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Depois do PPB do Ginga, MiniCom quer incentivar criação de aplicativos

Após a definição da incorporação do Ginga nos televisores fabricados na Zona Franca de Manaus, o Ministério das Comunicações vai conversar com entidades representativas dos radiodifusores para que as emissoras desenvolvam aplicativos destinados à interatividade da TV digital. A informação foi dada nesta sexta-feira (24) pelo ministro Paulo Bernardo, após voltar de Campinas (SP), onde assistiu o teste da tecnologia LTE na faixa de 450 MHz, em equipamentos desenvolvidos pelo CPqD.

Segundo o ministro, o CPqD ofereceu um conjunrto de aplicativos desenvolvidos por seus técnicos destinado à interatividade na TV a partir do uso do Ginga, que será colocado à disposição das emissoras no site do MiniCom. Os aplicativos poderão ser copiados livremente. “Especialmente para as menores, que não têm a mesma capacidade financeira que os grandes grupos”, disse.

Bernardo acredita que agora que há uma definição sobre a produção dos televisores com o Ginga, as emissoras, que não investiram na interatividade, se interessarão pelo serviço. “Afinal, elas vão querer ocupar esse espaço”, acredita.

PPB

Pela portaria que alterou o Processo Produtivo Básico (PPB) dos televisores de LCD, publicada hoje, os fabricantes serão obrigados a incorporar o Ginga em 75% dos televisores produzidos no país em 2013 e em 90%, a partir de 2014. Segundo Bernardo, o adiamento da inclusão do middleware se deveu à resistência dos fabricantes em iniciar a incorporação a partir de julho deste ano, em 50%.

O ministro disse que não haverá prejuízos para as pretensões iniciais do governo, uma vez que que, em 2013, exatamente 75% dos televisores já saírão das fábricas com o middleware da interatividade, como definido antes pelo governo. Ele lembrou ainda que o PPB permite que a empresa que quiser já pode obter os benefícios com a inclusão do Ginga ainda este ano

EBC prepara teste piloto de Ginga com canal de retorno

A Empresa Brasileira de Comunicações está preparando um teste piloto para oferecer serviços públicos através do sinal de TV digital aberta usando o middleware de interatividade Ginga e com possibilidade de canal de retorno para que o usuário também possa enviar informações. O objetivo é usar os resultados do piloto na elaboração de um projeto nacional que será apresentado ao governo para impulsionar o uso do Ginga através da TV pública e “criar uma política de estado”, afirmou o superintendente de suporte da estatal, André Barbosa Filho.

Barbosa participou nesta quinta-feira (9) de um debate sobre TV digital na Campus Party, em São Paulo, onde defendeu a necessidade da TV pública levantar a bandeira da interatividade na TV aberta, uma vez que as emissoras comerciais não têm interesse na tecnologia por não haver um modelo de negócios consolidado para a publicidade com Ginga. “Quem tem que tocar esse projeto é a TV pública: é quem vai prestar os serviços públicos, é quem não depende da receita da publicidade. A TV pública é a sociedade na casa da pessoa”, disse ele.

Os testes devem ocorrer nos próximos 6 meses em 3 cidades de diferentes tamanhos, e contarão com o apoio da Telebras, que fornecerá a rede de canal de retorno. Entre as propostas em estudo está a possibilidade de entregar conversores de TV digital embarcados com Ginga e aplicativos de serviços públicos como SUS, Previdência e Caixa a beneficiários do Bolsa Família, e a partir daí medir e analisar o uso dos aplicativos pela população. A EBC também planeja abrir editais para o desenvolvimento dos aplicativos que serão usados no piloto.

Outro plano em análise citado pelo superintendente é o de reservar um pequeno porcentual da receita de grandes estatais como Petrobras para investimentos em publicidade interativa, que use o Ginga, nas emissoras comerciais. “Você precisa criar um modelo de TV que permita a convivência entre a publicidade antiga e a interativa”, disse Barbosa.

Frequências

Barbosa também comentou que a EBC está trabalhando para reaver as faixas de canal UHF de 60 a 68, que seriam reservadas para o sinal digital das TVs públicas, mas ocupam a disputadíssima frequência dos 700 MHz, atualmente usada para a TV analógica, mas que é reivindicada pelas operadoras para uso no serviço de telefonia móvel 4G. O superintendente, no entanto, não quis dar mais informações.

Fabricantes de TVs podem ir à Justiça contra interatividade obrigatória

Governo pretende exigir para breve que 30% das TVs de tela fina feitas no País venham equipadas com software de interatividade da TV digital

Fabricantes de televisores estão se preparando para uma batalha jurídica contra o governo, que pretende obrigar, a partir de julho, que 30% dos aparelhos de TV de tela fina fabricados no País sejam equipados com o Ginga, o software que garante a interatividade na transmissão da TV digital.

Nesta quarta-feira, representantes de dez indústrias, reunidos na sede da Associação Nacional de Produtos Eletrônicos (Eletros), avaliaram a questão e chegaram a um consenso: se a opção do governo for pela inclusão do Ginga nesse prazo e nesse porcentual de produtos, atrelados ao Processo Produtivo Básico (PPB), a única alternativa será uma contestação judicial da medida.

"Não podemos vender para o consumidor um produto que não funciona", afirma o presidente da Eletros, Lourival Kiçula. É que o teste para validar o funcionamento desse software só será concluído no dia 30 de setembro. "O Ginga ainda está rateando."

O plano proposto pela indústria é incluir o Ginga em 10% das TVs conectadas, com acesso à internet, a partir de outubro, subir esse índice para 50% em janeiro de 2013 e atingir 95% em 2014, o ano da Copa do Mundo. A proposta do governo, segundo a Eletros, seria incluir 30% do Ginga em todas as TVs de tela fina em julho, ampliar esse índice para 60% em 2013 e atingir 90% em 2014. Só que de todas as TVs.

