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Brasil tem aumento de 10% no número de domínios na Internet

A base total de nomes de domínios .com e .net alcançou 553 mil domínios registrados no Brasil, no segundo trimestre de 2009, um crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, contabilizando 57% de aumento nos últimos dois anos. Os dados são da VeriSign, responsável pelo Dossiê Sobre a Indústria de Domínios na Internet.

Na América Latina, o aumento da base total de nomes de domínios .com e .net registrados ao fim do segundo trimestre de 2009 foi de 12% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. Globalmente, a base total de domínios .com e .net cresceu para 93,5 milhões, um aumento de 7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Mundialmente, o segundo trimestre de 2009 encerrou com uma base total de 184 milhões de nomes de domínios registrados entre todos os Domínios de Primeiro Nível (TLDs), aumento de 1% sobre o primeiro trimestre de 2009 e um crescimento de 9% sobre o mesmo trimestre do último ano. Já os Domínios de Primeiro Nível com Códigos de Países (ccTLDs) apresentaram incremento de 14% de um ano a outro, atingindo 74,4 milhões de nomes de domínios registrados – aumento de 1% em relação ao primeiro trimestre de 2009. A base total dos nomes de domínios ccTLDs foi impactada pela perda na base de .cn (China) e .eu (União Européia). Quanto ao total de registros, o domínio .com continua sendo a extensão de TLD mais procurada, seguida por .cn, .de (Alemanha) e . net. Essa sequência permanece inalterada desde o último trimestre.

Ministro confirma intenção de uso do Fust para ampliar banda larga

Hélio Costa diz que plano para levar à internet de alta velocidade à população ainda será apresentado ao presidente Lula

Brasília – O ministro das Comunicações, Hélio Costa, confirmou nesta terça-feira, 17 de novembro, a intenção do governo de investir parte dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) na ampliação do serviço de banda larga no Brasil.

De acordo com o ministro, o fluxo de caixa do Fust a partir de 2010 já poderia ser usado para bancar parte do Plano Nacional de Banda Larga. O projeto será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas Hélio Costa declarou que o presidente já sinalizou que a intenção é usar pelo menos R$ 1 bilhão do fundo para ampliar o acesso à internet de alta velocidade para a população.

“O presidente acenou que pode concordar com a utilização do fluxo de caixa do Fust, que já é extremamente importante. Porque nós não vamos poder usar os quase R$ 7 bilhões (atualmente, este é o valor dos recursos acumulados). Mas, pelo menos vamos poder usar o R$ 1 bilhão que vai entrar no ano que vem”, comentou.

Hélio Costa declarou que é preciso correr contra o tempo e fazer com que o Plano Nacional de Banda Larga possa começar a ser implementado ainda em 2010. Ele comentou a possibilidade de a União atuar no mercado como regulador do serviço, reiterando, contudo, que sua maior preocupação é colocar o plano em operação em tempo hábil. “Nós ainda não dispomos de todos os instrumentos técnicos necessários para que o plano nacional de banda larga possa ser instrumento regulador”, disse.

O ministro das Comunicações disse que o governo estuda a possibilidade do uso das redes de fibra ótica de empresas estatais, como Furnas, Petrobras e Eletrobrás, inclusive para a oferta do serviço, trabalhando em parceria com as empresas de telefonia. Hélio Costa afirmou, entretanto, que o uso de parte da rede de 31 mil quilômetros de fibras ópticas, no caso da Eletronet, ainda depende de uma decisão favorável da Justiça.

O ministro das Comunicações anunciou que desistiu de apresentar ao presidente a proposta sobre o acesso de camadas carentes da população ao serviço de telefonia móvel. Hélio Costa informou que vai retirar o programa, chamado pela imprensa de “bolsa celular”, porque houve uma incompreensão. Ele afirmou que a iniciativa foi mal interpretada, embora tenha reiterado que não haveria uso de recursos públicos para bancar a compra de celulares para famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família.

“As empresas é que pediram – e aí o governo pode aceitar ou não – a isenção de recolhimento para o Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações). Isso seria sobre linhas que não existem ainda. Então, não seria uma desoneração”, comentou. “O governo não vai gastar R$ 2 bilhões em dois anos para que o celular chegue as camadas mais pobres da população. Não é isso. As empresas querem levar o celular para essas pessoas gratuitamente e ainda depositando crédito mensal de R$ 7”, disse. Hélio Costa assegurou que o ministério vai deixar a iniciativa de apresentar a proposta ao governo às próprias empresas.

