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Campanha divulga 16º Ranking da Baixaria na TV

A Coordenação Executiva da campanha "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" divulga hoje o 16º Ranking da Baixaria na TV, em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

A audiência pública, que também debaterá os preparativos para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), ocorrerá a partir das 14h, no plenário 9 do Anexo 2 da Câmara.

Do último ranking, divulgado em outubro de 2008, até o presente, foram recebidas 874 denúncias de telespectadores, através do site da campanha (www.eticanatv.org.br) e do Disque Câmara (0800 619 619).

Apelo sexual, incitação à violência, apologia ao crime, desrespeito aos valores éticos da família e horário impróprio são as principais reclamações dos telespectadores que nortearam a elaboração do 16º Ranking da Baixaria na TV.

Reincidentes

Dentre os cinco programas mais denunciados, dois são reincidentes: o "Super Pop", da Rede TV!, que já havia figurado nos rankings de 2006 e 2008, e o "Pânico na TV", da mesma emissora, que esteve presente no ranking de 2008.

Outros dois programas listados no novo ranking são regionais, veiculados apenas na Bahia: "Na Mira" (TV Aratu/SBT) e "Se liga Bocão" (TV Itapoan/Record), de emissoras sediadas em Salvador(BA), ambos enquadrados no gênero policialesco.

O novo campeão de reclamações, porém, é o "Jogo Aberto", programa esportivo da TV Bandeirantes, alvo de oitenta e oito denúncias fundamentadas e analisadas pelos pareceristas da campanha.

Engajamento da sociedade

De acordo com Augustino Veit, integrante da Coordenação Executiva da campanha, as denúncias recebidas são fruto do engajamento ativo de uma parcela dos telespectadores no monitoramento dos conteúdos da televisão. "As emissoras de TV são concessões públicas e, portanto, têm obrigações constitucionais a respeitar.

Quando uma pessoa se sente agredida ou ofendida por um programa, a quem ela pode recorrer? Exceto pela TV Brasil, as televisões não possuem ombudsman ou ouvidor que possa receber as críticas da população, que tem todo o direito de cobrar do poder público as providências para a prevenção e punição às violações de direitos cometidas nos programas. A campanha visa responder a uma demanda da cidadania ativa em relação aos meios de comunicação", avalia Veit.

Os expositores convidados para a segunda mesa da audiência pública, sobre a campanha, são o psicólogo Ricardo Moretzsohn, representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na Coordenação Executiva da campanha, e o procurador da República Marcus Vinícius Aguiar Macedo, representante da Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público Federal (MPF).

A Comissão de Direitos Humanos se reúne no plenário 9, às 14 horas.

Veja rankings anteriores da campanha contra baixaria na TV

Brasil precisa institucionalizar monitoramento e controle social

O Brasil precisa de uma mudança cultural se quiser construir uma mídia mais democrática e plural. Esta foi a tônica das discussões da última sexta-feira (7) no seminário “Controle social, mídias e interesse público”, organizado pelo Centro de Cultura Luiz Freire em Recife (PE). Na avaliação dos palestrantes e mais de 80 participantes do evento, a sociedade brasileira como um todo ainda não despertou para a importância do monitoramento e do controle social do conteúdo veiculado nos grandes meios de comunicação. Por conta disso, não avançamos na pressão social pela reivindicação de mecanismos institucionalizados de controle social junto ao Estado e sempre esbarramos no discurso dos empresários da comunicação de que controle social é uma forma de censura à mídia.

“A idéia de controle social presente na Constituição Federal para áreas como a saúde e a educação, segundo a qual a sociedade tem o direito de participar da formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas, incluindo a responsabilização do setor público pelo não cumprimento dessas políticas, nunca foi transferida para a área da comunicação. Neste campo, falar sobre isso ainda é um palavrão, inclusive para setores do governo”, explicou Venício Lima, professor aposentado de Ciência Política e Comunicação e fundador do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade de Brasília.

Para ele, há uma diferença crucial na aplicação desta responsabilização do Estado quando se trata da comunicação. “Ao contrário da saúde e da educação, a comunicação ainda não é considerada um direito básico. Além disso, a política brasileira priorizou a configuração do sistema no país via concessões públicas para a iniciativa privada. Ou seja, diferentemente de outros setores, o controle, neste caso, tem que iniciar-se sobre o concessionário privado, o que dificulta o processo”, acredita.

Por exemplo, na hora de mover ações contra esses concessionários por violações de direitos humanos praticadas na mídia, os membros do Ministério Público e do Judiciário “ficam na corda bamba por conta da relação da censura”, conta promotora do MP de Pernambuco Jackqueline Lihimas, que participou do seminário. “Mas é preciso compreender que toda liberdade absoluta vira escravidão, lei do mais forte. No campo da comunicação, vale o poder econômico. Então é preciso ter um mínimo de controle. Temos que fomentar essa discussão e mudar transformando a consciência das pessoas”, completou a promotora.

