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Portais noticiosos e Google controlam 75% do tráfego de internet no Brasil

A navegação de grande parte dos internautas brasileiros começa pelos portais de notícias, segundo apresentação da agência JWT durante o evento Social Media Week, realizado em São Paulo. Sites como Globo.com, Terra, iG e UOL são responsáveis – ao lado do serviços de busca Google, Orkut e Youtube – por 75% de pageviews no Brasil.*

Sem as ferramentas do Google, metade do tráfego de usuários brasileiros na web está centralizada em veículos de imprensa. “Eles (portais) ensinaram o brasileiro a navegar e souberam manter o tráfego”, diz Ken Fujioka, vice-presidente de planejamento da JWT.

O resultado desta ampla aceitação do público, como avalia a agência, enfraquece o espaço dos blogs nas mídias digitais. Os blogueiros que conquistam a audiência são incorporados aos grandes portais. “Quanto mais fragmentada a audiência, mais propício é o ambiente para que os blogs sejam influentes. E no Brasil a internet é muito concentrada", entende Fujioka

A velocidade do Twitter

A respeito do recente assalto a uma joalheria no Shopping Morumbi, Patrice Lamiral, diretor de estratégias da JWT, comentou como a informação repercutiu nas redes sociais até chegar aos portais de notícias.

“A primeira informação sobre o que havia ocorrido no shopping foi publicada no Twitter às 13h54, e o assalto foi às 13h53.”, e completa dizendo “às 14h53 a primeira notícia sobre o assalto saiu no Terra. Até ela ser publicada, já existiam mil tweets sobre o evento, alguns até corrigindo a reportagem.”

Twitter passa Orkut; Facebook supera Wikipedia

O microblog Twitter conquistou 7 milhões de novos visitantes somente no último mês de junho, contabilizando um total de 44,5 milhões de visitas únicas, em todo o mundo. Os dados, divulgados na terça-feira (4) pela empresa de estatísticas comScore, aponta um crescimento grandioso da rede no período de um ano.

Em comparação com o mês de junho de 2008 — quando o Twitter contava com um número médio de 2,9 milhões de usuários —, a rede social cresceu 1.460%. Ainda de acordo com a consultoria, 45% dos usuários do microblog (cerca de 20 milhões de pessoas) estão nos Estados Unidos.

Na classificação dos maiores sites do planeta, o Twitter já ocupa a 52ª posição, ficando à frente do portal de notícias ESPN. De acordo com os números oferecidos pelo Google, o número de usuários do Twitter já ultrapassou o número total de cadastrados no Orkut. Segundo a companhia, a rede social conta com uma média de 35 milhões de usuários em todo o planeta, contra 44,5 milhões dos cadastrados no Twitter.

Facebook cresce

O mesmo levantamento da ComScore indicou que, também em junho, o Facebook atingiu a marca expressiva de 340 milhões de acessos e se tornou o quarto site mais visitado do mundo . Segundo a empresa, a rede social ultrapassou a Wikipedia, maior enciclopédia virtual, que registrou 303 milhões de visitas no mês.

Os sites do Google continuam na liderança de audiência na web com 844 milhões de visitantes. Logo atrás, na segunda posição, vêm os sites da Microsoft, seguidos pelas páginas do Yahoo!. O blog americano, Tech Crunch, publicou a lista completa com os dez sites mais visitados em junho. Confira abaixo:

Visitantes únicos mundiais:

1. Sites do Google: 844 milhões
2. Sites da Microsoft: 691 milhões
3. Sites do Yahoo!: 581 milhões
4. Facebook: 340 milhões
5. Sites da Wikimedia Foundation: 303 milhões
6. AOL: 280 milhões
7. eBay: 233 milhões
8. CBS Interactive: 186 milhões
9. Amazon: 183 milhões
10. Ask Network: 174 milhões

*Com agências

Quase 20% dos cariocas abandonam TV em 3 anos

A audiência da TV aberta no Rio de Janeiro despencou nos últimos anos. Quase 20% do total de televisores da Grande Rio foram desligados entre 2005 e 2008. O comportamento chamou a atenção da Globo, que, preocupada com a situação, pediu ao Ibope uma investigação sobre o que está ocorrendo.

Em 2005, o Rio registrava média diária de 44% de televisores ligados, dentro da média nacional. Em 2006, foram 42%. Em outubro de 2007, o percentual despencou para 37%. Em fevereiro, o índice atingiu 36%. O número de TVs ligadas caiu em todo o país, mas nada comparado com o Rio. A média nacional continua superior a 42%.

Com a queda, o Rio ultrapassou Belo Horizonte no "ranking" das capitais que menos vêem TV. Na capital mineira, a média em fevereiro foi de 38% de televisores ligados. Brasília, outra cidade tradicionalmente de maior resistência à TV, teve 41% de ligados no mês passado.

Fortaleza e Salvador, capitais praianas como o Rio, têm alto índice de televisores ligados: 46% e 45%, respectivamente. São Paulo teve 44%.

