Juiz quer proibir games Counter-Strike e Everquest

Uma decisão absurda pode virar moda no Brasil. A 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais considerou os games "EverQuest" e "Counter-Strike" "impróprios para o consumo". Em Goiás, os jogos já começaram a ser apreendidos. Não há nenhuma evidência científica que games que utilizam cenas de violência sejam mais nocivos do que as novelas da Globo e filmes como Tropa de Elite.

Esta decisão precisa ser denunciada, pois o que está em jogo é o direito que todos devem ter de acessar as realidades alternativas. A cibercultura e o ciberespaço permitem que possamos criar formas novas de entretenimento. Não podemos aceitar o cerceamento da dimensão lúdica. Esta decisão do judiciário viola a liberdade de pensamento e o direito ao entretenimento.

Considero mais prejudicial à saúde o programa do Faustão, por dissseminar o tédio e o baixo nível cultural, além de tentar consolidar uma estética baseada no comodismo e no espírito acrítico. Não é por considerar que o programa incentive o sedentarismo que devemos violar a Constituição e atacar a liberdade de expressão e de pensamento.

Um dos países em que os games violentos são mais disseminados é o Japão, outro é a Coréia. Neles os índices de violência não chegam nem perto dos registrados na Zona Sul de São Paulo, onde existem pouquíssimos computadores. A maior causa da violência na sociedade brasileira é a desigualdade e as péssimas condições de ensino. É a exclusão digital que cria mais revolta que o uso livre dos computadores para a diversão. Esta absurda decisão do Judiciário não tem fundamento científico, está baseada no preconceito e no mais tacanho senso comum.

O Ministério da Cultura deveria manifestar-se claramente contra este absurdo ataque à cibercultura.

Vamos escrever contra e alertar os ativistas que defendem a liberdade de expressão na rede.

Veja o link do PROCON de Goiás http://www.procon.go.gov.br/procon/detalhe.php?textoId=001072

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