94% dos brasileiros não têm banda larga

Adianta falar em inclusão digital sem conexão veloz? Governos de todo o mundo já discutem como universalizar o acesso rápido, mas o Brasil ainda engatinha nesta questão

Existe um Brasil que não consegue assistir a vídeos no YouTube. Que não tem perfil no Facebook, não acompanha a dinâmica do Twitter nem sonha em entrar no Google Wave. Entra no MSN, mas precisa de nove horas para fazer o download do programa – isso quando a conexão não cai. É o Brasil desconectado – ou 94,2% do nosso País.

O Banco Mundial já avisou: cada vez que as conexões rápidas aumentam em 10%, o PIB de um país cresce 1,3%. Estamos longe disso: hoje a internet banda larga no País chega a 5,8% da população.

O governo federal se prepara para lançar ainda neste mês o Plano Nacional de Banda Larga, que pretende levar internet rápida a quase 80% dos municípios brasileiros. O plano prevê a expansão do acesso com planos, segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, de até R$ 9,90. A meta é expandir o acesso domiciliar – mas, segundo o coordenador dos projetos de inclusão digital do governo federal, Cezar Alvarez, “seria ingenuidade pensar em atingir o universo da população com conexões individuais”. Para ele, é preciso investir também em acessos coletivos.

O plano está sendo discutido por um grupo de trabalho interministerial. O governo ainda não revelou se a rede de banda larga será administrada por uma empresa estatal, por exemplo, mas parte dessas dúvidas devem ser sanadas hoje. A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência realiza hoje, em Brasília, um seminário internacional sobre o assunto com a participação dos ministros Hélio Costa e Paulo Bernardo (Planejamento), Ronaldo Sardenberg, presidente da Anatel, e outros especialistas internacionais. O Plano Nacional está na pauta. Segundo o coordenador do evento, Gabriel Laender, a definição do texto “já foi praticamente concluída”. “Estamos num momento de revisão e articulação final”, disse.

Não se sabe ainda qual é o conteúdo, mas as metas são ambiciosas. Augusto Gadelha, secretário de Política da Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, diz que em cinco anos a banda larga atingirá um “porcentual significativo de domicílios e todas as escolas urbanas e órgãos públicos do País”. “Poderemos estar entre os dez países com maior penetração de banda larga do mundo”.

Saiba mais:

Internet cada vez mais veloz

Uma pesquisa conjunta das universidades de Oxford, na Inglaterra, e Oviedo, na Espanha, mostrou que, neste ano, a velocidade média da banda larga aumentou 45% em comparação com o ano anterior. A Coreia do Sul, líder do ranking, tem 97% de suas residências conectadas – o que leva a uma mudança no perfil de consumo, com a mídia física sendo substituída por músicas, filmes e livros digitais. É o Japão, no entanto, o dono da web mais veloz, com conexão média de 60 Mbps.

A importância de 2009, no entanto, não está nos dados de web ultravelozes, mas na iniciativa de diversos países para que uma conexão 1 Mbps seja garantida, colocando a web no mesmo patamar de serviços básicos como água e eletricidade. Começou com o primeiro ministro inglês Gordon Brown, que anunciou um projeto para a expansão da banda larga para todos os ingleses. Depois, Finlândia e Itália foram mais longe e colocaram a banda larga como um “direito fundamental”. E tudo indica que é apenas o começo. (Rafael Cabral)

O mundo e a internet rápida

• Melhor custo-benefício, o Japão tem 64% de suas casas com banda larga, com velocidade média de 60 Mbps, custando US$ 0,27 por 1 Mbps.

• 97% do povo coreana tem acesso à banda larga (média de 46 Mbps). O país é o líder de um ranking de conexões das universidades de Oxford e Oviedo.

• Melhor país da Europa em conexão, a Suécia tem penetração de 69%, custo médio de US$ 0,63 por cada 1 Mbps e velocidade média de 18 Mbps na conexão.

• Devido ao tamanho do território e ao controle sobre a população, a Suíça conseguiu conectar 90% de seus cidadãos com banda larga e é o segundo melhor país da Europa no ranking.

• A Finlândia, que aprovou uma lei que diz que uma conexão de 1 Mbps é “direito fundamental” de qualquer cidadão, tem 80% de penetração e média de 22 Mbps.

• Apesar de também ter um projeto para a universalização da banda larga, a situação da Itália não é tão boa: 50% de casas conectadas, com média de 4 Mbps.

• Nos EUA, a média de velocidade é de 4,8 Mbps e a média de preço por 1 Mbps é de US$ 3,33. Cerca de 80% das residências têm acesso à banda larga.

• A velocidade média de conexão por banda larga na França é de 17,6 Mbps. Paga-se US$ 1,64 por cada 1 Mbps e cerca de 70% das casas são atendidas pelo serviço de internet rápida.

