Comunicadores e pesquisadores discutem a imagem do índio na mídia

Um grupo de jornalistas, pesquisadores e indígenas reuniu-se no último fim de semana, no Núcleo de Atividades Múltiplas (NAM) da Aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS), para discutir a imagem do índio na mídia, noticia o site gdnews.com. O evento faz parte do projeto de extensão "Diálogos em Comunicação", desenvolvido pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Participaram do debate a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (Sinjorgran), Karine Segatto, o jornalista e antropólogo Spensy Pimentel, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (USP), e outros comunicadores da região e membros da comunidade indígena local.

Para os pesquisadores, o índio é retratado erroneamente como "vagabundo" e "preguiçoso" por não refletir as formas de produção da cidade. A imprensa prioriza a cobertura do "exotismo" do índio e o costuma retratá-lo nu, "com arco e flecha na mão", ressaltou o professor Ñandeva Aguilera de Souza, da tribo Guarani. "E hoje, já temos índio doutor", destacou.

"Os outros países vêem o Brasil como se tratasse bem do índio. Isso quem faz é a mídia", opinou Nilcimar Morales, indígena da tribo Terena.

O pesquisador e professor Spensy Pimentel afirmou que as críticas são generalizadas "em todo o território nacional". Para ele, a realidade vivida em Mato Grosso do Sul reflete um senso comum concebido pelo jornalismo de um modo geral.

Pimentel entende que o desafio do comunicador "é fazer a diferenciação cultural para valorizar as especificidades dos índios a fim de promover a conscientização e o respeito às diferenças e à pluralidade cultural. Aquilo que não tem pluralidade definha. É preciso pensarmos em como desmontar essas concepções", argumentou.

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