Para Augustino Veit, da Campanha Quem Financia a Baixaria É Contra a Cidadania, é preciso repensar o conceito de controle social. “A grande acusação que os donos da comunicação fazem é dizer que estamos promovendo a censura. Mas não. O limite da televisão é quando ela começa a atingir nossa dignidade, seja das crianças, mulheres, negros, homossexuais, etc”, explica.

Desde novembro de 2002, a Campanha já recebeu mais de 30 mil denúncias de violações de direitos humanos praticadas na televisão. No entanto, o caminho para esta mudança cultural, que se mostra cada vez mais urgente, ainda parece tortuoso. Uma pesquisa sobre a opinião do telespectador brasileiro sobre a programação da TV, publicada recentemente pelo instituto GHF, revelou que 64% da população estão satisfeitos com o que assistem na telinha. Nas classes C e D, a nota média dada ao conteúdo veiculado é 9. Na região nordeste, onde aconteceu o seminário sobre controle social e onde o Centro de Cultura Luiz Freire desenvolve projetos como o OmbudsPE, de monitoramento da mídia local, 78% da população se dizem satisfeitos com a TV.

Quem faz o controle?

Ficou clara então nos debates a necessidade de ir além de experiências pontuais e que dependem exclusivamente da iniciativa da sociedade civil organizada ou da própria imprensa para o exercício do controle social. Observatórios de mídia, programas de rádio ou TV que discutem comunicação, ombudsmen, códigos de auto-regulação, tudo isso, sem dúvida, contribui para o desafio colocado em pauta. No entanto, a efetividade deste controle só se dará se for criado aquilo que o jornalista francês Ignácio Ramonet chamou de “quinto poder”, ou seja, um poder institucionalizado que fiscalize a mídia a partir do interesse público.

Tal fiscalização deve ser feita em espaços de participação popular, como os conselhos, e por órgãos do Estado, como as agências reguladoras. Um órgão regulador autônomo, por exemplo, poderia acompanhar o cumprimento de princípios e normas já previstos na Constituição Federal para as comunicações, assim como garantir o direito de resposta solicitado tanto por indivíduos como por organizações.

“Hoje, no entanto, o Conselho de Comunicação Social, auxiliar do Senado, é um órgão sem eficácia, que está desativado desde dezembro de 2006”, conta Venício Lima. “O conselho, que era uma reivindicação dos movimentos populares, desde o início não foi discutido nesta perspectiva de controle social dos demais setores. Assim como agora, no período da Constituinte, os empresários eram muito fortes”, relatou.

Além do controle social

Institucionalizado ou não, o controle social não pode ser a única forma de buscar uma comunicação mais plural e diversa. Uma das conclusões do seminário, que será levada aos debates da Conferência Nacional de Comunicação, é a importância do desenvolvimento de uma mídia alternativa, pública, que não seja baseada no interesse do lucro.

“Não é possível mudar a grande mídia. Não vamos conseguir democratizar a Globo e os grandes jornalões. Vamos continuar denunciando, alterar a legislação, criar órgãos reguladores, mas temos que criar a nossa própria alternativa”, defendeu Venício Lima. “O conjunto da população precisa ter acesso aos meios, através de mecanismos como o direito de antena, consolidado em países como Portugal e Espanha. É através disso, por exemplo, que a liberdade de expressão será garantida”, afirmou.

Como bem concluiu Zé de Santa, vice-cacique do povo Xucuru, na mesa do seminário que tratou da diversidade na mídia: “Chega de dizer ‘sim, senhor’. Temos dignidade, somos cidadãos e queremos uma comunicação para todos.”

AGU entra com ação contra revista que estimula turismo sexual no Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU), através da Procuradoria Regional Federal da 2ª Região, entrou com uma ação na Vara Federal do Rio de Janeiro para tentar tirar se circulação a revista Rio For Partiers (Rio para festeiros), que estimula o turismo sexual no Brasil ao chamar as brasileiras de "máquinas de sexo".

Publicada em inglês pela Editora Solcat Ltda, a revista é vendida na Internet por US$ 23 (R$ 52). Com mais US$ 4 (R$ 9) de frete, é possível recebê-la em qualquer lugar do mundo. A publicação descreve o carnaval como "festa ao ar livre com atividades de semi-orgia".

Além disso, classifica as mulheres brasileiras em quatro tipos: "Britney Spears", filhinhas de papai avessas a cantadas; "popozuda", "máquinas de sexo"; "hippie/raver", "difíceis de beijar" mas "fáceis de ir para a balada"; e "Balzac", mulher que se tratada "como uma dama" retribuirá o companheiro tratando-o "como um rei, talvez não hoje à noite, mas amanhã com certeza".

Movida a pedido da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), a ação acusa a revista de usar de forma não autorizada o selo Brazil Sensational, do Ministério do Turismo, criado para divulgar a imagem do turismo brasileiro no exterior, informou a Agência Brasil.

