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A discriminação das mulheres pelos paparazzi

Um vídeo que mostra o ator Heath Ledger numa festa embalada por drogas, dois anos antes de sua morte, normalmente seria um material obrigatório para um programa de TV em estilo tablóide. Mas quando o vídeo chegou às mãos dos produtores do Entertainment Tonight, o programa se recusou a exibi-lo, disse uma assessora de imprensa, "em respeito à família de Heath Ledger". O ator de 28 anos morreu em 22 de janeiro vítima do que os médicos chamaram de uma overdose acidental de remédios.

Amy Winehouse não mereceu a mesma discrição. Imagens de um vídeo que mostrava a cantora fumando o que o tablóide inglês The Sun descreveu como "um cachimbo de crack", e também usando cocaína e admitindo ter tomado "uns seis" Valium, foram vastamente disseminadas na mídia na mesma época.

Quando Owen Wilson foi hospitalizado em agosto depois de uma aparente tentativa de suicídio, seu caso foi o principal assunto de capa da US Weekly. Mas não fez tanto alarde quanto Britney Spears, recentemente confinada em um hospital psiquiátrico, que já inspirou seis histórias de capa da revista durante o mesmo período.

Quando Kiefer Sutherland foi solto da prisão em Glendale, Califórnia, depois de cumprir uma sentença de 48 dias por dirigir bêbado, o evento mereceu um pouco mais do que algumas notas escondidas na imprensa.

Em contraste, está a história de Paris Hilton, que voltou à prisão no ano passado, depois de ter sido solta por alguns dias, para cumprir o resto de sua sentença de 45 dias depois de violar a condicional por dirigir bêbada. O evento atraiu tanta atenção que lembrou o julgamento de O.J.Simpson. Hordas de câmeras circularam a limosine que levou a herdeira chorosa à cadeia.

Sim, as mulheres são quase que os únicos alvos de escrutínio das notícias de fofoca -basta perguntar a Mel Gibson. Meses de incidentes paralelos como esse parecem demonstrar os padrões díspares da cobertura jornalística. Os homens com problemas pessoais são tratados com gravidade e distanciamento, enquanto mulheres nas mesmas condições são objeto de ridículo, piadas e humor negro.

Algumas celebridades e seus assessores estão dizendo às claras que a mídia de notícias tem dois pesos e duas medidas. "Sem dúvida, as mulheres recebem um tratamento mais agressivo, menos sensível, mais ultrajante", disse Ken Sunshine, relações-públicas cujos clientes incluem Ben Affleck e Barbra Streisand. "Represento alguns homens bem bonitos, e sempre reclamo sobre a forma com que eles são tratatos e cobertos pela mídia. Mas é muito mais difícil para as mulheres que eu represento."

Liz Rosenberg, relações públicas da Warner Bros./Reprise Records, que representa Madonna entre outros, também acha que há sexismo. "Você por acaso vê a mídia seguindo Owen Wilson de manhã, de tarde e de noite?", questiona.

Alguns editores confirmaram tratar as celebridades femininas diferentemente. Mas a razão, dizem, não está enraizada no sexismo, mas nos números demográficos de sua audiência. Os leitores da US Weekly, por exemplo, são 70% mulheres; da People, mais de 90%, de acordo com os editores das revistas.

"Quase nenhuma revista feminina coloca um homem sozinho na capa", diz Janice Min, editora-chefe da US Weekly. "Você simplesmente não faz isso. É a morte da capa. As mulheres não querem ler sobre homens a menos que eles estejam associados a uma mulher: um casamento, um bebê, o término de um relacionamento."

Assim, a cobertura da morte de Ledger deu vez a histórias sobre Michelle Williams, a ex-namorada do ator e mãe de sua filha; a US Weekly, por exemplo, saíu com os títulos "A dor de uma mãe" e "Meu coração está partido" no topo de uma matéria de quatro páginas. Mary-Kate Olsen, que recebeu vários telefonemas da pessoa que descobriu o corpo de Ledger, também virou assunto: "O que Mary-Kate sabe" foi anunciado pela Touch Weekly.

