Agentes penitenciários ameaçam processar TV Globo por cenas de ‘A Favorita’

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) estuda a possibilidade de processar a Rede Globo por conta de cenas exibidas pela novela "A Favorita" que, segundo a entidade, denigrem a imagem dos agentes penitenciários.

Em algumas cenas da novela, que foram ao ar no dia 14 de agosto, a personagem Donatela, interpretada pela atriz Claudia Raia, é maltratada por uma carcereira. Em outro episódio, mostra-se a corrupção da categoria, quando aparece um agente falando ao celular o que, segundo sindicato, distorce o dia-a-dia desses profissionais.

João Rinaldo Machado, presidente do Sifuspesp, disse que a personagem "Zezé", além de se mostrar uma funcionária corrupta, usa o uniforme oficial das agentes penitenciárias. Ele afirmou também que a atração global exibe a fachada da Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, durante passagens de cena.

"Isso gerou uma revolta com a categoria porque é tanto trabalho para mudar essa imagem que nós tínhamos e, em poucos capítulos, a novela mostrou uma série de coisas erradas como funcionária falando ao celular que era carregado por ela", disse Machado.

Em outra ocasião, segundo o presidente do sindicato, a agente autoriza a personagem Flora (Patrícia Pillar), que é uma ex-detenta, a entrar na ala interna da prisão. "Isso não é uma realidade dentro do sistema prisional", afirmou João Rinaldo.

Em nota, criticando a novela, enviada através de sua assessoria de imprensa, a Secretaria declarou que "em nenhum momento a SAP autorizou a imagem do uniforme dos nossos agentes, inclusive a pedido desta assessoria eles improvisaram um colete preto. A obra é uma ficção e não podemos intervir na interpretação do autor, apenas tomamos as providências que estavam em nosso alcance".

João Rinaldo Machado disse que a intenção dele é conversar com o diretor da novela e pedir que se retrate. "Sabemos que a dramaturgia é assim, só que estão usando o nosso uniforme", destacou.

Segundo o presidente do sindicato, cerca de 23 mil funcionários trabalham no sistema prisional de São Paulo e caso nada seja feito, os penitenciários não darão mais entrevistas para repórteres da TV Globo, como forma de protesto.

Procurada pela redação do Portal Imprensa, a assessoria da TV Globo afirmou que ainda não foi notificada a respeito do caso e, por esse motivo, não pode se pronunciar.

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