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Divergência no Congresso adia votação do PL que altera o FUST

O presidente da Câmara Marco Maia havia previsto a votação desse projeto em sessão extraordinária na tarde desta terça (15). O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que ainda não há acordo para votações no plenário.

No texto atual, a lei estabelece que o fust tem como finalidade destinar recursos para o custo da universalização dos serviços de telecomunicação.

O PL 1.481/07 é de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT/SP), mas passou por profundas mudanças na Câmara dos Deputados. O objetivo inicial do projeto era assegurar que as escolas públicas tivessem acesso à Internet, usando para isso os recursos do Fust. Na Câmara, o deputado-relator, Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE), ampliou o escopo da proposta. O Projeto de Lei inclui o financiamento de quaisquer iniciativas voltadas a ampliar o acesso de serviços em regime público ou privado.

O pesquisador João Brant, do coletivo Intervozes, disse que o texto pode parecer positivo à primeira vista. Contudo, Brant afirma que o PL abre o Fust para qualquer uso, ao retirar o ponto que trata das finalidades a relação do seu uso com os planos gerais de metas de universalização.

Dessa forma, o Projeto de Lei possibilita que os recursos do fundo sejam usados para outras finalidades, mesmo que os serviços de telecomunicação, como a telefonia, não atendam a todas as pessoas.

Na opinião do pesquisador, texto promove uma imensa transferência de renda dos consumidores para as empresas de telecomunicações.

Desde que foi criado, em 1999, o fundo de universalização das telecomunicações foi usado uma única vez em um projeto de acessibilidade que necessitou de apenas 0,1% do total de recursos acumulados na época. Atualmente, o fundo possui mais de R$ 7 bilhões arrecadados e cresce cerca de R$ 700 milhões ao ano.

MiniCom e Confaz discutem isenção de ICMS para banda larga

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, recebeu nesta terça-feira, em Brasília, o secretário de Fazenda da Bahia, Carlos Marques. O assunto da reunião foi a desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) arrecadado pelos Estados , o que deve baixar o preço da tarifa de assinatura da internet banda larga.

O secretário de Fazenda da Bahia é também coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), entidade que reúne os secretários de Fazenda, Finanças ou Tributação de cada Estado e do Distrito Federal, além do ministro da Fazenda.

Segundo o ministro Paulo Bernardo, caso os Estados abram mão da cobrança do ICMS sobre o serviço, o preço da assinatura mensal poderá chegar a até R$ 29 após a implementação concreta das metas do Programa Nacional de Banda Larga. Nos Estados que não abrirem mão da cobrança do imposto, o preço da assinatura deverá ficar em cerca de R$ 35.

O representante do Confaz ressaltou que todos os Estados mostraram interesse em aderir à proposta do governo, mas, na visão dele, algumas observações apresentadas por parte dos Estados precisam ser levadas em consideração. “O governo deve garantir que as empresas vão reduzir efetivamente os preços para o consumidor final”, afirmou.

Negociações

Na próxima sexta-feira, dia 18, um grupo de trabalho do Confaz que está avaliando o tema e representantes das operadoras de telefonia deverão se reunir para dar prosseguimento às negociações.

Distrito Federal, São Paulo e Pará já fazem parte do acordo para desoneração proposto pelo Governo Federal. A meta é que todos os Estados façam adesão à parceria para baratear as tarifas de assinatura de banda larga.

No debate entre massificar e universalizar a banda larga, Minicom fica com a urgência

Para o secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Nelson Fujimoto, o fato de o governo estar abrindo mão de colocar as metas de banda larga dentro do Plano Geral de Metas de Universalização que valerá até 2015 (PGMU III) não significa um golpe ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). "O PGMUIII não era a salvação do PNBL, é apenas uma parte pequena", disse. Fujimoto participou do seminário Políticas de (Tele)Comunicações, organizado nesta quinta, 24, em Brasília pela Revista TELETIME e pelo Centro de Estudos de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília (CCom/UnB).

