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Tuiteiro do Alemão lança portal de notícias das favelas do Rio

Nesta sexta-feira (6), cinco meses depois de se tornar uma das principais fontes comunitárias da ocupação da polícia do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão, o estudante Renê Silva Santos, 17, lança um portal de notícias sobre as favelas cariocas.

O novo site, batizado de "Voz das Comunidades" (www.vozdascomunidades.com.br), é uma expansão do perfil do Twitter @VozDaComunidade. Em novembro, antes da operação que expulsou traficantes da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, Renê era seguido por 180 usuários, uma audiência que se multiplicou à medida que o perfil descrevia detalhes exclusivos sobre a retomada do morro pelo governo.

Hoje, mais de 50 mil pessoas acompanham o cotidiano no Alemão através dos relatos de Renê, e muitos apoiam suas investidas sociais. Na páscoa, por exemplo, o estudante conseguiu arrecadar, pelo Twitter, recursos suficientes para doar 950 ovos de chocolate e 400 caixas de bombom para as crianças do Alemão.

Com o "Voz da Comunidade", Renê planeja oferecer a outras favelas do Rio de Janeiro o megafone virtual que conseguiu construir para o seu bairro. "A ideia, a princípio, é contar com cerca de 20 voluntários que vão passar informações e fazer matérias do que acontece nas comunidades", explicou. Ele espera conseguir patrocínio nos próximos meses para remunerar seus correspondentes.

Por causa da demanda, o grupo de voluntários está sendo selecionado, por meio de um concurso de redação on-line. Até agora, oito colaboradores –adolescentes e adultos– das comunidades da Vila Cruzeiro, Maré, Rocinha e Cidade de Deus já estão confirmados. O lançamento do portal acontece nesta sexta-feira em um colégio dentro do Complexo.

"Pessoas de outras cidades também já se ofereceram para contribuir, mas, por enquanto, queremos nos concentrar só no Rio", explicou Renê.

História

Aos 11 anos, Renê Silva Santos começou a distribuir, pelo Complexo do Alemão, o jornal "Voz da Comunidade". Em uma folha sulfite dobrada para formar quatro páginas, ele publicava notícias e imprimia 100 exemplares para distribuir entre os vizinhos. Ele criou uma conta na rede social em 2009 para divulgar notícias do bairro a leitores de fora e, graças à cobertura que realizou durante a ocupação do morro pela polícia do Rio de Janeiro, seu trabalho tomou novo rumo.

Hoje, o jornal funciona em uma redação na sede da ONG AfroReggae, montada pelo apresentador de televisão Luciano Huck. São seis computadores, duas filmadoras, seis modems de Internet grátis por um ano e um estúdio. Buscando manter uma periodicidade mensal, o "Voz da Comunidade" é impresso em formato tabloide com tiragem de 5 mil exemplares e conta com cerca de 30 anunciantes, entre comerciantes locais, bancos, ONGs e operadoras de celular.

Embora o jornal já tenha se tornado um bom negócio, Renê ainda mantém o caráter voluntário e social da publicação. Atualmente integram a equipe seu irmão mais novo e uma amiga, de 15 e 13 anos, respectivamente.

 

Tem início o VII Congresso Nacional das Rádios Comunitárias

Tem início hoje, às 14 horas (horário de Brasília), no auditório do Museu Nacional, logo após a aprovação do Regimento Interno e a instalação da Mesa Coordenadora e a Comissão Eleitoral, o VII Congresso Nacional da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) que traz como novidade nesta edição o Coletivo Nacional de Mulheres das Radcom´s do Brasil, estando previsto, inclusive, um debate sobre a participação política as mulheres e a incorporação das questões de gênero, raça e etnia nas programações das rádios comunitárias, sob a responsabilidade da “ONU Mulheres”.

O VII Congresso da Abraço, que tem encerramento programado para as 20 horas de amanhã (21) logo após a posse da nova Direção Executiva Nacional e dos Conselhos Fiscal e de Ética, terá a participação de delegados de 23 Estados mais o Distrito Federal, um universo de cerca de 400 pessoas que, além de eleger os novos diretores e conselheiros, estarão discutindo, entre outros temas, o papel das Radcom´s na construção de uma comunicação democrática no Brasil; na valorização da cultura local, a questão de gênero e a participação das mulheres; grade de programação; software livre e inclusão digital.

A diretoria da Abraço Nacional informa também já está confirmada a presença de parlamentares federais como a deputada federal Luiza Erundina e de várias autoridades ligadas aos setores de comunicação, inclusão social, ciências e tecnologias, além de representantes de movimentos sociais como o MST, FNDC, Intervozes.

O VII Congresso Nacional da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária é uma produção da Agência Abraço com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, Fundação Banco do Brasil, Conselho Federal de Psicologia, CUT,ONU Mulhers, Embrapa e Sindicato do Professores do Distrito Federal.

Radialistas contra a discriminação e o racismo

A rádio comunitária Vozes sem Fronteiras, produzida pela Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) e por suas afiliadas, seleciona programas que tratem de racismo e discriminação. A idéia é exibi-los no dia 21 de março. Quem tiver interesse pode enviar propostas que envolvam questões como impacto da globalização no ressurgimento do racismo, xenofobia contra imigrantes, discriminação de povos indígenas, prevenção, legislação e meios de comunicação.

As contribuições devem durar no máximo 20 minutos e podem ser enviadas em qualquer formato ou idioma. Basta enviá-las até 10 de março para a coordenadora regional da rádio na região América Latina-Caribe, Inês Farina. O endereço é: Sarmiento 4636 Dto. H – C1185ABA, Ciudad de Buenos Aires, Argentina. Mais informações pelo correio eletrônico ines@agenciapulsar.org, pelo telefone (+5411) 4865-1134 ou em www.rvsf.amarc.org.

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