Especulam-se sobre três supostos motivos para a queda no Rio: elevado número de evangélicos, alta pirataria a cabo em áreas controladas pelo tráfico e dificuldade de medição pelo Ibope. Procurado, o Ibope não confirmou os dados, obtidos pela Folha em duas grandes redes, e se recusou a comentar o que está ocorrendo no Rio.

TV digital mudará maneira de medir ibope; telejornais podem perder pontos

A TV digital transformará a maneira de medir audiência televisiva. O próprio faturamento publicitário das atrações sofrerá mudanças. Projeções com públicos restritos apontam quem ganhará telespectadores (séries e novelas) e quem perderá (telejornais) por conta da digitalização dos canais.

O Ibope está desenvolvendo um aparelho para descobrir não apenas a emissora sintonizada, como faz hoje, mas também o conteúdo digital que está sendo consumido seja qual for a grade de programação. Isso porque a TV digital chega com a promessa de, assim como nos EUA, oferecer autoprogramação, na qual o usuário pode escolher a hora em que verá determinado programa. "A TV digital cria uma alternativa para o telespectador. Haverá, sim, aumentos e quedas de audiência. É natural que aconteça", diz Dora Câmara, diretora comercial do Ibope Mídia.

A audiência de TV aberta no Brasil é medida hoje pelo DIB 4, um aparelho que é instalado na residência dos espectadores para revelar os canais sintonizados. "Esse instrumento identifica em qual canal você sintoniza. Já o novo aparelho, DIB 6, vai monitorar conteúdo também de internet, celular e rádio. Ele pode identificar um programa em segundos, minutos ou horas depois de ter sido transmitido e atribuir audiência", explica Dora.

Segundo o Ibope, falta ainda definir como os novos dados serão apresentados. Os pontos tradicionais como vemos hoje devem continuar, mas acompanhados de um levantamento mais complexo. Por exemplo: terá de se apresentar, além da audiência do programa na hora da transmissão, seu ibope acumulado quando foi visto por gravação digital. O DIB 6 terá amostra piloto ainda neste ano, em São Paulo.

Autoprogramação

Segundo projeções, a opção de armazenar e escolher a que hora assistir determinado programa (autoprogramação) favorece a audiência de séries e novelas. Uma pesquisa divulgada pela SKY em junho último sobre o hábito dos usuários de DVR –gravador de vídeo digital– revelou que 41% dos assinantes preferem assistir apenas ao que eles mesmos gravam. Ou seja, quase metade dos usuários não acompanha mais a TV "ao vivo", na ordem em que a programação é oferecida pelas emissoras.

De toda a grade, os programas menos gravados por quem já usa o DVR em TV por assinatura são os telejornais, segundo o mesmo estudo de comportamento. Apesar do estudo ser sobre um público isolado, segue-se a lógica de que, diferentemente de novelas e seriados, telejornais são produtos mais perecíveis, de data de validade mais curta.

O gravador de vídeo digital estará fora dos primeiros nos receptores da TV digital brasileira – os chamados "set top box", que devem custar pelo menos cerca de R$ 800. Técnicos dizem que eles chegariam num segundo lote, a médio prazo. No entanto, a Net vai levar ao mercado em dezembro um produto que funcionará como receptor de TV digital e gravará programas. O DVR da Net chega aos assinantes em dezembro, na estréia da TV digital, também por cerca de R$ 800.

Comerciais

A autoprogramação ainda permitirá que, manualmente, o telespectador evite comerciais. De acordo com especialistas, os jornalísticos serão os produtos mais prejudicados caso o "corte" do intervalo pegue no Brasil.

Para se manterem rentáveis, os programas devem inserir ainda mais merchandising (introduções "sutis" de produtos na transmissão) durante a atração ou recorrer a patrocínios. Os telejornais, em tese, não podem incluir ofertas deste tipo em suas notícias, com perigo de perderem a suposta independência editorial.

Nelson Hoineff, cineasta e diretor do IETV (Instituto de Estudos de Televisão), lembra que alguns telejornais do século passado traziam a propaganda em seus nomes, caso do "Repórter Esso" e da primeira versão do "Jornal Nacional", da TV Rio, patrocinado pelo Banco Nacional.

"A idéia do 'break' é recente. As plataformas digitais, como a internet, apontam para o conteúdo sob demanda, fazendo com que a programação em grade seja severamente modificada a longo prazo. Esperamos que isso traga uma maneira diferente e específica de comercialização", diz Nelson. Para ele, no entanto, "não é razoável pensar em merchandising em telejornais".

"Esse recurso [de conteúdo sob demanda] é terrível. Querem acabar com o nosso negócio", rebate José Marcelo Amaral, diretor de tecnologia da Rede Record. Para ele, "a TV é feita para a população de massa ver o que está passando ao vivo". Programa de notícias de maior audiência na TV brasileira, o Jornal Nacional atinge em média cerca de 6 milhões de pessoas na Grande SP a cada transmissão.

Active Image Folha de São Paulo