De fato, enquanto uma das edições mais bem vendidas da People no ano passado foi a história de capa com a tentativa de suicídio de Wilson, uma capa seguinte falando sobre sua recuperação foi uma das que menos vendeu, disse Larry Hackett, editor administrativo.

Por outro lado, diz ele, a história de Spears continua a render exatamente por que as mulheres são fascinadas pelos desafios que uma jovem mãe enfrenta. "Se Britney não fosse mãe, essa história não conseguiria um décimo da atenção que recebe", diz Hackett. "O fato de que a custódia de seus filhos está em jogo é o motor dessa narrativa. Se ela fosse uma mãe solteira, fazendo sucesso e dirigindo seu carro seguida por paparazzi, não seria a mesma coisa."

Outros, como Roger Friedman, repórter de entretenimento da FoxNews.com, dizem que celebridades femininas tendem a render histórias que chamam mais a atenção porque as mulheres "são mais emotivas e mais abertas" em relação a seus problemas. Os homens, disse ele, tendem a ser "circunspectos".

Rebecca Roy, uma psicoterapeuta de Beverly Hills, Califórnia, que tem vários clientes na indústria de entretenimento, diz que os homens conseguem com freqüência se esquivar dos problemas com a indiferença elegante típica dos "bad-boy". Por outro lado, segundo ela, o duplo tratamento da imprensa pode reforçar o comportamento destrutivo das celebridades femininas, empurrando-as ainda mais fundo no abuso de drogas e comportamento instável.

Roy diz que celebridas masculinas problemáticas como Robert Downey Jr. são encorajadas a superar seus problemas e seguirem adiante para um segundo ato em suas carreiras, enquanto as batalhas pessoais de mulheres como Lindsay Lohan ou da já falecida Anna Nicole Smith são freqüentemente exploradas ao máximo do ponto de vista do entretenimento.

"Com os homens, existe uma ênfase na atitude 'ele teve o problema, mas está superando'", disse Roy. "Mas com as mulheres, a atitude é 'elas continuam mal, continuam mal'. É quase como arrancar as asas de uma mosca."

Min reconhece que sua revista não foi dura em relação à cobertura de Wilson e Ledger. Em parte, diz ela, porque as leitoras tendem a ser simpáticas em relação aos homens em crise. "Com Heath Ledger, as pessoas estavam andando sobre ovos para tentar encontrar o tom adequado", disse Min, acrescentando que "o sentimento do público em relação a Heath Ledger contou muito em nossa cobertura".

Edna Herrmann, uma psicóloga clínica de Los Angeles, diz que, apesar de o sadismo ser o preço do trabalho dos famosos, as mulheres, especialmente, respondem às celebridades femininas como verdadeiros demônios. "O sofrimento gosta de companhia", disse Herrmann.

Mas alguns acreditam que o poder de um agente de relações públicas tem mais influência na cobertura da imprensa do que o gênero da celebridade. Entertainment Tonight desistiu de seus planos de mostrar o vídeo de Ledger depois de receber protestos de estrelas como Natalie Portman e Josh Brolin, organizdos pela agência ID, que representava Ledger e ainda representa Williams (a namorada do ator).

Em alguns casos, as celebridades podem se tornar vítimas de seu própria apetite pela atenção da mídia. "Na minha opinião, ninguém que peça por privacidade, que espere ter sua privacidade respeitada desde o começo, tem essa privacidade negada", disse Stan Rosenfield, relações-públicas que representa George Clooney.

E Harvey Levin, editor administrativo do web site de fofocas TMZ.com, diz que oferece todas as oportunidades para que as celebridades femininas passem por cima dos seus erros, desde que melhorem seu comportamento. "Nicole Richie, que já esteve em baixa por viver criando confusão, deu uma virada, e agora todos estão torcendo por ela", disse Levin sobre a antiga amiga de Hilton e figurinha de tablóide, hoje mãe de uma menina de um mês.