Comissão discutirá acesso a banda larga e adoção de software livre

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática vai realizar audiências públicas para debater os efeitos, implicações e a viabilidade técnica e financeira da implementação do Plano Nacional de Banda Larga; e para discutir a adoção de programas abertos de computador, conhecidos como software livre, pela administração pública direta e indireta.

As audiências foram propostas pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP) e ainda não têm data marcada.

Software livre

De acordo com a deputada, o uso de programas de computador baseados em padrões abertos e não proprietários é uma tendência consolidada no mercado de tecnologia de informação. "A participação do mercado nesse tipo de software amplia-se a cada ano, tanto na iniciativa privada quanto no setor público."

Erundina lembra que o uso prioritário de software e de padrões de licenciamento aberto é uma política do governo federal, o que acelera a ampliação do uso desse tipo de solução em âmbito nacional.

Banda larga

Já sobre a banda larga, a parlamentar afirma que o domínio dos diferentes recursos tecnológicos pelo País é condição necessária para o desenvolvimento, sendo que uma das ferramentas estratégicas para se alcançar esse patamar é a inclusão digital. "O acesso precisa ser por meio de banda larga, com vistas à navegação com qualidade, porém o uso de internet de alta velocidade ainda é restrito."

Durante a audiência pública, a comissão vai discutir assuntos relacionados à administração da rede de banda larga, a participação estatal e o papel da iniciativa privada no Plano Nacional de Banda Larga. Esse plano prevê a implantação de uma rede de fibra ótica em todos os municípios do País.

Estudo técnico

O Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara vai concluir até o fim do ano a análise sobre a política mais adequada para garantir o acesso de todo brasileiro à internet banda larga. Ao final do estudo, os 23 deputados que compõem o grupo poderão apresentar projetos ou encaminhar sugestões para o governo.

Convidados

A audiência sobre software livre será realizada em duas etapas.

Serão convidados para o debate:

– o diretor de Tecnologia do Banco do Brasil, José Francisco Alvarez Raya;
– o diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Vinícius Ferreira Mazoni;
– o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna dos Santos;
– o presidente da Microsoft do Brasil, Michel Levy;
– o presidente da organização ODF Alliance Brasil, Jomar Silva;
– o diretor-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), José Curcelli;
– o presidente da Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo), Maurício Laval Pina de Sousa Mugnaini;
– Omar Kaminski, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná;
– Sérgio Amadeu da Silveira, doutor em Ciência Política e professor da Fundação Cásper Líbero;
– representantes do Banco Central e da Receita Federal do Brasil.

Para a audiência sobre o plano de banda larga, serão convidados:

– o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg;
– o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins;
– o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna dos Santos;
– o presidente da Telecomunicações Brasileiras (Telebrás), Jorge da Motta e Silva;
– o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Fixo Comutado (Abrafix), José Fernandes Pauletti;
– o presidente da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet, Eduardo
Fumes Parajo;
– o presidente da Associação Brasileira de Pequenos Provedores de Internet e Telecomunicações, Ricardo Lopes Sanchez;
– o presidente da empresa Informática de Municípios Associados (IMA), Pedro Jaime Ziller de Araújo.

Câmara debaterá viabilidade técnica e econômica do Plano Nacional de Banda Larga

A viabilidade técnica e econômica de o governo executar um Plano Nacional de Banda Larga será debatida pela Câmara dos Deputados em breve. A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara aprovou nesta quarta-feira, 4, um requerimento de autoria da deputada Luiza Erundina (PSB/SP) para a realização de uma audiência pública sobre o assunto. A data da audiência ainda não foi marcada.

Em seu requerimento, a deputada defende a necessidade de um debate público sobre a iniciativa governamental de criar um plano de expansão da banda larga, serviço considerado estratégico para a deputada na real inclusão digital da população. "Essa disposição do governo traz consigo várias dúvidas que precisam ser devidamente apreciadas e acompanhadas pelo Poder Legislativo, notadamente questões relacionadas com a administração dessa rede, a participação estatal no processo e o papel reservado à iniciativa privada", argumenta.

Luiza Erundina sugere que sejam convidados para o debate o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, principal defensor de uma rede pública de banda larga; e o secretário de Telecomunicações do Minicom, Roberto Pinto Martins, responsável pelo desenvolvimento de uma proposta que une esforços tanto do governo quanto da iniciativa privada na execução do plano.

Também deve ser convidado o presidente da Telebrás, Jorge da Motta e Silva, já que a estatal pode vir a ser usada como gestora da nova rede segundo declarações de autoridades do governo. A audiência também deverá contar com a presença do presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg; do presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti; do presidente da Abranet, Eduardo Parajo; e do presidente da Abrappit, Ricardo Sanches. Erundina pretende convidar ainda o presidente da Informática de Municípios Associados (IMA), Pedro Jaime Ziller.