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Internet traz à tona divergências e embates

Mais de uma ameaça paira sobre a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), cuja etapa final está prevista para a primeira semana de dezembro. Além da forte redução do orçamento, de R$ 8,5 milhões para R$ 1,6 milhão, um corte capaz de invializar a sua realização, há também um embate considerável na elaboração do regimento do encontro.

E esse confronto tem dois atores: Os radiodifusores e os movimentos pela democratização das comunicações. Os lados divergem frontalmente sobre o escopo da Conferência. Os primeiros defendem a imposição de limites aos temas que serão discutidos e, especialmente, querem olhar para frente, para o futuro do setor. Já os movimentos sociais entendem que não é possível discutir para onde vai a comunicação no país sem atentar para os defeitos do modelo em vigor.

Não é por menos que o regimento da Confecom ainda não foi aprovado. Nele serão definidos os temas, a forma de escolha dos representantes regionais para a plenária nacional e como os assuntos serão tratados e votados. O documento deveria ter sido definido até a última quarta-feira ( 09/07), mas esse prazo foi adiado sob a alegação de que os três ministros diretamente envolvidos com o encontro – das Comunicações e das secretarias Geral e de Comunicação Social da Presidência – dêem seus palpites.

"Há uma grande dúvida sobre a Conferência ser deliberativa ou não. Em geral, conferências são propositivas. Mas temos que reconhecer que na área de comunicação, nunca houve um evento desse pote no país. É natural que tenhamos uma série de dúvidas sobre o processo como um todo", avaliou o consultor jurídico do Minicom, Marcelo Bechara, coordenador dos trabalhos de organização da Confecom.

Pontos de atrito entre os atores da Conferência foram evidenciados durante a audiência pública, realizada na Câmara dos Deputados, para discutir a Confecom, na semana passsada. Avessos a qualquer tipo de ação que possa vir a parecer um controle social da mídia, os radiodifusores insistiram que o encontro trate especialmente dos efeitos da internet sobre o cenário atual, transparecendo a preocupação com que o fórum se torne palco de críticas aos grupos empresariais.

"Esperamos que a conferência tenha o trilho correto de valorização das empresas, e não uma contestação da atividade privada. Que não seja uma catarse contra algum aspecto de desagrado na comunicação do Brasil. Queremos uma conferencia para construir, para propor, não para destruir, de interferência", defendeu o consultor da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Evandro Guimarães, também vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo.

Preocupado com as incertezas geradas pela internet – e o uso da rede para a difusão de sons e imagens – Guimarães foi taxativo ao sustentar que a Confecom trate essencialmente desse assunto. "O tema central da Conferência tem que começar e terminar pela internet. A internet já é o veículo mais acessado pelos jovens. É o meio que mais cresce publicitariamente. É a internet que confunde de maneira mais expressiva o marco regulatório", disse.

Reflexo dos embates internos na comissão organizadora da Confecom, a proposta de Jonas Valente, do Intervozes – uma das entidades pela democratização da comunicação que participam do grupo – é diferente. “A Conferência não deve ser para discutir como o interesse empresarial vai sobreviver no novo ambiente, mas o que é importante para a sociedade e a comunicação como um direito essencial”, defendeu.

Segundo ele, apesar do novo cenário da mídia, não podem ser deixados de lado temas como a concentração dos meios e o espaço para a produção regional. "Temos que discutir os novos desafios à luz dos velhos problemas. Se fosse a quarta ou quinta conferência, poderíamos discutir apenas o futuro, a convergência. Sendo a primeira, precisamos dar condições para que a população participe e possa expressar sua opinião sobre a comunicação e os temas que são mais afetos a ela", insistiu Valente.

Ao apresentarem seus argumentos, radiodifusores e movimentos sociais têm ainda uma divergência conceitual sobre a Confecom. Para as empresas, o encontro é um fórum 'suplementar'. "Já existem canais no Legislativo e nas diversas consultas públicas que são realizadas pelo Poder Executivo", disse Evandro Guimarães, para quem a própria atividade pressupõe um contato constante com as opiniões dos espectadores.