Mesmo que a cobertura noticiosa da mídia esteja a seu favor, as celebridades masculinas não se sentem exatamente imunes à bisbilhotagem agressiva. "Com certeza há argumentos para mostrar que a mídia é incrivelmente sexista, a atenção dada às mulheres e toda a caça às celebridadas femininas", disse o ator Colin Farrel em uma festa recente para o lançamento de seu novo filme, In Bruges.

Farrell, que também já teve sua dose de perseguição por parte da imprensa, disse que essa tendência sexista não faz com que ele deixe de ser alvo de notícias. "Se eles me pegam por aí", diz ele, "não têm dúvida do que fazer". Farrell não bebericou nem uma cerveja enquanto falava numa sala cheia de jornalistas e fotógrafos.

Juiz quer proibir games Counter-Strike e Everquest

Uma decisão absurda pode virar moda no Brasil. A 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais considerou os games "EverQuest" e "Counter-Strike" "impróprios para o consumo". Em Goiás, os jogos já começaram a ser apreendidos. Não há nenhuma evidência científica que games que utilizam cenas de violência sejam mais nocivos do que as novelas da Globo e filmes como Tropa de Elite.

Esta decisão precisa ser denunciada, pois o que está em jogo é o direito que todos devem ter de acessar as realidades alternativas. A cibercultura e o ciberespaço permitem que possamos criar formas novas de entretenimento. Não podemos aceitar o cerceamento da dimensão lúdica. Esta decisão do judiciário viola a liberdade de pensamento e o direito ao entretenimento.

Considero mais prejudicial à saúde o programa do Faustão, por dissseminar o tédio e o baixo nível cultural, além de tentar consolidar uma estética baseada no comodismo e no espírito acrítico. Não é por considerar que o programa incentive o sedentarismo que devemos violar a Constituição e atacar a liberdade de expressão e de pensamento.

Um dos países em que os games violentos são mais disseminados é o Japão, outro é a Coréia. Neles os índices de violência não chegam nem perto dos registrados na Zona Sul de São Paulo, onde existem pouquíssimos computadores. A maior causa da violência na sociedade brasileira é a desigualdade e as péssimas condições de ensino. É a exclusão digital que cria mais revolta que o uso livre dos computadores para a diversão. Esta absurda decisão do Judiciário não tem fundamento científico, está baseada no preconceito e no mais tacanho senso comum.

O Ministério da Cultura deveria manifestar-se claramente contra este absurdo ataque à cibercultura.

Vamos escrever contra e alertar os ativistas que defendem a liberdade de expressão na rede.

Veja o link do PROCON de Goiás http://www.procon.go.gov.br/procon/detalhe.php?textoId=001072

Comissão aprova restrições para propaganda em TV e rádio

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática aprovou ontem projeto que proíbe as emissoras de rádio e televisão de veicular, nos horários destinados ao público infanto-juvenil, "chamada de programa, inserção publicitária ou merchandising com imagens, ilustrações ou anúncio de bebida alcoólica, tabaco, armas e munições, ou que desrespeitem os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

O Projeto de Lei 29/99, do deputado Paulo Rocha (PT-PA), foi aprovado nos termos do substitutivo apresentado pela relatora, deputada Maria do Carmo Lara (PT-MG), que inclui as disposições da proposta original no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90), em vez de propor lei autônoma sobre o assunto.

Assim, o substitutivo acrescenta um parágrafo ao artigo 86 do ECA, que obriga as emissoras de rádio e televisão a exibir, no horário recomendado para o público infanto-juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.

Pelo texto aprovado, quem descumprir a regra fica sujeito às multas previstas no estatuto, que variam de 20 a 100 salários mínimos e podem ser duplicadas em caso de reincidência. Além disso, a Justiça poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.

Para a relatora, a proposta é importante porque o conteúdo de certas inserções publicitárias é extremamente agressivo, com cenas de violência e de sensualidade inadequadas para o público jovem. "Esse projeto traz uma reflexão de como os meios de comunicação, que são importantes na sociedade, podem ajudar mas também atrapalhar a formação dos adolescentes. A proposta estabelece limites, regras mais rígidas, para evitar que nossas crianças e adolescentes fiquem expostos", disse a relatora.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Pesquisa revela que emissoras ultrapassam limite de publicidade

Qualquer um que use o controle remoto para “zapear” entre os canais de TV aberta pode facilmente identificar o excesso de propaganda. Apesar de o Código Brasileiro de Telecomunicações limitar ao máximo de 25% do tempo de programação a quantidade de publicidade que pode ser veiculada por emissoras de televisão, não são raros os canais que se dedicam exclusivamente ao comércio eletrônico.

