Estudo indica 2007 como o ano mais violento da década para jornalistas

Em decorrência dos ataques no Iraque e na Somália, 2007 foi ano em que mais jornalistas morreram na década, enquanto mais e mais profissionais foram presos por acusações imprecisas 'contra o estado', muitos deles pelos governos da China e de Cuba. As informações são da nova edição do anuário do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Ataques à imprensa.

No entanto, a Associação Mundial de Jornais (WAN) e o Instituto Internacional de Imprensa (IPI) apresentaram números que divergem dos do CPJ. Segundo eles, 2006 foi o ano mais violento; não 2007. A WAN contabiliza 45 mortos no ano que se passou; enquanto a CPJ aponta 65.

Apesar das contradições, o anuário aponta aspectos importantes para a imprensa. Foram destacados temas como as restrições impostas pelo governo chinês aos meios de comunicação às vésperas das Olimpíadas de Pequim, a falta de liberdade de imprensa em muitas democracias jovens, a penalização do jornalismo na Rússia e na Ásia Central, a deterioração da influência norte-americana em questões relativas à imprensa na América Latina e o sutil uso de meios legais por parte dos governos árabes para abafar manifestações dissidentes.

Na Rússia, por exemplo, o governo de Vladimir Putin criou um estado nacional em que qualquer tipo de trabalho informativo pode ser classificado como extremismo. O estudo também lembrou que o governo de Hugo Chávez obrigou uma emissora contrária a seu governode sair do ar. O trabalho alertou, ainda, para o descumprimento das promessas de maior liberdade de imprensa por parte do governo chinês. Até o presente momento, existem restrições em relação ao tipo de conteúdo que deve ser veiculado durante as Olimpíadas.

O ponto que mais chamaatenção na pesquisa, é o crescente número de jornalistas mortos em conflitos ou ataques. No Iraque, por exemplo, pelo segundo ano consecutivo, 35 profissionais morreram em represália direta por seu trabalho. O país ainda sustenta, pelo quinto ano seguido, a posição de mais letal para profissionais da mídia.

O prólogo de Christiane Amanpour, integrante da diretoria do CPJ e correspondente internacional chefe da CNN, sublinha a luta contra a impunidade nos assassinatos de jornalistas. 'A impunidade é a maior ameaça enfrentada hoje pelos jornalistas. Afinal, o assassinato é a forma máxima de censura', escreve Amanpour. Ataques à Imprensa apresenta informes regionais e análises sobre as condições da liberdade de imprensa.

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