Comunidade do jornalismo da PUC mantém greve

A greve de alunos e professores de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo durará pelo menos até sexta-feira desta semana, quando a comunidade terá reunião com o Consad (Conselho Superior de Administração). É o que decidiu a assembléia estudantil da noite de segunda e reunião dos professores na terça. A greve começou na segunda-feira 18, com uma séria de reivindicações e a principal é agência online.

 

Apesar de a mobilização ter conseguido sinalizações positivas por parte da Reitoria e da Fundação São Paulo (entidade mantenedora da universidade), a comunidade decidiu permanecer em greve para garantir que essas sinalizações se transformem em acordos e documentos de comprometimento.

 

Quem tem direito a voto no Consad é o reitor Dirceu de Mello e os dois secretários da Fundação São Paulo, os Padres Rodolpho Perazzolo e João Julio Farias. Em reuniões separadas o reitor e Rodolpho se mostraram favoráveis à implementação do laboratório que estava aprovado desde 2008. Após a reunião da manhã da próxima sexta-feira, a comunidade decidirá se as reivindicações foram atendidas, e os rumos da greve.

 

Histórico de mobilização

 

A greve do departamento de jornalismo da PUC tem chamado atenção pela participação intensa dos estudantes nas atividades, mesmo em uma época escolar de baixa mobilização, quando se aproxima o final do semestre e o período de entrega de trabalhos e projetos. Porém momento delicado na administração da universidade, quando decisões como aumento de mensalidade, reformas ou referente à movimentação de funcionários são tomadas.

 

Gabriela Moncau, do 4º ano de jornalismo e diretora do Centro Acadêmico Benevides Paixão, acredita que a última grande mobilização que parou o curso de jornalismo foi em 2007, durante a ocupação da reitoria. “Acho que a conjuntura de pouca mobilização é um fato nacional, mundial”, opina sobre a organização estudantil. Mas dentro dessa conjuntura, o curso de jornalismo da PUC é um dos mais inquietos, de modo que a força da greve, e o interesse dos estudantes não é fato que surpreende veteranos como Gabriela.  “O curso tem tradição de resistência”.

 

Fazia algum tempo que os professores de jornalismo não entravam em greve, segundo o professor Hamilton Octávio de Souza, chefe do Departamento de Jornalismo, mas o corpo docente chegou a utilizar o recurso diversas vezes ao longo de sua história. O motivo dessa greve se tornou insustentável pois a reforma curricular feita pelos próprios professores com participação estudantil não foi implementada muito depois do período acordado. “Tudo que estava previsto foi cumprido, quanto a alterações nas disciplinas, integração do curso… menos a agência online. A gente oferece curso no vestibular o aluno entra, consta no projeto pedagógico que tem o laboratório, mas ele não existe. Isso é uma proposta mentirosa e não queremos ser coniventes com isso”.

 

Além da greve de jornalismo com pauta específica, corre pela USP uma campanha contra o aumento das mensalidades e abertura do edital de bolsas. Conseguiram duas mil e 300 assinaturas de todos os cursos da PUC. O documento será entregue também na reunião do Consad, às 9h desta sexta (29).

 

Acompanhe o calendário de greve

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