Desmistificar a imagem da mulher na mídia é nosso desafio

O dia 8 de março se aproxima e mais uma vez saímos às ruas para reafirmar nossas bandeiras de luta em defesa da igualdade. Olhar para o passado nos fortalece e nos dá coragem para continuarmos nossa batalha em busca de avanços e conquistas para o combate de diversos tipos de preconceitos, estereótipos e discriminações que ainda persistem no cotidiano das relações sociais.

A discussão da participação e representação das mulheres nos espaços públicos vem tomando maiores proporções. A realização de conferências – entre elas a Conferência Nacional de Comunicação, confirmada pelo presidente Lula durante o FSM 2009 (que ocorrerá no mês de dezembro, em Brasília) – nos dará a oportunidade de refletir e interferir na imagem que a mídia constrói das mulheres. É fundamental a discussão do tema no interior da CUT e o envolvimento do conjunto do movimento social nas conferências preparatórias municipais e estaduais.

Diariamente, a televisão, que detém grande influência na população, transmite e reafirma a existência de um único “padrão” de mulher brasileira, esquecendo a diversidade racial e cultural de nosso país. As grades de programação estão repletas de conteúdos que banalizam o sexo, a violência, a fragilidade e a subalternidade, reforçadas como coisa natural. Colocando a maternidade e o casamento como única fonte de realização pessoal. Onde estão as mulheres de diferentes raças e culturas? Onde está a diversidade e a pluralidade que compõem o nosso país, ou seja, as mulheres de “verdade” que acordam todo dia para enfrentar duplas jornadas de trabalho e, na maioria das vezes, nem tão bem sucedidas e nem tão bem remuneradas como as da novela das oito?

Precisamos ter a clareza do valor que a democratização dos meios de comunicação e a participação em políticas públicas como saúde, educação, cultura têm nesse processo. Por elas perpassam avanços em temas fundamentais como o combate à violência e toda forma de discriminação da mulher.

Nesse mês, será realizado, em São Paulo, o Seminário "O Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia", outro momento importante nessa luta, que enfocará a questão do não reconhecimento das mulheres na mídia. Nossa tarefa é diagnosticar e desmistificar essa imagem que não corresponde à realidade. É fundamental qualificar nossa intervenção baseada em uma visão crítica dos fatos para que o interesse pelo controle social por meio dos movimentos sindicais e sociais seja despertado.

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