A equipe do Observatório do Direito à Comunicação acompanhou 24 horas da programação de quatro canais de televisão aberta de São Paulo: Rede Brasileira de Informação – RBI (canal 14 UHF), MixTV(canal 16), PlayTV (canal 21) e ShopTour (canal 46). A pesquisa confirma que todos estes canais violam a legislação, ultrapassando o tempo máximo de publicidade permitido.

Em alguns casos, há leilões de jóias e tapetes. Em outros, são horas ininterruptas de comerciais com apresentadores animados “entrevistando” gerentes de lojas de todos os tipos, que ainda oferecem descontos especiais para os “espectadores”. E há, ainda, os programas de até 30 minutos que apresentam um único produto – um grill, um aparelho de ginástica, uma câmera digital. Ao final, claro, o número do serviço de tele-vendas.

Traduzindo em números, o monitoramento indicou que 62,5% da programação da RBI é dedicada ao comércio eletrônico. São 15 horas diárias de comerciais dos mais variados produtos e serviços e 9 horas de programas religiosos, um programa de “notícias” de uma hora e meia, com entrevistas, e videoclipes musicais “emprestados” da MixTV.

A MixTV, por sua vez, divide sua programação entre atrações caracterizadas como de “varejo” e “jovem”. A faixa batizada “jovem” ocupa menos de 10% do conteúdo da emissora e consiste, basicamente, em programas de videoclipes.

Já a PlayTV veicula cerca de dez horas diárias de programas comerciais, ultrapassando, portanto, em quatro horas o limite estabelecido para publicidade. Os demais programas – basicamente videoclipes musicais, desenhos animados e programas religiosos – são ainda intercalados por comerciais. Ou seja, a violação da legislação é ainda maior.

O mais explícito e conhecido caso, porém, é do canal ShopTour, com programação composta exclusivamente por publicidade. O sinal da emissora atinge cerca de 50 municípios de 10 estados brasileiros. A empresa veicula desde 1987 programas de vendas em diversas emissoras e, em seu canal próprio, oferece para o espectador 24h de comerciais.

Ação na Justiça

RBI, ShopTour e MixTV são alvo de uma Ação Civil Pública (ACP) que exige adequação destes canais, que operam na televisão aberta de São Paulo, às exigências previstas na lei. A Ação foi apresentada à Justiça Federal pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social como parte da campanha “Concessões de Rádio e TV: Quem manda é você”. A campanha propõe a ampliação da fiscalização e a punição imediata dos concessionários que não cumpram os requisitos mínimos estabelecidos em lei.

Dentro deste princípio, a ACP questiona a omissão do Poder Executivo em fiscalizar as emissoras paulistas e pede a adequação dos canais ao limite máximo estabelecido pelo Código Brasileiro de Telecomunicações para a publicidade comercial. “Queremos que elas se adaptem ao que manda a Lei, mas, caso não façam isso, devem ter a concessão cassada, já que não estão cumprindo os requisitos para a exploração do serviço”, afirma Bráulio Santos Araújo, advogado que representa as entidades.

Os resultados do levantamento feito pelo Observatório não surpreendem, já que as próprias emissoras em suas páginas de Internet explicitam suas infrações e a deturpação das funções que deveriam cumprir como prestadoras de um serviço público. “Nem com muito esforço é possível considerar que informar preços de tapetes e anéis seja atender às finalidades do artigo 221 da Constituição, muito menos que isso seja prestar um serviço de interesse público”, afirma Araújo. O artigo citado pelo advogado determina que as emissoras são obrigadas a priorizar conteúdos educativos, culturais e informativos em sua programação.