Para Jonas Valente, porém, a Confecom, por ser a primeira no país a tratar de comunicação, é um espaço privilegiado para a discussão de temas essenciais ao setor.

“Não pode ser um espaço apenas ocupado sob determinadas condições, mas elencar uma pauta que depois será debatida pelo Poder Público e o Legislativo das três esferas, municipal, estadual e federal”, completou.

Comissão Pró-Conferência protesta contra atraso no regimento

A Comissão Nacional Pró-Conferência (CNPC) divulgou nota na tarde desta sexta-feira (10) protestando contra a não-realização da reunião da Comissão Organizadora Nacional da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) marcada para ontem e expressando preocupação com o descumprimento do calendário previamente estabelecido para a realização dos eventos preparatório para a Conferência.

A reunião de ontem foi adiada sob a justificativa de que os ministros Franklin Martins, Hélio Costa e Luiz Dulci precisavam se informar melhor sobre a discussão do regimento interno da Confecom, segundo o assessor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara. Este seria o quarto encontro da Comissão Organizadora e serviria para definir os procedimentos para a realização das etapas municipais, intermunicipais, estaduais e nacional.

Na nota, a CNPC ressalta ainda sua preocupação com o corte de verbas sofrido para a organização da Confecom. O orçamento inicial do evento sofreu um contingenciamento de 80% e foi reduzido para apenas R$ 1,6 milhão.

Veja a íntegra da nota:

" Nota Pública

Comissão Nacional Pró-Conferência de Comunicação continuará a mobilização pela realização da Conferência.

A 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) será um marco para o Brasil por reunir diferentes setores da sociedade na discussão sobre os rumos da comunicação no país. Convocada pelo Governo Federal no começo deste ano, a Conferência já possui data para acontecer: 1°, 2 e 3 de dezembro de 2009. Contudo, a Comissão Nacional Pró-Conferência (CNPC), articulação composta por 36 entidades nacionais da sociedade civil, torna pública sua preocupação com o devido cumprimento do calendário deliberado pela Comissão Organizadora Nacional (CON) para sua realização dentro dos prazos estabelecidos.

No dia 9 de julho de 2009 se realizaria a reunião da CON para finalizar a redação da minuta do regimento interno. Esse documento define os procedimentos para a realização das etapas municipais, intermunicipais, estadual e nacional da Conferência. Mesmo que a CON não consiga chegar a uma redação única do regimento, compete ao Ministério das Comunicações (Minicom) finalizar e publicar o documento.

Infelizmente, após quatro encontros da CON e diversos debates sobre o assunto, o governo adiou a reunião um dia antes dela acontecer e não marcou até o momento um novo encontro. O presidente da CON, o assessor jurídico do Minicom, Marcelo Bechara, justificou que o adiamento se deve ao interesse dos ministros Franklin Martins, Hélio Costa e Luiz Dulci em se informar melhor sobre a discussão do regimento interno da Conferência.

Pontuamos também que o governo federal precisa buscar urgentemente alternativas para recompor o orçamento previsto para o evento, que sofreu 80% de corte sobre o valor inicial e que as providencias necessárias estão sendo tomadas para garantir a realização de uma conferência de porte nacional, a primeira do setor, pela qual os movimentos sociais lutam há mais de uma década.

Já há indicações por parte do Ministério do Planejamento de que o Governo está atuando para recompor o orçamento da Confecom. Os estados brasileiros estão organizados e mobilizados na realização das etapas estaduais, e na expectativa da publicação do regimento interno para tocarem os próximos passos.

