Rio Orla Digital terá política de controle de acesso à banda larga

Com expectativa de beneficiar até 100 mil pessoas, o governo do Rio de Janeiro ativou nesta terça-feira, 22/7, parte do projeto Rio Digital, que cobrirá toda a extensão da orla de Copacabana – 4,5 Km – com acesso banda larga sem fio, baseado em Wi-Fi. A iniciativa, apontada como a maior de banda larga a céu aberto na América Latina, é conduzida pela COPPE e não tem a participação de qualquer concessionária tradicional.

O professor Luis Felipe Moraes, responsável pelo projeto na COPPE – instituição de cursos de pós-graduação de engenharia, um dos mais tradicionais da área do país – admite que, apesar de gratuito, haverá um controle de uso do serviço. A idéia é limitar a conexão a um período de 60 minutos (1 hora), nos horários considerados de pico, para evitar que haja um congestionamento e uma perda da qualidade do serviço. O especialista também recomenda: a rede pública não é o meio ideal para acesso de sites que exigem senha e sigilo de dados como os bancários.

“Sabemos que é um projeto público de acesso à Internet. Não vamos vigiar os sites visitados pelos internautas quando estiverem conectados à rede Orla Digital, mas é claro que há um controle de uso para que o compartilhamento possa ocorrer de verdade”, enfatizou Moraes.

“A idéia é fazer, numa primeira fase, que a pessoa não fique mais de 60 minutos conectados. Se esse período passar, a proposta é que a conexão caia e o usuário tenha que refazer a conexão. A gerência de rede – que ficou com a COPPE – saberá identificar quem é esse internauta. A proposta do acesso público não é de ficar o dia inteiro conectado mas, sim, conexões rápidas", completou o professor.
A orla de Copacabana – a praia mais famosa do Brasil – ficará “iluminada” integralmente até o final de agosto. A partir desta terça-feira, 22/7, parte dela já foi coberta com 21 acessos Wi-Fi. Expectativa é que a rede possa suportar, simultaneamente, o acesso de 50 a 100 pessoas. A cobertura estará focada na Avenida Atlântica beneficiando quem estiver na orla, mas também aos moradores dos prédios da área – uma das mais caras da cidade. Exatamente por isso, observou o professor Luis Felipe Moraes, há a intenção de um gerenciamento e controle de uso da rede.

A cerimônia de ativação do projeto Rio Orla Digital contou com a participação do governador do Estado, Sérgio Cabral Filho, e de diversas autoridades do governo, além de tradicionais figuras ligadas a Copacabana, entre eles, os craques do futebol, Jairzinho, Paulo César Caju, Amarildo, Brito, entre outros, da seleção de 70 e moradores desde sempre do bairro.

Melhores práticas de uso

“A homologação física e lógica da rede começa a ser feita agora com a 'iluminação' da primeira etapa. Foi um trabalho intenso para termos a rede montada e já programamos paradas técnicas nos finais de semana – na madrugada – para fazer esta integração de controle, mas até o final de agosto teremos a maior rede de banda larga a céu aberto da América Latina”, observou Luis Felipe Moraes. O especialista também recomenda ações práticas para os usuários da rede.

“Uma rede pública não é para fazer transações bancárias”, alerta o professor da Coppe. “Isso porque ela é uma rede aberta e não há criptografia dos dados. O acesso Wi-Fi público é para facilitar a abertura de um webmail, de uma comunicação rápida para acesso às informações”, reforça o professor da Coppe.

Para integrar as antenas Wi-Fi, fornecidas pela Motorola, à infra-estrutura de backbone da RedeRio – fornecedora do link de acesso à internet – a Coppe contou com a colaboração da prefeitura do Rio para a instalação de rádios e de um link de fibra óptica com capacidade de 1 Giga.

“Não há a participação de qualquer concessionária neste projeto. Ele é totalmente custeado pelo Estado, através da Faperj e da Secretaria de Ciência e Tecnologia”, diz o professor Luis Felipe Moraes.

Tanto é assim que a conexão à Internet só será possível através dos laptops e de celulares que tenham o dispositivo de acesso à redes Wi-Fi. Um celular tradicional, com acesso à Internet, não terá interconexão com à rede do Estado.

Presente à solenidade, o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso, enfatizou que o sucesso da iniciativa – um dos carros-chefe da área de TI do governo – está no fato de a Fundação Carlos Chagas de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) ter recebido nos últimos dois anos, cerca de R$ 400 milhões para suporte financeiro às pesquisas voltadas para a Tecnologia e Inovação.

O próximo passo será o de levar o projeto para a Baixada Fluminense, mas Cardoso admitiu que o prazo inicial – setembro – não será cumprido. “Vamos atrasar, mas garantimos que até o final do ano, a conexão gratuita estará disponível na Baixada”. O secretário garantiu ainda que, em 2009, o Rio de Janeiro poderá ser um Estado Digital – com acesso banda larga disponível nos seus 92 municípios.

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