Inversão de valores

MixTV, RBI e a PlayTV (esta última rede ligada ao Grupo Bandeirantes), veiculam, em meio à programação comercial, programas direcionados ao público jovem. São videoclipes musicais, games, esportes e até desenhos animados intercalados à venda de imóveis, carros, produtos de beleza, roupas e serviços diversos.

Segundo Ana Bock, presidente do Conselho Federal de Psicologia, a programação voltada para a venda fortalece valores que promovem relações sociais guiadas pela idéia de consumo. “Estamos ajudando a constituir sujeitos que tudo compram, tudo consomem, tudo descartam”, afirma.

A psicóloga Fátima Nassif, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo e da Rede Paulista pela Democratização da Comunicação e da Cultura, alerta para a influência da mídia na formação da subjetividade de crianças e adolescentes. “A propaganda influencia o comportamento infantil e, em certa medida, juvenil”, destaca.

Fátima aponta que a deturpação de valores incentivada pelo culto ao consumo pode gerar transtornos complicados nas relações familiares e de amizade destes indivíduos. Ela relaciona, como exemplo, o crescimento nos casos de anorexia e bulimia em jovens à ditadura da beleza veiculada nos meios de comunicação.

“Consideramos esses mercados eletrônicos um abuso total e um desvirtuamento da função das concessões”, diz Fátima, que também integra a Campanha pela Ética na TV. Ela destaca o caráter público do serviço prestado pelas emissoras que, de acordo com a Constituição Federal, devem priorizar a promoção da educação, da arte e da cultura.

Omissão

Com uma legislação defasada em relação ao conteúdo, a limitação em relação à publicidade é um dos poucos critérios que podem ser, de imediato, usados no monitoramento das concessões de rádio e televisão. De acordo com o Código Brasileiro de Telecomunicações, cabe ao Pode Executivo, no caso, o Ministério das Comunicações, fazer a fiscalização.

A assessoria do Ministério das Comunicações confirma que “todas as ações punitivas sobre publicidade estão na lei”, no entanto, quando questionada sobre a omissão do órgão em fiscalizar o descumprimento desta lei, silencia. Procurada repetidas vezes para dar um posicionamento em relação à pesquisa, a assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações não atendeu às solicitações da reportagem.

A pesquisa realizada com as quatro emissoras será anexada à Ação Civil Pública protocolada em 5 de outubro. Apesar de não constar no documento apresentado, o canal PlayTV apresentou violações similares aos demais à legislação e ainda pode ser inserido na Ação.

O processo corre com o número 2007.61.00.028088-0. Para visualizar a íntegra do documento, clique aqui .

* Colaborou Mariana Pires.

Presença da cultura negra na mídia é “escassa”, avalia presidente da Fundação Palmares

Brasília – A presença da cultura negra nos meios de comunicação brasileiros “ainda é muito escassa” e a responsável por isso é a grande mídia, que “não expressa a cultura negra brasileira com importância e extensão”. A avaliação é do presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo. Segundo ele, além de dificultar o acesso a essa cultura, a mídia ainda promove um processo de discriminação.

O presidente da fundação cita como exemplo o tratamento dado à questão quilombola, que, segundo ele, ainda é muito restrito a um pequeno grupo de formadores de opinião.

"Uma parcela da sociedade ainda se recusa a reconhecer que este país foi escravocrata e os remanescentes dos quilombos são o espelho vivo do que foi a perseguição escravocrata no Brasil”, diz.

Segundo Araújo, há ainda a questão fundiária envolvida na luta para reconhecer as comunidades quilombolas. "Juntou esse processo racista que ainda existe na sociedade brasileira com o conservadorismo da área fundiária, e se acaba negando o direito de acesso à terra destinado aos descendentes de quilombos", acrescentou.

O presidente disse ainda que a cultura negra está muito inserida na sociedade brasileira, principalmente nos setores mais populares, fazendo com que a cultura negra se confunda com a cultura popular.

"As manifestações culturais não podem ter hierarquia, pois, na verdade, elas são apenas distintas. Não há a má cultura e a boa cultura, o que há são formas distintas de expressão", diz.