A atuação dos estados envolve a articulação de mais de 500 entidades da sociedade civil, distribuídas em todas as regiões do país, que compõem as Comissões Estaduais Pró-Conferência de Comunicação. Vários governos estaduais já tomaram conhecimento sobre a realização da Conferência e alguns marcaram, inclusive, data para a realização das etapas estaduais. É notável o número de seminários, audiências públicas e debates na mídia promovidos sobre tema. A realização da Conferência irá acolher os interesses da maior parcela da sociedade brasileira.

A Comissão Nacional Pró-Conferência de Comunicação reforça que continuará a mobilizar nacionalmente as entidades da sociedade civil para a realização da Conferência de Comunicação . Para tanto, chegou a realizar uma pré-reserva de local, já que Brasília possui uma agenda de eventos bastante concorrida no começo de dezembro. A confirmação do local depende da alocação de verbas em tempo hábil.

Por fim, a CNPC sempre se disponibilizou para a construção da Conferência e tem respeitado os diferentes pontos de vista existentes sobre o tema, ressaltando ainda que a Conferência deve ser realizada de forma democrática e plural e repudia qualquer posicionamento ou ação que restrinja ou retarde sua realização. Nesse sentido, continuaremos a lutar para garantir que a Conferência seja um espaço de debate amplo e que reflita os anseios da sociedade.

Comissão Nacional Pró-Conferência de Comunicação

  1. ABCCOM – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CANAIS COMUNITÁRIOS

  2. ABEPEC – ASSOCIAÇÃO B. DAS EMISSORAS PÚBLICAS, EDUCATIVAS E CULTURAIS

  3. ABGLT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS

  4. ABI – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA

  5. ABONG – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ONGS

  6. ABRAÇO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA

  7. ABTU – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TV UNIVERSITÁRIA

  8. AMARC-BRASIL – ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS

  9. ANDI – AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DOS DIREITOS DA INFÂNCIA

  10. ARPUB – ASSOCIAÇÃO DAS RÁDIOS PÚBLICAS DO BRASIL

  11. ASTRAL – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TVs E RÁDIOS LEGISLATIVAS

  12. CAMPANHA QUEM FINANCIA A BAIXARIA É CONTRA A CIDADANIA

  13. CEN – COLETIVO DE ENTIDADES NEGRAS

  14. CFP – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

  15. COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA

  16. COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS DA CÂMARA DO DEPUTADOS

  17. COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA

  18. CONFERP – CONSELHO FEDERAL DE PROFISSIONAIS DE RELAÇÕES PÚBLICAS

  19. CONUB – CONSELHO NACIONAL DE UMBANDA

  20. CUT – CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

  21. ENECOS – EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

  22. FENAJ – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS

  23. FENAJUFE – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DO JUDICIÁRIO E DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

  24. FITERT – FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE RÁDIO E TELEVISÃO

  25. FITTEL – FEDERAÇÃO I. DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICAÇÕES

  26. FNDC – FÓRUM NACIONAL PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

  27. FÓRUM DE ENTIDADES NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

  28. INESC – INSTITUTO DE ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS

  29. INTERVOZES – COLETIVO BRASIL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

  30. LAPCOM – LABORATÓRIO DE POLÍTICAS DE COMUNICAÇÃO

  31. MMM – MARCHA MUNDIAL DE MULHERES

  32. MNDH – MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS

  33. MNU – MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO

  34. MST – MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA

  35. OAB – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

  36. PFDC – PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO – MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

  37. RITS – REDE DE INFORMAÇÕES PARA O TERICEIRO SETOR

  38. RENOI – REDE NACIONAL DOS OBSERVATÓRIOS DA IMPRENSA

  39. UNE – UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES"

 


PL pode recuperar orçamento de conferência de comunicação

[Título original: Projeto poderá recuperar orçamento de conferência de comunicação]

A Comissão de Ciência e Tecnologia vai se empenhar para reverter o quadro orçamentário. O Ministério das Comunicações negocia com o Ministério do Planejamento o envio de um projeto de lei ao Congresso, em regime de urgência, para recuperar os recursos orçamentários da primeira Conferência Nacional de Comunicação, prevista para a primeira semana de dezembro. A conferência teve seu orçamento reduzido de R$ 8,5 milhões para R$ 1,6 milhão.