Para ele, o centro do PNBL continua sendo a atuação da Telebrás na oferta de redes ao atacado para pequenos provedores. Ele ressaltou que parte das questões que vinham sendo tratadas no PGMU poderão ser tratadas no Plano Geral de Metas de Competição, como a regulação das redes no atacado e no varejo. Provocado pela advogada da ProTeste Flávia Lefèvre, que questionou por que o governo, depois de tanto tempo em que tratou o backhaul como parte das metas do PGMU resolveu recuar, Fujimoto reiterou que esse é um detalhe menor e que o importante é que a população tenha acesso à banda larga. Novamente questionado por Flávia Lefèvre sobre a estratégia de massificar a banda larga antes para só depois pensar em políticas de universalização do serviço, Fujimoto disse que isso está sendo feito assim porque é o jeito mais rápido e para o qual já há segurança jurídica. "O que não podemos é perder o bonde enquanto temos essa discussão". Na parte da manhã, o secretário executivo do Minicom, Cezar Alvarez, havia afirmado que o modelo de serviço público e de universalização previstos na Lei Geral de Telecomunicações precisariam ser rediscutidos quando se fala em banda larga, daí o governo não pensar o serviço como um serviço público. Já o ministro Paulo Bernardo, no mesmo seminário, disse que o governo precisará pensar sim em uma política de universalização para as pessoas que não possam pagar nem o valor dos R$ 35 previstos no PNBL.

Alinhados

Para os provedores de acesso, o modelo proposto no PNBL é positivo, mas ainda é preciso buscar a qualificação dos pequenos empresários para que seja um modelo de sucesso. Falando pelo Conapsi (Conselho Nacional de Provedores de Serviços de Internet), Ricardo Sanchez disse que hoje esses provedores precisam agregar valor aos seus serviços. Para ele, o preço do link cobrado pela Telebrás (R$ 260 por 1 Mbps) é razoável na maior parte dos municípios, mas ainda há a necessidade de buscar outros elementos de viabilização econômica em cidades pequenas. Ele destacou que hoje já há mais de 500 operadores que procuraram a Telebrás com interesse no uso da rede da estatal.

Para Eduardo Levy, diretor presidente do SindiTelebrasil, ao mesmo tempo em que o governo toca a implantação do seu PNBL, as empresas privadas, com investimento da ordem de R$ 20 bilhões ao ano, já expandiram os serviços de banda larga para a maioria dos municípios brasileiros, a maior parte sem nenhuma atratividade econômica e, com a competição e amortização das redes, a tendência é que os preços caiam. "Qualquer um pode competir se quiser nesses mercados sem tanta atratividade".

Para Alexandre Annenberg, presidente da ABTA, ainda existe um grave gargalo na última milha para que a banda larga se massifique e para que o PNBL atinja as suas metas. "A construção das redes de acesso banda larga tem que ser feita pela iniciativa privada. Onde não der, tem que se fazer com parcerias públicas com o governo. O que não pode é o estado atuar como provocador da competição, pois ele estaria na verdade atuando como um perturbador", diz Annenberg.

Para João Moura, diretor executivo da Telcomp, os mercados mais complicados só se viabilizam com o apoio do governo. "A questão é como fazer isso e atrair mais investimentos", disse, aproveitando para criticar a ausência de uma regulamentação voltada ao estímulo à competição, o que passa pelo controle sobre a exploração de linhas dedicadas (EILD).

Meta é chegar a 80% da população com acesso à banda larga, diz Paulo Bernardo

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta sexta-feira, 11, que a meta do governo Dilma Roussef é chegar ao fim do mandato, em 2014, com cerca de 80% da população brasileira com acesso à banda larga. Para isso, ele diz que o governo está intensificando as negociações com os governos estaduais para a desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A ideia, segundo ele, não é fazer com que os estados abram mão do imposto, mas que baixem a carga tributária que incide sobre os serviços de banda larga.