A Embratur considera que a Rio For Partiers "incentiva a prática de exploração sexual". Caso a ação seja favorável à empresa, a editora deverá recolher a revista, sob pena de multa diária mínima de R$ 10 mil.

Para o procurador federal Marco Di Iulio, responsável pela causa, a publicação viola "um dos fundamentos do próprio Estado Democrático de Direito – a dignidade da pessoa humana, tendo em vista a exposição vexatória do povo brasileiro com o intuito de promover a exploração sexual".

Campanha pela Ética na TV divulga 15º Ranking da Baixaria

Depois de quatro meses de apuração, a campanha "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" divulga o 15º Ranking da Baixaria na TV. Foram analisados os cinco programas de televisão que receberam maior número de denúncias. De acordo com a Coordenação da campanha os programas que aparecem neste ranking são reincidentes e merecem atenção de todos, sociedade civil, telespectadores e professores, para que não continuem a desrespeitar os Direitos Humanos na televisão.

A campanha foi lançada em novembro de 2002 e já registrou um total de 34.374 denúncias, sendo que, de maio a setembro deste ano, foram contabilizadas aproximadamente 1.500 reclamações de telespectadores insatisfeitos com a qualidade e a falta de ética da programação televisiva. As denúncias foram analisadas pelo Comitê de Acompanhamento da Programação, formado por representantes das mais de 60 entidades da sociedade civil parceiras da campanha.

Os programas mais denunciados foram: "Terceiro Tempo" (Rede Bandeirantes), "Pânico na TV" (Rede TV), "Super Pop" (Rede TV), "SP no AR" (Rede Record) e "A Tarde é Sua" (Rede TV). O "Pânico na TV" e o "Super Pop" aparecem pela 4º vez e "A tarde é Sua" pela 2º vez no Ranking da Baixaria na TV.

Com isso a coordenação da campanha, juntamente com os deputados Pompeo de Mattos (PDT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, e Adão Pretto (PT – RS), presidente da Comissão de Legislação Participativa, ambas da Câmara dos Deputados, decidiram encaminhar as denúncias ao Ministério Público Federal, para que seja elaborado um termo de ajustamento de conduta, pelo qual as emissoras venham a assumir o compromisso de não mais veicularem conteúdos ofensivos aos direitos dos cidadãos previstos na Constituição e na legislação em vigor.

Na próxima quinta-feira (9), a TV Brasil e a TV Câmara vão transmitir o programa "Ver TV" sobre o 15º Ranking da Baixaria na TV, a partir das 22h30. Para mais informações acesse www.camara.gov.br ou ligue (61) 3216-6576. A sistematização de denúncias e os pareceres dos programas estão no site eticanatv@camara.org.br

TV Brasil apresenta mudanças na programação

A TV Brasil planeja novas mudanças na programação. No dia 31/07 o “Espaço Público” sairá do ar. No fim de agosto, será a vez do “Diálogo Brasil” deixar a grade da emissora. Para substituí-los, no início de setembro estréia o “Três a um”, que será apresentado todas as quartas-feiras, às 22h.

“Esse novo programa terá um modelo ‘flex’. Serão três debatedores mediados por um jornalista, ou três jornalistas sabatinando um entrevistado. Será um programa que cumprirá a função que o ‘Espaço’ e o ‘Diálogo’ cumprem hoje”, diz a diretora de jornalismo da TV Brasil, Helena Chagas.

A mudança faz parte do cronograma de reformulação da grade, que pretende transformar a emissora em uma TV nacional.

“O ‘Espaço Público’ é um programa da antiga TVE. É essencialmente carioca, com convidados cariocas. Agora nós somos a TV Brasil, temos que mudar alguns programas da grade”, diz Helena.

TV Brasil produzirá programa na África

O "Três a um" irá ao ar no horário apelidado de “faixa da reflexão”. Além dele, nos próximos dias será lançado um edital para a realização do “Revista África”, que ocupará o espaço às sextas-feiras.

O programa que será inteiramente gravado em países africanos, principalmente os de língua portuguesa, por uma produtora independente, mas sob supervisão da emissora. É a primeira vez que a TV Brasil realiza um edital como esse, mas, de acordo com Helena, servirá de teste para a realização de um outro, para a produção do “Revista América Latina”. O modelo deste ainda não foi definido, e a cooperação com emissoras de outros países não está descartada.

Observatório da imprensa também terá mudanças

Recentemente, a TV Brasil estreou o “De Lá pra Cá” e o “Caminhos da Reportagem”. Na terça-feira, na “faixa de reflexão”, o “Observatório da Imprensa” continua, mas também passará por mudanças.

“O Observatório é o carro chefe da emissora, mas vai passar por mudanças. Ele terá um novo cenário, outros participantes. Queremos dinamizar o programa”, afirma Helena.