A deputada Cida Diogo (PT-RJ), que preside a subcomissão que acompanha os preparativos, disse que já pediu uma audiência com o ministro Paulo Bernardo para tratar do assunto. Ela acredita, no entanto, que a ausência do ministro das Comunicações, Hélio Costa, em audiência pública ocorrida nesta quarta-feira, tem relação direta com o fato de ele não ter conseguido resolver o problema. "Sua vinda poderia representar um constrangimento", acredita.

Na audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Cida Diogo disse que a comissão deve se empenhar para reverter esse quadro e cobrou rapidez na aprovação do regimento interno da conferência, que está sendo discutido no comitê organizador do evento. A votação do documento estava prevista para amanhã, mas foi adiada.

Redução para um quinto

O consultor jurídico do Ministério das Comunicações Marcelo Bechara explicou que, com o corte, será impossível realizar a conferência. Ele assegurou, no entanto, que o ministério está tentando recuperar os recursos. "Nós já estamos em conversações com departamentos do Ministério do Planejamento, em especial a Secretaria de Orçamento Federal, para recompor o orçamento na integralidade. É preciso haver um projeto de lei em regime de urgência".

Bechara destacou que, apesar de a conferência estar prevista para ocorrer só em dezembro, esses recursos já deveriam estar disponíveis. "Não definimos, por exemplo, o local porque não há sequer como reservar o espaço."

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), cobrou do governo uma posição sobre a conferência. "Se não agirmos com celeridade, ela estará cancelada. O governo precisa dizer se é ou não prioridade realizá-la. Do ponto de vista do Congresso, essa preferência foi dada, desde o momento da aprovação do recurso".

Gomes pediu ainda que a subcomissão dedicada a acompanhar a execução orçamentária cobre respostas do Ministério do Planejamento.

Cortes nas Comunicações

Marcelo Bechara explicou o corte de recursos do ministério. Ele disse que, no dia 11 de maio, foi publicado um decreto retirando R$ 600 milhões de vários ministérios para o INSS.

Bechara informou que, no caso do Ministério das Comunicações, foram perdidos R$ 33 milhões no total, incluindo não só os recursos da Conferência Nacional de Comunicações, mas também de programas de inclusão digital. "Não foi feita nenhuma consulta previa ao Ministério", reclamou Bechara, explicando que dessa maneira ele não pôde sequer sugerir onde fazer os cortes.

O consultor explicou ainda que a votação do regimento da conferência – inicialmente prevista para amanhã – foi adiada para a próxima semana por incompatibilidade de agenda dos ministros das Comunicações, Hélio Costa; da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins; e do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci.

Ministério sinaliza cancelamento da conferência

Com o período para a realização das etapas regionais e estaduais da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) aberto e faltando cinco meses para realização da etapa nacional, o governo federal admite não ter ainda recursos para financiá-la e também protela aprovação do regimento que estabelece as normas que regem o processo de preparação e aprovação de propostas. Durante toda a semana, houve sinalizações por parte do Ministério das Comunicações, dos empresários e também de outros ministérios no sentido de adiar ou até mesmo cancelar a conferência, que está marcada para dezembro.

Como se já não bastasse todo o atraso no processo de convocação da Confecom e o corte de mais de R$ 6 milhões na verba destinada ao seu financiamento, foi cancelada a reunião da Comissão Organizadora Nacional da Confecom (CON) marcada para hoje (9) e que deveria aprovar o regimento da conferência. Embora independam formalmente do regimento, as etapas municipais e estaduais precisam seguir as regras do regimento e, sem ele, as convocações fica em suspenso.