Paulo Bernardo diz que o Ministério das Comunicações fez uma pesquisa, a qual mostra que se houvesse uma desoneração do ICMS o preço do serviço cairia para R$ 35. "E se o imposto fosse abolido, o serviço poderia ser ofertado por R$ 29,90."

O ministro, que participou nesta sexta-feira, em Manaus, da solenidade de lançamento da rede fibra ótica da Oi, diz que está em conversações com cerca de sete governadores sobre a redução do ICMS para a banda larga e cita, entre eles, Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, e Eduardo Campos (PSB), reeleito governador de Pernambuco. "O governo de São Paulo já tem, inclusive, um escopo pronto [de redução do ICMS para serviços de banda larga]."

"Nós fizemos um programa importante que foi o projeto Banda Larga nas Escolas. Negociamos a instalação dos Postos de Serviço de Telecomunicações (PST) e hoje temos 60 mil escolas com banda larga. Mas precisamos ser mais ambiciosos e levar o serviço para universidades, institutos de pesquisas, centros de saúde e várias outras entidades", enfatiza Paulo Bernardo.

Em relação às propostas das operadoras de telefonia para viabilizar a popularização da internet, levando a banda larga a cidades do interior do país, onde há concentração da população de menor renda, o ministro das Comunicações adiantou que as discussões entre o governo e operadoras ainda estão no nível técnico. Mas ele não deixou de alfinetar as empresas. "Elas estão com a opção de oferecer um serviço caro para pouca gente. E nosso plano é que seja ofertado um serviço barato para bastante gente", finalizou o ministro.

Secretaria de Inclusão Digital será criada nesta semana, afirma ministro

Em entrevista ao vivo concedida a internautas no último sábado, 5, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou que deve ser publicado nesta semana, muito provavelmente, o decreto presidencial que altera a estrutura regimental do Ministério das Comunicações, para possibilitar a criação da Secretaria de Inclusão Digital.

A nova secretaria do MiniCom ficará responsável pelo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e pela coordenação de outros projetos de inclusão do ministério, além dos demais órgãos do Governo Federal.

O ministro foi o convidado do podcast Na Varanda, que recebe convidados para uma entrevista realizada totalmente via internet. O bate-papo acontece sempre na varanda de um apartamento na Asa Norte, bairro de Brasília.

As perguntas foram enviadas pelas redes sociais, como Twitter e Facebook, além do canal para recebimento de comentários no Livestream, sistema utilizado para promoção do bate-papo, que transmite, em tempo real, áudio e vídeo. Perguntas também foram recebidas e repassadas ao ministro por meio do perfil oficial do MiniCom no Twitter.

A entrevista chegou a alcançar a primeira colocação nos chamados “trending topics” do Twitter Brasil, o que significa que o assunto esteve entre os mais comentados no microblog. Durante a maior parte do bate-papo, que durou pouco mais de uma hora e meia, o evento esteve entre os três temas de maior repercussão no Twitter.

A transmissão alcançou picos de quase 300 internautas assistindo simultaneamente o bate-papo, maior recorde registrado, segundo os organizadores do Na Varanda. O volume de perguntas recebidas foi tão grande que tornou difícil o atendimento a todos os questionamentos dos internautas.

Além das perguntas de caráter mais técnico, os internautas também aproveitaram para comentar situações inesperadas, que normalmente não ocorrem em entrevistas ao vivo. Cachorro latindo na rua, helicóptero sobrevoando a área e caminhão de mudanças chegando ao prédio: situações do cotidiano que foram percebidas durante a transmissão e deram origem a comentários bem humorados de internautas.

“Fantástica experiência esse Na Varanda”, publicou o ministro Paulo Bernardo em seu perfil pessoal no Twitter, logo após o bate-papo, parabenizando a equipe responsável pelo programa. O ministro também se colocou à disposição para participar da entrevista em outras ocasiões.