Se a medida do governo sair dessa forma, o plano da inclusão do Ginga seria antecipado em 90 dias e para um espectro maior de produtos. No ano passado, a fatia das TVs conectadas no total produzido foi de 20%. A expectativa é de que a TV conectada tenha participação de 80% da produção de aparelhos em 2014.

Segundo Kiçula, metade das indústrias não se preparou para a adoção do Ginga porque entendeu que, pela norma 15.606 da ABNT(Associação Brasileira de Normas Técnicas), que trata sobre a TV digital e foi acertada no âmbito do Fórum da TV Digital, o software seria opcional tanto para os aparelhos como para os transmissores do sinal digital. Participam desse fórum indústrias, governo, emissoras de TV e idealizadores do software.

Outro fator de risco apontado pelos fabricantes para implantação antecipada do Ginga é o fato de que, hoje, menos da metade dos domicílios do País recebem o sinal digital.

Nas contas da Eletros, a inclusão do Ginga nos aparelhos encareceria o preço das TVs para o consumidor em R$ 180. Além de pagar mais, ele correria o risco de não ver a interatividade funcionar. A interatividade, por exemplo, seria o consumidor, enquanto vê TV, poder ter acesso ao saldo bancário e até comprar a roupa que atriz da novela usa.

Rapidez

O governo, de fato, quer a implantação do Ginga o mais rápido possível. Fontes do alto escalão lembram que o processo já está muito atrasado, pois o programa de interatividade deveria funcionar desde o início das transmissões digitais. Em relação à data para o início da exigência, ainda que não esteja fechada, já há um consenso de que pelo menos 30% da produção de televisores deverá ser obrigada a incluir o Ginga.

Segundo essas fontes, um padrão único para a interatividade traz benefícios para os consumidores e para as transmissoras de TV, que não precisarão lidar com as plataformas diferenciadas que cada fabricante tem desenvolvido.

"A ideia é não funcionar como no setor de videogames, no qual cada console exige um CD diferente do mesmo jogo. O Ginga é como ocorre nos aparelhos de DVD, que, independentemente da marca, tocam os mesmos discos", comparou a fonte.

Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, aproveitou encontro com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para debater no assunto. Na ocasião, também participaram representantes do Ministério de Ciência e Tecnologia, que conduz as pesquisas com o Ginga.

De acordo com os fabricantes, a decisão de antecipar a incorporação do software da interatividade foi sinalizada no final do ano passado, numa reunião que o setor teve com representantes de três ministérios: Indústria e Comércio, Ciência e Tecnologia e Comunicações.

Laércio Cosentino, presidente da Totvs, a maior empresa brasileira de software, que já investiu mais de R$ 25 milhões no desenvolvimento do Ginga para a TV digital, disse ao Estado, no primeiro semestre de 2011, que estava mais do que "na hora de colocar o Ginga em prática". Procurado ontem, ele não teve disponibilidade para comentar o assunto.

André Barbosa assume operador único nacional

Depois de oito anos à frente da assessoria especial da Casa Civil da Presidência da Republica, André Barbosa, que é um dos idealizadores da TV Digital brasileira, terá, agora, a missão de expandir a rede pública nacional.

A missão de Barbosa é árdua. Organizar parceria pública privada é um dos seus desafios, além de conseguir estruturar uma atuação conjunta com a Telebras. No ano passado, se constatou que o projeto precisaria de R$ 2,8 bilhões, a serem aplicados em 20 anos.

O operador único integrará os sinais das tvs públicas federais, viabilizando a migração dos sinais das emissoras públicas do padrão analógico para o digital, alcançado todas as capitais e cidades com mais de cem mil habitantes. Isso representa sinal de mais qualidade e a custo inferior para as emissoras do campo público, atendendo a 63% da população brasileira.

Além de ampliar a cobertura dos canais, a RNTPD deverá oferecer também a infraestrutura necessária para a realização de serviços interativos. A plataforma única do sistema digital público transmitirá os sinais das TVs legislativas (Câmara e Senado), do Poder Executivo (NBR), do Judiciário (TV Justiça), a TV Pública Federal (TV Brasil), da própria EBC, e novas redes estatais previstas pelo decreto da TV Digital: Canal da Educação (MEC), Canal da Cultura (Minc) e Rede da Cidadania (Ministério das Comunicações).

Concorrência pública para a construção do operador único deveria ter sido realizada em 2010, mas acabou não sendo realizado por falta de verba e por problemas politicos no governo Dilma.

PPB para incluir o Ginga nos televisores continua em negociação

O governo ainda não fechou o texto do Processo Produtivo Básico (PPB) que obrigará a inclusão do middleware da interatividade da TV digital – o Ginga – na fabricação de aparelhos com isenção fiscal. Na reunião desta quinta-feira (12) entre os ministros Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; e Paulo Bernardo, das Comunicações, não houve avanços.

“Tem uma reivindicação da indústria de que o prazo proposto no texto que passou por consulta pública, de que começasse a valer a partir de julho deste ano, fosse adiado, mas ainda estamos discutindo”, disse Pimentel. Ele garantiu que o PPB vai sair de qualquer jeito.

Fontes do setor informam que a reivindicação dos fabricantes é de que a obrigatoriadade do Ginga deveria valer apenas para os televisores conectados, o que alcançaria um número pequeno de aparelhos. O governo acha esta proposta muito tímida e pretende fazer com que o Ginga seja implementado nos aparelhos da TV aberta. A discussão é o prazo e o volume de agregação.

O secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Virgílio Almeida, que também participou da reunião, prevê que a portaria com o PPB do Ginga saia ainda este mês.