (digital rights management, ou gerenciamento de digital de direitos), a música sem DRM vai se expandir para além da pioneira Amazon.com, chegando ao iTunes, da Apple, e outros grandes sites de música.

– Redes sociais: a música sem DRM permite que cada página de pergil no MySpace.com ou Facebook se torne imediatamente uma loja de música na qual usuários possam vender suas faixas favoritas aos amigos.

A Forrester acredita que o download digital é o mercado de massa do futuro, pois satisfaz todas as necessidade que as pessoas tem quando se fala em música: facilidade de se encontrar, de comprar e de ouvir, independentemente do dispositivo. Por outro lado, os serviços de música por assinatura vão ter um crescimento modesto, chegando a apenas US$ 459 milhões de receita em 2012, enquanto experiências com downloads com suporte de anúncios serão silenciadas pela combinação poderosa de música sem DRM e música em streaming sob demanda em sites como imeem.com.

"A indústria precisa redefinir qual é o seu produto", diz McQuivey. "Os executivos de música passaram anos acompanhando as vendas de CDs. Mas o artista é o produto, não apenas a fonte dele. Nova formas de receita virão das fontes menos esperadas. A indústria falhou, por exemplo, em capitalizar com a popularidade crescente de jogos eletrônicos como Guitar Hero e Rock Band. Em um mercado em que os músicos ficam felizes se venderem um milhão de cópias de um CD, um mercado de games em que os títulos podem vender 5 milhões de cópias é o bastante para motivar mesmo o mais deprimido dos executivos de música".