Pesquisa aponta que publicidade anti tabaco tem funcionado com o público jovem

Dados da Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab) revelou que jovens estão conscientes quanto aos malefícios do cigarro, e avanço pode estar relacionado a propagandas anti tabaco institucionais. Em seminário da Associação Brasileira de Estudos o Álcool e Drogas (Abead), Valéria Cunha do Instituto Nacional do Câncer mostrou que 96% dos jovens entrevistados (15 a 24 anos) acreditavam que fumar faz mal, e 94,7% acreditavam que o cigarro dá câncer de pulmão.

Os jovens são o principal alvo da indústria do tabaco por serem um tipo de consumidor longevo, consumindo o produto por mais 10 ou 20 anos.

"No Brasil, toda conquista que houve foi por associações dos governos estaduais, municipais e federal, junto com a sociedade civil. A indústria de tabaco não acreditava na capacidade da população de compreender que cigarro faz mal, o que se mostrou um erro", afirmou Valéria.

Nos 30 dias anteriores à entrevista, 41% dos jovens (fumantes e não fumantes) viram publicidade de marcas de cigarro em pontos de venda; 9,9% viram em filmes brasileiros, e 15% filmes estrangeiros. 7,3% dos joves fumantes viram nesse prazo promoção de cigarros, outra forma de publicidade.

Quanto à propaganda anti tabaco, 65% dos jovens viram algo no rádio e/ou TV, e 33% por outros meios. Porém o anúncio contra o hábito mais eficiente são as advertências nas embalagens de cigarros: 92% viram foto ou advertência, e dessa porcentagem, 68% deles pensaram em parar de fumar.

O desembargador Luis Antonio Rizzato Nunes, professor de Direito do Consumidor, denunciou um método recente utilizado pela indústria do tabaco: vendedores ambulantes, jovens e atraentes, atuando especialmente em festas e casas noturnas. “A legislação permite propaganda apenas em outdoor e em pontos de venda, mas está sendo violada.”

O professor explicou que, na época da lei (de 1996), entendia-se como ponto de venda o “ponto fixo” – lojas, padarias, bares, bancas de jornal – , mas hoje há o “ponto móvel”, que são os vendedores. “Existe movimentos de venda por vendedores ambulantes que vão distribuindo cigarros a jovens e adolescentes”, contou.

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