Na manhã de ontem (8), os membros da CON foram comunicados de que a reunião havia sido cancelada a pedido dos ministros Hélio Costa (Comunicações), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social), que quiseram discutir o regimento antes de sua aprovação. O cancelamento da reunião e as incertezas quanto ao financiamento preocupou parlamentares e entidades que participaram ontem da audiência pública convocada pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados para discutir o corte de verbas no orçamento da Confecom.

O representante do Ministério das Comunicações (Minicom) na audiência, Marcelo Bechara, afirmou que o Executivo quer realizar a conferência, mas ameaçou com o cancelamento do processo em função do corte dos recursos. “Eles eram da ordem de R$ 8,6 milhões. No dia 11 de maio, parte expressiva foi anulada do ponto de vista orçamentário restando R$ 1,6 milhão. É impossível viabilizar uma conferência com o porte da Confecom com os recursos que estão disponibilizados”, disse Bechara.

Ainda segundo o representante do Minicom, a Secretaria Executiva do ministério está trabalhando para recompor esse orçamento. “Toda a atividade no Minicom é para a realização da Confecom. Na primeira reunião [da CON], foi a primeira coisa que eu falei. Estamos trabalhando e temos avançado bastante. Temos uma minuta de regimento interno que já avançou, mas existe esse problema real e concreto que inviabiliza a conferência”, afirmou. “A conferência não é um seminário, é um processo que já se iniciou. Os recursos têm que ser disponibilizados bem antes para uma série de situação que antecedem na plenária nacional.”

Além dos problemas orçamentários, outros fatores preocupam Jonas Valente, representante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social na CON. Também durante a audiência pública, Valente demonstrou apreensão com relação à realização do evento. Segundo ele, além dos recursos escassos, o tempo hábil para realização do processo conferência é curto e nem todos os setores envolvidos demonstram a mesma disposição para realização da Confecom.

A deputada Cida Diogo (PT-RJ), que participa da CON por indicação da CCTI, declarou que o fato de se estar a quatro meses da realização da conferência sem as regras de participação definidas também inviabiliza a realização da Confecom.

Apesar de declarar que o ministério está empenhado em reaver a verba cortada a Confecom e que a pasta tem interesse na sua realização, Bechara não estabeleceu prazos para a recomposição orçamentária e nem para a nova reunião da CON que aprovará o regimento da conferência.

VEJA TAMBÉM: Comissão Pró-Conferência protesta contra atraso no regimento

Para Minicom, falta de verba inviabiliza conferência

O consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, afirmou hoje que, após o contingenciamento dos recursos para a Conferência Nacional de Comunicação, restou apenas R$ 1,6 milhão dos R$ 8,5 milhões inicialmente previstos. Com esse montante, ele disse que é impossível realizar a conferência no porte em que ela foi pensada. "Com R$ 1,6 milhão não tem conferência." Bechara participou da audiência pública promovida nesta manhã pela Comissão de Ciência e Tecnologia para discutir a organização da conferência.

O consultor disse, no entanto, que a Secretaria Executiva do Ministério já iniciou um trabalho para recuperar esses recursos, mas não detalhou as ações que serão tomadas. A alternativa para recompor o orçamento da conferência que está sendo negociada com técnicos do Ministério do Planejamento é a edição de um projeto de lei, em regime de urgência, para que haja tempo hábil para organizar o evento.

Bechara destacou que, apesar de a conferência estar prevista para ocorrer só em dezembro, esses recursos já deveriam estar disponíveis. "Não definimos, por exemplo, o local da conferência porque não há sequer como reservar o espaço."

O consultor explicou ainda que a votação do regimento da conferência – inicialmente prevista para amanhã — foi adiada para a próxima semana porque há incompatibilidade de agenda dos ministros das Comunicações, Hélio Costa; da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins; e do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci. Bechara ressaltou que já há uma minuta do regimento, que está sendo discutida pelo comitê organizador do evento. (Com Agência Câmara)